Entre páginas

Capítulo 2

Às vezes em minha pequena cama solitária me pego pensando, em que acaso me fez vir parar aqui, como estou hoje.

E percebo como o vazio é um buraco sem fundo, e se por um acaso do destino você tiver a falta de sorte de pisar nesse buraco, ou chegar o mais perto possível, por favor fuja imediatamente, como quem foge da morte pois é quase improvável que você possa conseguir voltar.

Com todos esses pensamentos incuráveis e completamente banais na qual me atormentam incansavelmente, me ponho a escrever, é minha fórmula para meus pequenos problemas e me ajuda a sair da minha dura e monótona realidade.

Você sabe o que é isso? sabe o que é passar por algo assim?

Chega um momento em que isso se torna normal, e se recordar de como era quando eu tinha apenas felicidade em meu peito, chega a ficar quase tão impossível quanto sair daqui.

Minha vida se tornou escura aos poucos, até que eu não tive mais controle, e me perdi num labirinto sem fim e nunca mais encontrei o botão de acender a luz.

Minha vida é como a noite, mas sem a lua.

A lua é tão preciosa, tão brilhante. Com o passar das semanas ela vai se desmanchando, desaparecendo, até quase não ser visível, essa é a luz no fim do túnel, a temível, na qual me vejo todos os dias.

Na qual a tormenta recomeça, a cada dia que eu tenho o desprazer de abrir meus olhos.

No início disso, eu tinha esperança de que um dia alguém pudesse me resgatar desse túnel sem fim, mas com o passar do tempo, eu vi que não.

Vi que estou destinada a passar o resto de meus dias, na mais completa e obscura solidão, na qual eu mesma me predestinei, na qual eu mesma temi e não há nada na qual eu pudesse me agarrar para a luz do sol reinar novamente.

E assim eu fui perdendo minhas esperanças de algum dia poder ser feliz de novo, ou me apaixonar...

Dizem que a sensação de estar apaixonado é indescritível, ter alguém que se importa com você, e alguém para se importar... é apenas lamentável que não seja possível viver isso.