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Corria pelos corredores o mais rápido que era capaz, tão rápido que meu pequeno coração palpitava acelerado, sem descanso. Não importava se eu estava cansada ou não, precisava continuar correndo. Precisava chegar logo!
-Princesa!-A mulher me repreendeu assim que entrei em seu campo de visão-Vossa alteza não deveria estar aqui!-Nada discretamente a senhora se moveu para a frente da enorme porta dupla que escondia o quarto de minha mãe.
-Eu ouvi pelos criados! Me deixe entrar!-Agarrei as laterais do vestido, tentando conter a frustação que habitava meu corpo tremulo.
-Sobre o que a senhorita está falando?
-Não adianta tentar me ludibriar novamente!
A idosa respirou fundo antes de se pronunciar, de alguma forma ela parecia cansada. As olheiras fundas e escuras denunciavam seu estado, ainda mais que eram acompanhadas de uma assustadora palidez.
-Quem contou isso a você?-Ela se aproximou calmamente, tomando minhas pequenas mãos entre as suas, já calejadas por anos de serviço domestico.
-Eu ouvi!-Me afastei bruscamente-O castelo é enorme, me surpreende que tenham pensado que eu não notaria a ausência de minha própria mãe!
-Princesa Davina...Suplico para que entenda meus motivos.- Desamassou a saia do vestido amarronzado simples, o tecido parecia gasto- Não fará bem para uma criança da sua idade ver a própria mãe em um estado como este...
-Sou eu que vou decidir isso!-Ultrapassei a mulher, ignorando seus protestos abri as portas, eram tão pesadas que por um momento pensei que não fosse conseguir.
Assim que pousei meus olhos no quarto notei o emaranhado de cabelos vermelhos como as chamas espalhados pelos travesseiros. O quarto estava mais escuro que o normal, era iluminado apenas por algumas velas que oscilavam entre manter a chama acessa ou ceder às perturbações do vento, que invadia o cômodo pela janela escancarada.
-Mamãe?-Chamei tímida, a imagem da mulher caída na cama não se parecia nada com a que eu tinha de minha mãe. Aquela mulher de fato não era a mesma que me contava historias sobre seus jardins para que eu pegasse no sono todas as noites.
-Davina?-A voz fraca preencheu o cômodo frio, quase tão frio quanto o tom utilizado para me responder- O que faz aqui, querida?-Com certa dificuldade ela se virou para mim, os olhos tão foscos que por um momento pensei que tivessem perdido totalmente a cor, ou a vida.
-Ouvi boatos mamãe!-Engoli o choro, ignorando a queimação em minha garganta e a absurda pressão em meus olhos. A única coisa que não fui capaz de mascarar foi minha voz, que saiu tão tremula quanto o resto de meu corpo.
-Que boatos?-Se sentou, gesticulando para que eu sentasse na beira de sua enorme cama-Quer me contar?-Um sorriso tênue tomou seus lábios, mesmo fraco ele parecia tão caloroso e gentil. Como se fosse a única fonte de calor do quarto.
-Estão espalhando que a rainha pegou uma doença incurável!- Cerrei meus punhos, aceitando o convite de minha mãe para me sentar ao seu lado.
-Sou realmente uma tola.-Riu fraca-Esqueci que se pode controlar tudo, menos a língua das pessoas.
-Mamãe é verdade?-Voltei meus olhos para seu rosto, tão pálido...-Por que a senhora não me contou?
-Não queria te preocupar.-Acariciou minha bochecha.
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Arcanjos Maiores
Fantasy"Acho que finalmente está acontecendo..." "Do que o senhor está falando padre?" "Do apocalipse." Um mundo divido por reinos, cada um com sua peculiaridade e cultura, mesmo vivendo entre guerras o povo finalmente encontrou a paz....Pelo menos até cri...