Capítulo 2

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 A luz do sol invadia por uma estreita passagem entre as cortinas vermelhas da janela. O quarto não estava totalmente escuro, ainda era possível ver as silhuetas dos móveis.

— Snape? — a voz de Lucius, adentrou o quarto com sutileza, se misturando harmonicamente com o som da música que tocava no rádio.

Severus, sentado em sua poltrona do outro lado do quarto, aproveitava da brecha da janela para ler uma passagem da bíblia na qual mais lhe interessava no momento.

— A luz do seu quarto queimou de novo, Severus? — pronunciou Lucius, passando pela porta em direção ao disjuntor, acendendo as luzes do quarto, o deixando mais vivo.

— não, só não tive o capricho de acendê-la — Snape abaixou a bíblia, Deixando a página marcada em seu colo, depois, retirou seu óculos colando em cima do mesmo — então, qual assunto gostaria de tratar comigo hoje, Reverendo? — completou, sem enrolação.

— Não tenho assunto certo a ser acertar, Severus — Disse Lucius, arrastando a batina pelo quarto, apreciando as pinturas bíblicas espalhados sobre ele. Snape torceu o nariz acompanhando os movimentos do loiro pelo comando — sinceramente, não sei exatamente porque vi aqui.

— Pelo jeito, foi para me aborrecer.

— Que calúnia, sei que gosta da minha companhia.

— se você diz... — Snape se levantou, guardado o livro negro e seu óculos dentro do gaveteiro — bom, se não tem nada a dizer, então saia, pois, preciso arrumar minhas coisas para minha aula..

— Reverendo Snape — falou Lucius, ignorando totalmente o outro — esse dias estava reparando que andou prestando bastante atenção no garoto Potter, correto? — Snape cerrou o cenho, pensativo.

"onde Lucius queria chegar naquele assunto?" — pensou ele.

— de fato! — respondeu Severus, cruzando os braços — o jovem Potter, está enfrentando uma insônia terrível ultimamente, e estou tentando ajudá-lo com isso.

— aquele jovem tem algum "passado obscuro" ?

— o que dizer com "obscuro"?

— você sabe. muitos jovens nessa escola foram matriculados aqui, pois, enfrentaram coisas ruins em suas pobres jovens vidas — o loiro juntou as palmas de maneira que parecia estar brincando com a própria fé — só Deus sabe o que essas pobre almas passaram.

— Você acha que a insônia de Potter, pode ser consequência de um passado trágico?

— talvez, você não tem consciência disso?

— os tios dele nunca mencionaram algo do tipo — Severus pôs a mão em seu queixo deslizando o dedo indicado pensativamente sobre ele — Na verdade, nunca me comuniquei pessoalmente por eles.

— nunca?

— eles moram do outro lado do país, sempre mandam cartões para saber como Potter está, além do dinheiro da mensalidade.

— devem ser bem ricos.

— De fato — Severus por um momento afundou em sua mente, por algum motivo, achava que algo nessa história estava faltando — bom... preciso ir ou irei chegar atrasado para minha aula.

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Harry sentou-se à mesa, seu cabelo estava completamente bagunçado (mais do que o comum), parecia que a noite tinha sido mais longa que o previsto.

— Bosta — rosnou ele, batendo a cabeça sobre a mesa e deixando a testa vermelha

— se continuar assim, vai acabar abrindo essa cicatriz de novo — Disse Rony, se sentando também — o que houve?

Meu querido padreOnde histórias criam vida. Descubra agora