Prólogo

16 4 0
                                    

Hades caminhava pelo Jardim de de seu castelo, era uma noite de inverno, as nuvens de fogo no céu irradiavam um brilho escarlate esplêndido por todo lugar. As rosas vermelhas abertas contrastavam de forma perfeita com a neve branca no chão. Seus galhos negros espinhosos e espessos subiam como uma trepadeira enrolando-se pelas fendas e vigas nas paredes de pedra do castelo.
Corvos grasnavam por cima das altas torres enquanto uma leve brisa beijava a capa do deus feita de sombras e escuridão. Hades o rei do submundo era alto, de cabelos negros até o ombro, com as sobrancelhas bem marcadas e um par de olhos verdes. O negro do seu uniforme combinava muito bem com o ar sério do seu rosto.
Ele se dirigiu com seu cajado até um pequeno lago em volta de pedras ali próximo, se curvou, e olhou para as águas, vendo seu belo rosto refletido no lago cristalino. Dois enormes chifres negros como de touro despontavam no topo da cabeça. Seu rosto de um homem, porém um homem frio que nunca conheceu sentimentos semelhantes dos mortais. No submundo, nem uma alma viva ou morta viu a sombra de um sorriso se desenhar em seus lábios. Hades era o mal. Sempre fora. Esse era o divisor de águas que o separava de todos em sua volta. Um corvo bateu as asas e pousou em uma árvore seca comtorcida ali próximo, olhava para o rei enquanto abria o bico com seu canto de morte.
Hades ergueu seus dedos e tocou na água que imediatamente mudou sua superfície.
A lagoa ficou escura como névoa e fumaça começando a formar imagens.
No espelho d ' água um belo rosto femenino surgiu, era ela, a jovem a quem seus homens falharam miseravelmente em lhe tomar a vida. Hermes era um tolo, Hades pensou. Não havia nada de especial e forte na mulher, pelo contrário ela parecia ser tão frágil como uma pomba.
Cerrou o maxilar bem desenhado, e ergueu uma sobrancelha. Sua expressão de raiva eterna encarava o rosto da humana.

— Sera que terei de ir eu mesmo buscar sua alma imunda e medíocre para provar para aqueles bandos de insolentes que nem um mortal pode resistir ao meu chamado? Apertou o punho.
As imagens se tornam acinzentadas, e clareou ainda mais, desvanecendo até ficar apenas a água. Hades se ergueu com seu cajado e olhou para o corvo, virou as costas e voltou para o castelo. Teria que ir ao mundo dos homens.

A Rosa de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora