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Esta fatídica estória aconteceu por volta dos anos 70, praticamente na metade dos anos 70 mais precisamente. Harry Styles era um jovem de 17 anos que morava na vila de Amytiville, na cidade de Babylon do condado de Suffolk, em New York, Estados Unidos. Era uma vila pequena, aquelas típicas onde todos se conhecem, e se uma fofoca grande acontece, logo todos ficam sabendo. Harry amava morar ali. Mesmo que para o futuro seus sonhos eram na cidade grande, mas por ora, ele estava feliz onde estava.

Ele estudava na escola católica mais famosa da vila, a francesa Noble Saint. O lugar era rígido como qualquer outra escola comandada por padres e freiras que você escuta por aí. Era disciplinada e religiosa. Styles não tinha o que reclamar, já que seus pais eram apegados a religião, dada a profissão que eles exerciciam. Essa era uma das coisas pelo qual Styles não gostava tanto, porque seus pais acabavam se tornando famosos por onde quer que passem. Assim, na escola ou caçoavam dele, ou ficavam fazendo perguntas mirabolantes que ele nem sabia responder.

Então vamos lá. Anne Styles era uma clarividente. Ela conseguia prever o futuro e acessar o passado somente usando suas capacidades intelectuais, através de sensações e visões. Era uma mulher incrível aos olhos de Harry. Sempre foi uma esposa e mãe muito carinhosa e atenciosa em casa. Seu pai, Desmond, era um demonologista. Ele sabia tudo sobre demônios, sobre cada tipo e sabia identificar com muita facilidade se fosse até sua casa e soubesse que tem um rondando por ali.

Sendo uma clarividente e um demonologista, seus pais já tinham passado por muitas casas, atendendo a chamados de pessoas que diziam estar em casas mal assombradas, sentir forças sobrenaturais ou presenciar eventos estranhos, como objetos se movendo sozinhos. Eles eram bem famosos pelos casos que atendiam, já foram parar em jornais e davam palestras quando requisitados.

Apesar disso, de seus pais terem essas profissões, eles e Harry não costumavam abordar esses assuntos em casa. Era algo que Anne e Des sempre evitavam pela segurança do filho, seja física ou mental. Não queriam sobrecarregar Harry com estórias pesadas. E ele realmente não gostava de saber das estórias cabulosas que seus pais enfrentaram. Talvez era um pouco medroso com isso sim.

O único contato com o sobrenatural que teve foi aos 10 anos. Ele estava dormindo e no meio da noite sentiu uma presença estranha. Quando acordou, viu uma criança no canto do quarto o olhando fixamente. Era certamente uma aparição. Foi assustador e ele levou semanas pra voltar a conseguir dormir em seu quarto.

Quer dizer, era só uma criança, certo? Mas mesmo assim, ele não esperava ver uma aparição propriamente dita em seu quarto. Ele não queria ter o mínimo contato com esse mundo sobrenatural. Isso era uma coisa dos pais dele, não dele. Ele só queria estudar e viver sua vida em paz.

Então aquele evento felizmente tinha sido o único em sua vida, o que ele agradeceu muito. Ele rezava devotamente. Tinha um terço especial que ganhou de sua avó já falecida, era lindo, e carregava por todo lado pendurado em seu pescoço, sempre por dentro de suas camisetas. Era como se de alguma forma sua própria avó estivesse cuidando dele, embora ele não quisesse que ela aparecesse também.

Assim Harry cresceu, envolto da religião, apegado a Deus e querendo distância de demônios, aparições ou fantasmas. Mas na sua escola, o pessoal queriam o contrário, queriam saber de tudo e o importunavam até onde podiam.

— Então, Harry. Eu soube que seus pais estão em um caso envolvendo uma boneca, é verdade? — perguntou Niall. Harry suspirou. Seus pais haviam viajado para a cidade de Monroe, em Connecticut. Foi um chamado de duas jovens sobre uma boneca possuída.

— Eu não sei. Você sabe que eu não fico me intrometendo nos casos deles.

— Se eu tivesse os seus pais, eu ia querer saber de tudo. — comentou Zayn que mascava um chiclete, seu olhar distraído pelo pátio da escola, embora seus ouvidos bem ligados na conversa.

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