42 ° Jeon

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Pov Sunhee

Voltava para casa correndo na chuva, essa que ficava forte a cada momento. Parei em frente ao portão da entrada do condomínio, vendo que o porteiro não estava lá... Como sempre, tentei abrir com a minha chave, porém não estava conseguindo o que só me deixava mais irritada.

Olhei no relógio vendo que passava das três da manhã, não tinha trazido meu celular logo não teria como ligar para ninguém.

— Sério que eu vou ter que pular essa merda? — Olhei para o enorme portão de grade.

Antes de tomar impulso para fazer isso ouvi passos vindo de longe e logo avisto uma ômega baixinha vindo de guardar chuva calmamente pela rua da entrada do condomínio.

Conforme ela ia se aproximando, seu cheiro tão família e seu rosto tão lindo iam me fazendo percebe quem era.

- Isso é hora? - Abre o portão com sua chave - Sabe que essa merda de porteiro nunca fica aqui, e pelo visto não trocou sua chave - Deu espaço para eu passar pelo portão - A fechadura foi trocada tem um mês Sunhee.

Continuei olhando para ela, sem dizer nada apenas a acompanhando enquanto andávamos lado a lado na rua silenciosa.

— É, vou trocar amanhã, eu só precisava respirar — Digo e ao invés de parar em frente ao meu prédio continuei andando com ela — Como soube que eu estava aqui

— Eu sempre sei — Deu de ombros — Só então percebeu que tínhamos passado da minha casa — Onde vai? — Me olhou

— Vou te deixar em casa, está tarde para ficar andando sozinha — Olhei para sua mãozinha tão pequena, tão fofa e ri com a sensação de conforto que passava mesmo sem querer.

— Está rindo do que? — Me olha estranho — Você tem problemas.

— Um monte, baixinha —  Seguro na sua mão finalmente a pegando de surpresa — Mas no momento nenhum deles importa — Ela aperta os dedos contra a minha mão.

— Não pode fazer isso — Diz quando finalmente paramos em frente a sua casa — Não pode brincar com meu coração assim, Hee — Me aproximo dela colocando minha mão livre no seu pescoço, sentindo sua pele quente em contraste com a minha, que por causa da chuva, está tão gelada

O arrepio e o choque que sobe pelos corpos é igual.

— Eu sei — Me aproximo mais — Por isso me dói tanto fazer o que eu tenho que fazer — Vi seus olhos perderem um pouco do brilho quando terminei de dizer — Sabe que eu te amo baixinha — Dei um beijo no seu nariz — Lembra sempre disso, pois mesmo eu sendo uma cuzona, eu te amo — Os olhos da ômega tinham lágrimas.

Eu a puxei para um abraço forte e senti ela se apertar tanto contra o meu corpo, em forma que mostrava que não queria que eu fosse embora, me doía demais, fazia meu coração se partir em pedaços e meu lobo deitar quieto e triste dentro de mim. Depois de longos momentos ouvindo seu choro abafado contra meu ombro e seu corpo dar leves balanços pelo soluço, me afastei um pouco dando um beijo em sua testa e as juntando logo depois.

— Vai — Digo em um sussurro — Entra baixinha, por favor.

— Se eu entrar —  Me olhou nos olhos - Essa decisão será definitiva, jeon — Engoli seco a ouvindo me chamar pelo sobrenome.

— Boa noite, baixinha —  Jihye se descolou do meu corpo e se virou entrando sem olhar para trás.

Senti meu coração apertar forte dentro do peito, de uma forma que eu não consegui respirar. Corri para casa sentindo essa sensação ir tomando conta de mim.

Como O Amor De Psiquê - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora