24/03/2014– Gardênia.
Bem, hoje é meu dia. Eu amo aniversários.E também é aniversário do príncipe. Por mais que eu não saiba quem ele é, pois nunca apareceu em público, eu escrevo cartas para ele todos os anos, o parabenizando. A chance dele ler essas cartas é quase nula. Hoje completamos 11 anos.
Termino de escrever a minha carta, finalizando “com amor Elise McCain”
— Elise! Ainda escrevendo filha? Vamos nos atrasar para a viagem.
— Já estou acabando mamãe.
— Não está não. Ainda está de pijama.
Você sabe que a viajem é longa, até chegarmos ao rancho de suas primas, vai demorar.Me levanto da mesinha onde eu escrevia, e entrego a cartinha ao meu pombo correio. Que era bem treinado a levar todas as minhas correspondências ao castelo.
Começo a me arrumar. Escovo os dentes, penteio os meus longos cabelos negros, e escolho um vestido florido, para a ocasião.
Calço minhas sapatilhas, e aviso a mamãe que estou pronta.— Olha só se não é a minha princesa!! – Diz meu pai todo sorridente, vindo me dar um abraço de urso. — Vamos? Já estamos atrasados.
Eu assenti, e seguimos viagem.
Dentro do carro, estava tudo bem, eu cantava uma música que passava, papai e mamãe conversavam animados, estava tudo perfeito.A estrada estava meio ruim, não estava sobrando verba do castelo, para arrumar esses trechos ao norte.
Até que uma cratera se abre no meio da estrada. Papai tentou frear o carro a tempo, mas acabou derrapando e capotamos.Escutei os gritos de mamãe e de meu pai.
Entrei em desespero e gritei o mais alto que pude. O cinto de segurança me manteve dentro do carro. E logo o escuro veio.05/01/2021 – Hospital Sant Laurent, Gardênia
Acordo de repente de um pesadelo em que estive. Nós sofremos um acidente horrível.
Paro um instante e observo onde estou. Paredes brancas, tem uma agulha injetada em meu braço.
Eu só posso estar em um hospital! Então tudo que aconteceu foi verdade, sofremos um acidente.
Meus pais! Merda o que será que houve?
Será que estão bem? Por favor Senhor que estejam bem.
Retiro a agulha do braço, e tento me levantar.Minhas pernas estavam fracas, era como se eu não andasse há anos.
Tentei chegar até a porta, e com muito custo consegui.Reparo em mim, eu estava mais alta, e meus cabelos maiores que o normal. Estranho. Muito estranho.
Chamo alguém, e meia dúzia de enfermeiras e um médico vem correndo em minha direção. Como se eu fosse uma atração.
— Senhorita McCain, deve voltar para a cama. – O médico disse.
— Onde estão meus pais? – Pergunto preocupada.
— Precisamos conversar, mas primeiro deite-se em sua cama. Irei lhe fazer umas perguntas, e quero que me responda. Ok?
Eu concordei com a cabeça, e deitei na cama.
— Em que ano estamos? – É sério isso?
— Óbvio que é 2014.
O médico e as enfermeiras se entre olharam. E aí percebi que havia algo errado.
— Qual o seu nome?
— Elise McCain. Tenho 11 anos de idade e moro no Reino de Gardênia. Agora pode chamar meus pais? Por favor!?
— Sinto muito Elise, mas estamos em 2021, seus pais morreram há quase oito anos. Você ficou em estado vegetativo. E se não acordasse até este final de semana, teríamos desligado os aparelhos que estavam te mantendo viva.
— E..espera. O QUÊ? VOCÊS ESTÃO DE BRINCADEIRA NÉ? ONDE ESTÁ AS CÂMERAS? – Digo desesperada, isso que ele acabou de dizer não pode ser verdade.
— Sinto muito Elise. – O médico ficou com pena, e veio me abraçar.E eu desabei a chorar, não pode ser verdade. Por que isso tinha que acontecer justo comigo?
Logo aplicaram um sedativo, e eu dormi.

Acordo, e vejo que estava acompanhada. A prima Elouise, estava comigo no quarto.
Ela era a prima mais louca da família.
— Olá querida, que bom que acordou! – Ela disse com os olhos cheios de lágrimas.
Dou um sorriso meio fraco, e volto a pensar nos meus pais.
Sou interrompida dos meus devaneios, quando a enfermeira e o médico passaram no quarto, para me avaliar, e me dar alta.
Gentilmente a enfermeira que se chamava Suzi, retirou a agulha do meu braço.
— Espero que goste das suas roupas novas, as suas antigas não te servem mais. – Elouise disse em um tom de brincadeira.Realmente eu cresci, meus seios estão maiores, mãos grandes, estou mais desenvolvida.
Fui no banheiro me vestir, e o jeans marcou bem as minhas curvas, seria difícil me acostumar.
Minha prima me esperava pacientemente do lado de fora. E fomos embora.
— Olha, sei que você deve estar cansada, mas você tem que fazer a prova mês que vem para ver se consegue acompanhar sua turma.
— Tudo bem, eu consigo.
— Essa é a minha garota! — Você ficou sobre a minha responsabilidade. Iremos morar juntas, e espero sermos boas amigas, ok?
— Okay. – Isso seria uma loucura e tanto.
— Você tem mais uma semana de férias, e depois você irá para escola, tem o período de adaptação. Algum dos seus colegas irá te ajudar com a matéria, para depois você fazer a prova.
— Certo!

Uma semana se passou, semana de mudança, de saudade, e de loucura
Minha prima garantiu que eu iria me divertir muito com ela. E tá funcionando.Mas eu não vejo a hora de me mudar de Gardênia, não quero morar neste lugar.
Por culpa do rei, meus pais estão mortos.Eles tem dinheiro para fazer banquetes e bailes enormes, mas não conseguem arrumar uma estrada?
Se eles tivessem tomado uma providência nada disso teria acontecido.
Mas agora irei me arrumar. Afinal tenho aula. Tudo será novo agora.
Meus antigos colegas provavelmente nem lembram mais de mim.
E eu espero que continue assim. Pretendo ficar invisível.

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De Repente Princesa
RomanceElise McCain mora no Reino de Gardênia. Quando criança ela costumava mandar cartas românticas para o príncipe de sua idade. O príncipe nunca apareceu em público, era um mistério. Mas com o tempo Elise McCain passou a odiar a família real. Ela culp...