A Coroa de Zatana

Prólogo

A tempestade de neve ja se estendia por dias, intensos dias. Ninguém conseguia enxergar um palmo à sua frente, mas mesmo assim prosseguiam. O grande exército marchava com dificuldade na neve, com frio, com fome e com medo.

Os cavalos não queriam mais marchar, os homens imploravam para também parar.
Então, o comandante decide subir em uma das carroças para falar com todos, tentar encoraja-los de alguma maneira.

- O inimigo está logo a frente. Hoje pode ser o nosso dia de vitória ou de derrota - ele examina com atenção a reação de todos às suas palavras - De viver, ou morrer. Não temos mais escolhas, não temos mais o que fazer.
Surpreendentemente, ele sorri. Aqueles sorrissos tristes, que todos sabem que as pessoas dão quando estão a beira da loucura.

- E sendo assim, não temos mais o que temer! - ele grita com forte voz, ecoando entre os pinheiros cobertos de neve e as alvas montanhas - Portanto, marchem! A vitória e a glória os esperam, de qualquer modo, seja qual for o fim. Entreguem tudo de si! Por vocês, por suas famílias e por nosso reino! - dito isso, todos gritaram.

Este realmente era o fim, e que escolhas mais eles poderiam fazer?

Há uma linha muito tênue, e demasiadamente insana, entre o caos total e furioso, e a vitória bela e gloriosa. O que separa os vencedores dos perdedores é saber não enlouquecer quando está preso na linha do pré-final.

O fim sempre chega, para todos.

E aqueles guerreiros não enlouqueceriam agora, não ficariam com medo e não temeriam o fim.
Eles eram filhos do caos, do medo e do fim.  Vieram da escuridão, da dor e cinzas. Não temem a morte desde o ventre de suas mães, e tão pouco desistiriam por causa do frio ou o cansaço.

Os filhos do inferno não tem porque temer o frio. Os descendentes de Zatana não abandonam seu reino e seu legado aos inimigos.

Eles prosseguiram e, posso jurar que, as montanhas tremeram quando eles marcharam violentamente em direção a amaldiçoada capital de Salém.