Capítulo II

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Any Gabrielly

20 de agosto 2020

- Aí eu cheguei e o desgraçado estava no sofá com aquela vagabunda por cima, eu sempre pensei que ela não era de confiança mas não ao ponto de dar a buceta para o meu homem.- o motorista falava sem parar.

Sua voz era o som predominante no espaço do carro, e mesmo não prestando muita atenção a sua conversa me fez soltar algumas risadas nas poucas palavras que meus tímpanos captavam .

A vida do homem era uma autêntica telenovela, a irmã ficou grávida do seu namorado supostamente gay depois de ele os ver no sofá da casa que ele e o seu ex embuste partilhavam. E ele contava isso com um total tom de diversão em sua voz e algumas risadas escapavam por entre seus lábios.

Era uma boa companhia com a qual passar o meu tempo de espera.

- Então acho que chegamos - fala o motorista movimentando as mãos rapidamente para poder estacionar, mexendo nos diversos aparelhos do carro, e assim que o carro para em uma das vagas que cercavam aquela nada modesta casa, eu me levanto do banco tirando algumas notas de minha bolsa as dando na mão do homem que eu acabara de descobrir que se nomeia Krys.

Suas mãos as agarram enquanto eu saí indo até a bagageira, encarando a minha mala lá presente a puxando em seguida fazendo com que as rodas da mesma caíssem na calçada, assim que a mala ficou parada no concreto andei até a porta da casa onde eu ficaria, escutando o ruído do carro a arrancar atrás de mim, e assim que fiz isso procurei a maldita pedra onde o dono da casa disse que minha chave estaria .

Como eu cheguei mais atrasada que todos os outros eu não recebi uma visita na casa, apenas um telefonema onde ele me informava de todas as regras e informações do meu novo lar - já que ele estava demasiado ocupado nas Maldivas.

Passei meus olhos por todo o alpendre levantando as pedras que pareciam um pouco com as características que ele havia me falado, encontrado a maldita chave em uma delas.

Abri a porta tendo de fazer um pouco mais de força já que a porta parecia não querer me deixar entrar .

Assim com a porta aberta voltei até o alpendre pegando na mala que eu havia deixado lá perdida .

Eu tinha abandonado a maior parte de meus pertences na minha cidade natal, um enorme conjunto de roupas junto com a maior parte das minhas bolas de voleibol tão amadas .
Mas também eu não teria muito tempo para ficar entre caprichos de escolher roupa ou qual bola usar para treinar.

Eu havia recebido o meu horário por e-mail, e era totalmente cheio, sem contar as manhãs totalmente preenchidas por aulas que eu daria tudo para não assistir, os treinos de voleibol da faculdade eram longos e bastante repetitivos, e mesmo sendo a minha paixão eu já me sentia cansada só de me imaginar.
Apenas deixando o meu fim de semana totalmente livre.

Tranquei a porta de novo com minha chave e escutei uns murmúrios no interior da casa, que foram se tornando mais altos em cada passo que eu dava no mármore do corredor, a casa era realmente enorme e me vi totalmente estupefacta- mesmo já tendo a vislumbrado pôr fotos - por conseguir pagar tão pouco em um quarto naquele lugar .

Era perto do campus da faculdade, a casa era linda pelo que se podia ver nas fotos e o quarto totalmente espaçoso, um luxo para todos os universitários.

Pelo que o senhor disse o quarto já tinha sido ocupado mas parece que ocorreu um imprevisto e o garoto que seria o dono teve de o largar, e com o início do semestre tão próximo o preço de aluguel do quarto desceu para metade, e dei graças a Deus por isso, já que com todos os quartos do dormitório ocupados não me restavam muitas opções.

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