Prologue

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Nunca pensei que a minha vida seria tão difícil nessa idade. Eu deveria estar feliz? Não, eu queria, queria muito que o meu pai não se envolvesse com esse tipo de coisa quem sabe até eu estaria melhor se ele não trabalhasse com isso. Seríamos uma família feliz e sem perigos.

Mas não... foi ele quem escolheu isso e depois, se algum erro acontecer eu aposto que as consequências cairão não só pra cima dele e sim para o resto da família, que na verdade não é, pra mim não.

As conversas que o meu pai tem pelo telefone com pessoas que eu não faço ideia de quem seja me deixa assustada e para me entreter, fumo.

E agora neste exato momento estou sentada no chão olhando para as escadas desse prédio esperando meu pai terminar de conversar com esses monstros. Pra mim são monstros.

Começo a ouvir passos de alguém subindo as escadas me fazendo ficar nervosa com medo de ser pega fumando, escondo o cigarro e olho para baixo para ver quem está subindo, fico calma quando vejo que é aquela vizinha  misteriosa de cabelos totalmente pretos e pele super clara que mora ao lado.

Ela se aproxima andando calmamente. Coloco minhas mãos no chão e apoio meu corpo para trás para poder analisa-la a olhodos pés a cabeça de um modo rápido vendo que sempre está com suas roupas largas e sempre aparece de óculos escuros e sempre está com seu ar misterioso, ficava com vontade de falar com ela mas sempre que iria fazer isso ela sempre saía apressada ou entrava apressada.

Nunca tive a oportunidade de falar pelo menos um "oi", não tenho amigos e talvez eu possa tentar agora... pelo menos uma amiga.

Ela passa por mim e tomo coragem.

- oi. - assim que falo ela para de andar e se vira. Comecei a gelar não sei porque.

- Porque escondeu o cigarro? - sua voz sai rouca e baixa como se tivesse um tipo de cuidado. Nunca tinha ouvido a voz dela antes e me surpreendi quando ela perguntou sobre o cigarro, como ela sabia? Não importa.

Ela continua parada esperando pela minha resposta.

- Neste prédio tem um monte de dedo duro, eu não quero que meu pai saiba... já tenho muitos problemas. -

Ela se aproxima um pouco querendo ver/vendo alguma coisa, me lembro que ontem meu pai me deu um tapa porque eu disse a ele que iria fugir de casa se ele continuasse guardando as drogas.

Desvio meu olhar dela vendo que ela esta olhando demais para mim e olho pra frente abaixando um pouco minha cabeça e deixando uma mecha de cabelo escorregar para frente do meu rosto cobrindo o machucado.

- O que foi isso? - pergunta calma.

- eu caí da bicicleta - minto.

Escuto os passos dela ficarem longe e olho para a sua direção.

- Ei! - ela para novamente de andar e se vira - não conta pro meu pai que fumo, tá? - não obtenho respostas, ela apenas abaixa a cabeça e vira seguindo em direção a sua porta.

Ela para em frente a porta e me encara. Nunca a vi sem óculos espero ver um dia.

A porta do apartamento onde moro se abre e dela sai meu pai e dois homens, jogo o cigarro pelas escadas vendo ele cair o mais longe possível.

Olho novamente para o lado e vejo que a mulher que eu troquei poucas palavras já tinha entrado em seu apartamento.

Um homem começa a discutir com meu pai e papai insiste em falar "eu não misturei nada" outro homem a frente deles dois esta de costas com fones de ouvidos parecia estar ouvindo música.

Pego o pirulito que está guardado no bolso do meu short e rasgo a embalagem colocando o doce na boca, logo esse gosto prevalece e gosto ruin do cigarro vai embora.

Olho para a direção deles e vejo o homen que a poucos minutos estava com fones de ouvido, nem aí para a conversa de mei pai com outro e agora ele estava falando no ouvido do meu pai. Ele se afasta e diz "você tem até amanhã, meio-dia".

Os dois descem as escadas indo embora, suspiro de alívio olho para o meu pai e ele parece estar preocupado até que seus olhos foquem em mim e ele vem em minha direção com um semblante sério.

- O que esta fazendo aqui? - ele dá um leve chute no meu quadril me assustando fazendo eu tirar o pirulito da boca. - Entre já e faça seu dever. -

- Eu já fiz o dever - falo baixo com medo da sua reação.

- AH É? - ele me acerta um tapa no mesmo local onde bateu no dia anterior me fazendo quase cair para o lado, sinto meu rosto queimar - Então entre agora e ajude a sua irmã a limpar a casa. - ordena gritando.

Não respondo apenas me levanto e começo a correr.

- E PARE DE FUMAR ESCONDIDO -

Fecho a porta e vou para o meu quarto me trancar mais uma vez.

Escuto Sandy reclamando do outro lado da porta falando que deixei o rodo cair. Não me importei apenas fingi que não ouvi.

- Você só vai fazer alguma coisa se te pagarem? - ela pergunta querendo abrir a porta mas não consegue.

- VOU - é a única coisa que respondo.


Tô pensando em postar o próximo capítulo hoje mesmo...💭

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