Capítulo 41

1.6K 127 84
                                    

                 Manoela Adams

Sinto uma forte dor de cabeça ao forçar meus olhos para abri-los, tudo gira e minha vista está um caos, o que está acontecendo? Onde estou?

Começo a estranhar o local, um quarto branco com alguns aparelhos ligados a mim, estou em um hospital?  não consigo assimilar nada que está acontecendo. Uma moça entra no quarto com um copo de água e logo tento me levantar para falar com ela porém sinto minha barriga doer forte, e minhas costas praticamente fazerem um barulho estranho.

— Oh não, você está de repouso não pode levantar agora pois acabamos de fazer os procedimentos, o feto foi expulso naturalmente do seu organismo já que o perdeu a 12 dias mas mesmo assim precisa de repouso.

O quê? Feto? Repouso? Estou sonhando ?

— Eu não tô entendendo nada, o que está acontecendo? — pergunto e a moça me olha espantada, que porra é essa?

— Você não sabia? —  ela pergunta e na mesma hora uma mulher com um jaleco branco entra no quarto

— Pietra, vá adicionar um calmante para o jovem da sala 67, ele está muito alterado e a pressão dele baixou muito e aproveite e verifique os batimentos cardiacos do senhor Adams. —  ela diz

Travo no meu lugar quando escuto "senhor Adams" meu pai está aqui? Ele está doente! Meu deus...

Como um filme, começo a pensar em tudo que a moça me falou e também me lembro do que aconteceu antes disso... Primeiro eu desmaiei no quarto, segundo acordo em uma cama de hospital, terceiro ela fala de feto pra mim, quarto o meu pai está aqui também....

Não.

Não pode ser.

Eu não estou grávida.

Como será que o Gustavo está?

Várias perguntas e minha cabeça dói muito só em pensar em alguma coisa.

— Alguém poderia me explicar o que está acontecendo? Eu estou mesmo grávida? —  perguntei e a enfermeira saiu me deixando sozinha com a médica, acho

— Então querida, antes de tudo peço que fique calma ok? —  assinto já ficando nervosa

Ela começa a falar sobre tudo que aconteceu e no momento que ela diz: "você perdeu o bebê" não consigo mais escutar ela, é como se minha mente estivesse em outra dimensão no momento.

Meus lábios secam, meus olhos se enchem de água, minha cabeça gira e no peito, meu coração bate acelerado, meu peito dói com um sentimento indescritível.

Eu nunca o vi, eu nunca o toquei, eu nunca soube da sua existência mas a dor que sinto é a maior do mundo, mesmo sem ter tido a chance de o ver nascer.

E é nesse momento que percebo e sinto, a culpa.

Foi minha culpa. Tudo que está acontecendo é mérito meu, eu não me cuidei, eu não procurei um médico mesmo sentindo todos os sintomas...

Talvez se eu tivesse falado com alguém, se eu tivesse procurado fazer exames, eu não teria o perdido.

Começo a chorar desesperadamente, grito, soluços intermináveis saem da minha boca.

— Precisa se acalmar agora, está com seus batimentos acelerados isso não faz bem pra você! — a médica diz tentando me acalmar

Não consigo me controlar, a dor da perda me deixa louca eu só quero gritar, eu só queria voltar no tempo e poder fazer tudo diferente...

My possessive love Onde histórias criam vida. Descubra agora