Capítulo Único

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Me dê um E

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Me dê um E

Me dê um I

Ooah, Vôlei! 

De fora da quadra, em um canto reservado à máquina de sucos e derivados de leite, Kageyama tinha o rosto tenso e um grande dilema a enfrentar: iogurte ou leite? Eis a questão. Seu rosto suava e ele estava verdadeiramente tenso, a tal ponto que, quem o visse provavelmente ficaria com medo. Sem saber o que escolher, por fim, ele colocou a moeda no local indicado e apertou com os dois dedos os dois botões de uma vez - a sorte o ajudaria a escolher -, e a caixinha que caiu foi a de leite. Ufa! 

Ele se abaixou e a pegou contente, enfiando o canudinho na película metálica sem delicadeza alguma, enquanto ouvia a música - até então, sem ritmo ou instrumentos - das lideres de torcida da universidade que estudava. Àquela hora, a quadra estava disponível para o ensaio da banda e das meninas que faziam o trabalho de torcer para o time de vôlei que vinha crescendo nos últimos anos, e Kageyama vibrava internamente por isso, ainda que não gostasse muito de torcidas barulhentas. 

Há três anos, quando entrou para a graduação em Educação Física, a qualidade de jogo - principalmente de vôlei - daquela faculdade estava um horror. Havia muitos garotos interessados em participar e com vontade de jogar bem, mas infelizmente, sem preparo algum, e sem um treinador que realmente tivesse interessado a ensiná-los. O resultado disso? Treinos aleatórios sem nenhum objetivo, várias jogadas sem sincronia, muitos testes sem posição ou uma orientação correta. Kageyama quase desistiu à primeira vista, mas seu amor pelo vôlei gritou um pouco mais alto do que o susto que levou ao ver como um time, que era para ser o melhor da província, estava daquela maneira e em um estado decadente. 

Ele sempre jogou vôlei, desde que se lembrava. Com o avô quando era criança, depois por toda a adolescência, onde chegou a ir ao nacional duas vezes. Ele amava tanto o esporte, que até cogitou virar um professor para fazer as pessoas o amarem também. Então, conversando com a diretoria da universidade, e mostrando seu histórico como atleta, ele pediu autorização para que pudesse treinar o time enquanto a faculdade dava um jeito de substituir o treinador dorminhoco por outro. Desde então, nos últimos três anos, o vôlei vinha crescendo de forma absurda, um novo treinador tinha chegado, e as medalhas de ouro e prata não paravam de surgir nas prateleiras do hall de entrada da faculdade. E agora, tinham um time de torcida junto com os alunos da graduação em Música. 

Tobio se sentia um grande revolucionário. 

Não era um segredo ou uma surpresa as músicas e coreografias que o grupo estava montando, mas foi feito um acordo silencioso de que os meninos não saberiam muito para terem uma experiência completa. Era a primeira vez que eles jogariam com uma torcida, então, toda emoção era válida. Ainda assim, sendo agora o assistente do treinador e levantador titular do time, Kageyama teve uma pontinha de curiosidade em saber como estavam indo os ensaios. O que o fez dar passos cautelosos até a fresta que estava entre as duas folhas da porta de metal que separava a quadra do corredor. 

Cheerleader | KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora