𝙨𝙞𝙣𝙜𝙡𝙚 𝙘𝙝𝙖𝙥𝙩𝙚𝙧

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Música: Rewrite The Stars, de Zendaya e Zac Efron.

Perdoem qualquer erro;

10336 palavras.

Boa leitura 😼
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Sábado, 23:00 horas

A noite estava fria, o vento gelado e cortante soprava suavemente, bagunçando cabelos, levantando saias, pregando peças nos desavisados, assustando aqueles que se escondiam em baixo das cobertas enquanto assistiam um filme de terror, cantando por entre as janelas e batendo portas. Nenhuma nuvem podia ser avistada no céu, o deixando totalmente iluminado pelo brilho que a lua e as estrelas emitiam.

Remus não sabia o porquê da fascinação que as pessoas tinham pelas estrelas e a lua, afinal, eram apenas grandes esferas de plasma e um satélite natural , sem um pingo de romance. Ele não se incomodava com a admiração alheia, só não gostava como esse gosto se tornara vulgar. Era comum apreciarem elas, mas, se lhes perguntasse qual era o motivo de tamanha estima, poucas responderiam algo que fosse diferente de "elas são bonitas". Perturbava Remus como as pessoas transformavam em coisas mundanas desejos sinceros e traumas profundos.

Mas ele sabia o porquê de seu amor pelas estrelas e a lua, todas elas presenciaram cada lágrima que ele havia derramado, estavam lá quando a dor que sentia se tornara insuportável, lhe fizeram companhia nos seus piores dias, todas sabiam tudo que ele teve que enfrentar, haviam o ajudado com suas dores, e reescreveram seu destino, tornando as coisas melhores e mais fáceis de suportar.

O vento frio soprou os cabelos cor de ouro, os bagunçando ainda mais, lhe dando um charme. As maçãs do rosto ficaram avermelhadas, igualmente a ponta do nariz, do mesmo tom dos lábios desenhados. Remus colocou as mãos dentro do bolso de seu casaco, tentando as proteger do frio.

Os meninos zombavam dele por acreditar em destino e almas gêmeas, mas nenhum dos três nunca havia se dado o trabalho de se sentar e escutar corretamente no que Lupin acreditava, haviam simplesmente decidido que era naquelas coisas que viam em revistas, horóscopos e posições de planetas e como isso afetam as nossas vidas. Mas não era bem assim.

Acreditava que tudo o que acontecia tinha um porquê, não uma divindade suprema controlando suas vidas como se fosse um roteirista, mas que o destino era aquele. Achava que algumas pessoas eram feitas para outras, talvez não no sentido amoroso, mas elas ainda eram almas gêmeas. E o destino pudesse ser cruel e os separasse. Almas gêmeas são destinadas a se encontrar, mas não necessariamente a ficaram juntas. E talvez elu fosse sua alma gêmea, mas você não é a alma gêmea delu. Ou simplesmente, o destino fosse um idiota brincalhão, que vê graça em coisas malignas e simplesmente não te desse uma alma gêmea, e você passaria a vida toda procurando por alguém que não exista.

Lupin não iria mentir, se sentia apavorado com a ideia de que viveria sozinho para sempre, mas não duvidava que tivesse que ser assim. As estrelas podem ter sido muito boas com ele, mas no final, tudo poderia ser uma grande piada, e tudo isso que estava vivendo era somente a calmaria antes que a tempestade voltasse a rugir. Sentia algo faltante em seu peito, algo em seu coração, que só poderia ser ocupado por um amor correspondido.

Remus desviou o olhar de Sirius saindo da casa com uma mulher nos calcanhares (o que nem fazia sentido. Lupin sabia que o amigo era gay) e começou a avançar pela rua vazia. Estava atrasado, muito atrasado, queria se demorar ao máximo para entrar na casa lotada, não gostava de festa, apenas tinha vindo nesta pois recebera uma ameaça mortal da melhor amiga, jurando que se ele não comparecesse, seus livros pagariam por, e, bem, Remus poderia ser considerado inteligente o suficiente para não contrariar Lílian Evans.

𝘿𝙀𝙎𝙏𝙄𝙉𝙔•𝙬𝙤𝙡𝙛𝙨𝙩𝙖𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora