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ÓDIO

    Era a única palavra que se passava na minha mente, um ódio tão grande e intenso que eu tinha vontade de gritar ao ponto dos meus pulmões estourarem
     Eu não entendia pq meu padrasto e minha mãe resolveram se mudar para o Canadá, éramos tão felizes em Los Angeles, um lugar bonito, quente, com várias praias lindas. Mas saímos do meu lugar dos sonhos pra irmos morar em Vancouver, um lugar chato, frio e provavelmente sem nada pra fazer
     Estávamos dentro daquele carro já faziam algumas horas, mas pra mim pareciam séculos, e a cada quilômetro rodado, eu sentia minha vida e toda minha felicidade indo embora de mim
     Minha mãe até tentou puxar algum assunto comigo durante a viagem, mas eu não estava nem um pouquinho interessada no que ela tinha pra falar, então apenas mantive meus fones em meus ouvidos
     Os dois sabiam muito bem que eu estava muito brava, pois deixei meus amigos lá, minha escola, minha cidade. Kyle, meu irmão mais novo até tentou me animar cantando R U Mine do Arctic Monkeys pra mim, ele sabia que era minha favorita, apenas 4 anos e tão esperto, eu amo esse menino com todas as minhas forças, mas infelizmente ele não conseguiu me animar, mas sorri com o gentil gesto
     Tom, meu padrasto, parou em uma cidade (no centro da cidade para ser mais específica) no meio do caminho, algum lugar em Oregon, e disse que eu poderia escolher o que eu quisesse, tanto para comer, quanto alguma roupa ou acessório que eu quisesse pegar para "arrasar no primeiro dia de aula da minha nova escola"
     Essa frase me deu um embrulho no estômago. Eu estava indo para um novo país, um novo estado, uma nova cidade, e uma nova escola onde eu não conhecia absolutamente ninguém
     Eu nunca fui o tipo de menina que sai para todas as festas, volta tarde pra casa, bebe, fuma e faz tudo de errado
     Sempre fui uma garota reservada, nunca namorei, mas já havia beijado alguns garotos na vida. Festas pra mim eram todas entediantes, eu não via graça em ir para um lugar, ficar bêbada, chegar em casa e vomitar horrores, eu sempre preferi ficar em casa vendo um filme clichê romântico ou lendo um bom livro
     Sai do carro e mal consegui andar, pois minhas pernas estavam bambas pelo fato que eu já estava a 9 horas dentro de um carro
     Assim que dei alguns passos, senti um bom cheiro de grama, aquela era uma cidade pequena, provavelmente no interior, estava um clima agradável, não tão quente e nem tão frio
     Logo saíram o resto da minha família do carro, todos sorrindo e felizes, aparentemente a única pessoa que não estava nada feliz com a mudança era eu
     Logo Tom chegou perto de mim

     — Heather, posso falar com você filha? — ele perguntou em um tom de voz normal, e eu apenas concordei com a cabeça

     Minha mãe se casou com Thomas quando eu tinha 9 anos, e ele sempre foi uma figura paterna maravilhosa pra mim, eu o considerava como se ele realmente fosse meu pai, já que o meu pai de verdade nunca ligou pra mim, e a única coisa que eu recebo dele é a pensão
     Ele me abraçou de lado e me levou até uma loja de roupas, que tinhas peças lindíssimas, fiquei encantada assim que as vi
     Era uma loja que tinha vários artigos de "burguesa", vários vestidos de seda, brincos, colares, pulseiras e anéis revestidos de strass

     — Uau — eu disse como um sussurro, e Tom deu um riso abafado

     — Sabia que ia gostar — ele olhou ao redor — olha querida, eu sei que você não queria se mudar, e ainda na sua adolescência, que é a melhor fase da sua vida — ele dizia andando comigo pela loja — mas pense em todos nós, vai ser muito melhor pra gente, e tenho certeza que você vai se adaptar bem lá

— Tenho medo de não me acostumar — eu disse olhando pra ele

     — Você vai meu amor — ele deu um beijo em minha testa — e olha só esse colar, ele é perfeito pra fazer inveja em qualquer menina — ele pegou um colar com vários símbolos da Playboy, e eu ri com seu gesto — acho que vamos ter que levar

Love and HateWhere stories live. Discover now