Um Amor Para Poliana

O começo

✿Poliana✿

De certa forma todos nós amadurecemos e mudamos nossa forma de pensar e agir sobre nós mesmos e sobre os outros também, quem sabe o que pode acontecer de um ano para outro não é?

Outro fim de semana se foi, e com o final dele, o início de uma semana, mas uma semana especial, era o primeiro dia de aula, no ensino médio, fiquei um ano fora, depois do meu acidente, meu pai e tia Luísa acharam que fosse melhor eu respirar novos ares, então fui fazer intercâmbio e minha tia foi junto, Tio Marcelo que morava junto com a tia Luísa ficou cuidando de tudo da casa e continuou dando aula na Ruth Goulart. Já eu concluí meu tratamento lá também, foi bem rápido até para mim voltar a andar, em 4 meses de tratamento eu já estava voltando a andar como antes, enfim, nós fomos para a França, lá conheci tantas coisas e tanta gente diferente, nunca tinha viajado para fora do Brasil, mas eu estava mesmo era com tanto saudade de todo mundo, Késsia, Luigi, Yasmin, João, Bento, não os via há tanto tempo, queria abraçar todos e pôr o papo em dia, chegamos de madrugada, mas eu nem ligava, não ia conseguir dormir mesmo, depois que eu e tia Luísa desfizemos nossas malas, guardamos tudo, arrumei minhas coisas para o primeiro dia de aula, estava cansada, o vôo durou 8 horas, então só cheguei e me joguei na minha cama, a tia Luísa e o meu pai, ou melhor, o Senhor Pendleton entraram num acordo, e às vezes eu ia para a casa dele e às vezes para a casa da Tia Luísa e do Marcelo.

Logo pela manhã, tia Luísa veio me chamar para tomar café, logo fui, me arrumei, e tia Luísa me levou até a escola, ela estava muito mais amorosa, mais próxima de mim, não era mais apenas relacionamento de tia e sobrinha, mas sim, uma segunda mãe para mim, uma amiga mesmo, eu podia falar tudo para ela, esse tempo viajando juntas, no aproximou muito.
Chegando na escola dei um beijo no rosto dela e me despedi.

– Tchau tia – acenei enquanto entrava na escola.

– Tchau Poli, juízo hein! – eu assenti com a cabeça.

Lá dentro, vi muitos rostos conhecidos que me cumprimentavam e eu retribuía, mas ninguém era Késsia, Luigi, Yasmin, João, ou Bento, até que...

– Ai! – Gritei automaticamente quando alguém me empurrou passando com pressa.

– Desculpa! Não vi você, deixa que eu te ajudo – meio zonza pelo empurrão forte, percebi que era um menino que me estendia sua mão – Poliana? Nossa, como você tá diferente, mal te reconheci.

– Éric! Quanto tempo! – falei enquanto me levantava dando um abraço nele.

Minha relação com Éric era meio complicada, eu sabia que ele tem ou tinha uma queda por mim, mas nunca tinha dado atenção à aquilo, por eu ser muito nova quando tive conhecimento daquele sentimento, mas já haviam se passado dois anos disso, ele provavelmente já tinha esquecido isso, porém tinha se afastado, bem quando viramos amigos, e eu gostava da amizade dele, mas claro, respeitei o espaço dele, porém, eu queria ser amiga dele de novo.

– Muito tempo mesmo, não te vejo há mais de um ano, você só mudou fisicamente, parece que por dentro continua a mesma Poli de sempre.

– Isso é bom? – Perguntei um pouco envergonhada, não era comum para mim receber esse tipo de "elogio".

– Óbvio, continua linda por fora e mais ainda por dentro – Ele falou enquanto me rodava e eu ria – é bom conversar com você, Poli, mas eu realmente preciso ir, nos vemos por aí – ele disse enquanto saía de costas, esbarrando em Luigi que vinha distraído.

– DESCULPA ÉRIC, NÃO FOI MINHA INTENÇÃO, VOCÊ TÁ BEM? – Luigi falava desesperado já pensando na punição que Éric iria lhe aplicar.

– Calma Luigi, tá tudo bem, toma seus livros, desculpa também, sabe como é, cada beleza que nos deixa distraídos... – falou enquanto olhava para mim, ele entregou às coisas de Luigi que caíram e saiu apressado novamente.

Eu e Luigi nos entre olhamos surpresos com aquele Éric totalmente pacífico e compreensível, até que Luigi e eu nos lembramos que não nos víamos há 1 ano, então corri para abraça-lo.

– LUIGIII!, Que saudade de você! – falei enquanto nos abraçavamos.

– POLIII! – ele dizia enquanto retribuía o abraço.

– Você tá diferente, tá maior, mais bonito – falei enquanto riamos.

– Você também, tá muito linda, e pelo visto, por dentro, não mudou nada, você não avisou que vinha – ele disse enquanto me olhava surpreso.

– É, o Éric disse o mesmo, eu queria fazer uma surpresa, e você acredita que o Éric conversou comigo numa boa?

– Se eu não visse ele sendo simpático comigo ali, eu não acreditaria – ele falou incrédulo.

– Pois é...talvez ele tenha mudado a postura dele, e esteja mais maduro, né?

– Ai Poli, eu acho difícil, o Éric muda em um dia, mas no outro, ele já está a mesma coisa.

– Ah, não sei, mas me fala como foram suas férias? – perguntei a ele enquanto  íamos adentrando a escola.

Mais para frente sentamos em um banco, enquanto ele me contava sobre às suas férias, ouvi uma voz conhecida se aproximando.

– Oi Felipowers, estou chegando aqui na minha escola, a Ruth Goulart, hoje é o primeiro dia de aula, esse é meu penteado e... – Era a Filipa, óbvio, se auto promovendo desse jeito, só poderia ser a própria.

Ela abaixou o celular que gravava um stories para seu perfil nas redes sociais, quando avistou eu e Luigi conversando e veio até nós, e eu já esperava às mesmas piadinhas de sempre.

– Oi Poliana, você já voltou? Como está sendo a volta às aulas de vocês? – Ela perguntou com um olhar mais empático.

– Estavam muito bem Filipa, até você aparecer – Luigi respondeu ríspido.

– Calma Luigi, só estou tentando ser legal.

– Não tá conseguindo, só parece que está mais chata.

– Para Luigi, quem sabe ela está querendo mesmo mudar – Eu falei baixo para ele – Oi Filipa, estou sim, é bom te ver, minha volta às aulas estão demais, e às suas férias foram boas? – perguntei animada.

– Foram muito boas Poli Poli, sabe, fui para os Estados Unidos e blá blá blá – assim ela falava animada de suas férias, até parar enquanto olhava fixamente para a entrada da escola boquiaberta, até que olhei na mesma direção.

Era João que vinha, e não era só eu e Filipa que olhavamos para ele, várias meninas que o viram, ficaram deslumbradas, o João estava alto, bonito como sempre, mas parecia estar mais ainda , ele caminhava distraído mexendo no celular, até erguer a cabeça na nossa direção e sorrir radiante, correndo para nós, enquanto Filipa ia na direção dele já esperando um possível abraço, me levantei para tomar o rumo até às salas para não atrapalhar já que o sinal já iria bater.

– João! Também estava morrendo de saudades suas... – Filipa diz indo de encontro com ele.

– POLIANA!!! – Ele fala me abraçando firme me levantando um pouco do chão, o típico João sem controle, ele me olhou exatamente como da primeira vez que nos vimos em São Paulo, fiquei tão surpresa, achei que ele tinha até esquecido de mim, depois de tanto tempo longe, provavelmente já tinha feito novas amigas, melhores que eu, mas aquele abraço, parecia que eu abraçava o Joãozinho de 5 anos atrás.

– João! Que saudade senti de você e dos seus abraços, que parecem só melhorar com o tempo – falei enquanto ele me botava de volta no chão ainda me abraçando.

– Tu não sabe a falta que tu fez aqui bichinha!