Privacidade

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Essa fanfic foi um presente de aniversário para @SeselWalker ♥

***

Eijirou estava vestido em suas típicas roupas de ficar em casa, que não lhe favoreciam muito em termos de sex appeal, mas eram confortáveis e ele gostava; os cabelos não estavam estilizados, mas sim caídos no rosto e nos olhos, um pouco mais compridos do que deveriam estar, entretanto, ainda não havia tido tempo de pedir para que Mina ou Denki aparassem seus fios.

Um sorriso iluminou o rosto enquanto sentava-se no sofá ao lado do namorado, quando este levou a garrafa de cerveja aos lábios, umedecendo-os um pouco. Katsuki estava gritando entusiasticamente para a televisão em frustração por causa de algum programa imbecil — na própria opinião dele — de perguntas e respostas em que o participante, aparentemente, não sabia resposta alguma.

O loiro sempre havia reclamado do "gosto de merda" de todas as cervejas do mundo, o que nunca fez sentido para Eijirou que sempre amou aquela bebida, tendo feito de seu hobby favorito produzi-las artesanalmente. Mas ele não era nada se não um homem muito persistente, portanto não descansou até encontrar uma combinação que agradasse o esquentadinho ali logo quando eles começaram a sair juntos.

O truque foi uma receita que envolvia malte defumado, frutas secas e algumas especiarias, notas de caramelo e, claro, um toque caprichado de pimentas do tipo jalapeño que Katsuki simplesmente amou. Isso causava em Eijirou um sentimento talvez só um pouco possessivo e de importância na vida do outro.

Embora negasse, Katsuki sempre rendia-se aos encantos do ruivo, todos viam isso. E para provar isso, em poucos momentos, a atenção dele não estava mais voltada para o televisor e sim para o homem que se movia na direção dele, empurrando-o para trás e sentando-se em seu colo, roubando a garrafa de sua mão com um sorriso travesso.

— Você parece a porra de um gato pedindo a minha atenção. — Os olhos vermelhos de Katsuki brilharam, refletidos nos igualmente vermelhos de Eijirou, as mãos alcançaram coxas torneadas e firmes com um leve aperto.

Eijirou virou um gole da bebida e fez uma careta que arrancou uma risada do loiro. Não sabia realmente como o namorado gostava daqueles sabores misturados, mas se aquilo o deixava satisfeito, sempre continuaria fazendo-as para ele com prazer.

Curvando-se para trás, o ruivo deixou a garrafa na mesa de centro, voltando a se inclinar para a frente e apanhando o controle, desligando a televisão, a sala agora iluminada apenas pelos fracos raios de sol do final da tarde, lançando sombras em seus rostos.

As mãos cuidadosas subiram pelos ombros, adentraram as madeixas loiras que apesar de espetadas, eram macias e bem cuidadas, o outro não deixou por menos, subindo com as próprias mãos, os dedos ásperos e calejados das horas e horas despendidas na bateria tocando a pele por baixo do moletom largo e desajeitado, nunca falhavam em fazer um arrepio correr pela espinha.

— E sempre funciona, não é? — O comentário foi praticamente um ronronado, seguido de um beijo no canto da boca de Katsuki, que sorriu um pouco mais, mudando o caminho das mãos para baixo, deixando-as passarem pela barreira das calças de tecido fino para poder apertar a bunda do namorado.

— Está confiante sobre isso, huh? — A voz rouca tinha um tom de deboche, mas não o tipo venenoso que ele usava com a maioria das pessoas, era um tom reservado para estes momentos em que estavam a sós.

— O que posso dizer? — Eijirou rolou os quadris para a frente, propositalmente fazendo com que esfregassem a parte da frente das calças, satisfeito em sentir uma reação quase imediata no corpo alheio, tanto quanto em seu próprio. — Acho que é a convivência.

— Eu não faço ideia do que você está falando. — Katsuki revirou os olhos, mas ainda tinha a mesma expressão suave no rosto.

Eijirou desistiu dos jogos, inclinando-se para capturar os lábios do loiro nos seus, sentindo a pungência da cerveja apimentada na boca quando as línguas se tocaram, suspirando suavemente e relaxando com o contato, puxando de leve os cabelos dourados entre os dedos, enquanto Katsuki retribuía com puxões um pouco mais incisivos nas madeixas ruivas.

— Hey. — O ruivo afastou-se, um pouco ofegante, com os olhos cerrados. — Que tal continuarmos isso lá no quarto?

Ele não precisou falar duas vezes para que o namorado levantasse, ainda com ele no colo, tendo tempo apenas de agarrar as pernas ao redor de sua cintura e enrolar os braços ao redor do pescoço de Katsuki para não cair no caminho para o quarto.

Eijirou riu quando Katsuki quase o derrubou no caminho, sendo obrigado a pressioná-lo contra uma parede para evitar um desastre, sendo seguido do próprio autor do quase-crime com uma risada descontraída.

— Porra, você tá pesado, a culpa não é minha! — reclamou, mas ainda tinha um tom risonho na voz.

— Você tá me chamando de gordo, Katsuki? — Ele fez um bico, cruzaria os braços também, se pudesse, para enfatizar a sua atuação.

— Ai, vai se foder, Ei. — Katsuki resmungou, mas não teve tempo de dizer outra coisa, porque logo seu namorado estava novamente clamando seus lábios e calando seus protestos.

Ouvir Katsuki rir daquele jeito era um privilégio de poucos, mas para eles, aquele era apenas mais um dia normal e cotidiano, era simples e confortável entre os dois, e aquecia o coração do ruivo que pudesse tê-lo assim.

Cotidiano - bnha | krbkOnde histórias criam vida. Descubra agora