o amor as vezes pode ser intenso, pode machucar e até mesmo nos parar. Mas ele sempre vai nos curar, nos acolher e nos fazer sentir melhor.
Uma coletânea de histórias de shipp Allhina
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Hinata guardou o livro na estante, olhando ao redor, para perceber que estava sozinha naquele momento. A bibliotecária soltou o cabelo escuro e tirou os saltos altos, indo até sua mesa. Ainda faltavam duas horas para fechar, mas sabia que ninguém ia até lá depois das seis da tarde, principalmente um bando de universitários loucos por uma festa.
Não que ela não fosse uma também, só gostava mais do trabalho que tinha conseguido no campus do que das festas chatas, onde meninas de dezoito anos achavam que tinham vinte e cinco.
Abriu o livro que estava lendo e se afundou na cadeira onde passava cinco horas por dia, com muito prazer. Mergulhou na leitura, até ouvir o som dos passos que vinham do corredor. Não era normal que algum aluno estivesse ali numa sexta feira, então se levantou, vendo o corpo do professor de literatura clássica entrar no local.
Yamato era um homem alto, o cabelo castanho bem cortado e o corpo parecia ser treinado. Estava sempre de bom humor, então foi um choque para a Hyuuga ver o rosto cansado do professor.
O homem se assustou ao ver a jovem aluna ali. Sorriu fechando os olhos e deixou sobre a mesa a lista de livros que iria passar naquele semestre.
— Parece que teve um dia difícil professor, precisa desabafar? — A voz demonstrando preocupação verdadeiro, juntamente com o pacote dos olhos lavanda brilhantes e o cabelo preto solto, fez o homem querer realmente conversar.
E aquela noite foi só a primeira de muitas. Todos os dias depois do expediente eles se sentavam nas poltronas macias e bebiam vinho, falando sobre trivialidades e sobre seus autores favoritos.
Hinata soube que o homem tinha acabado de sair de um processo complicado e demorado de divórcio. A esposa havia o traído e não estava facilitando as coisas para o término da relação.
Sem perceber, estava se apaixonando pelo professor. Sentia o corpo quente quando estavam próximos, queria poder tocá-lo de forma mais íntima, beijar os lábios finos que pareciam tão experientes. Mas sabia que era errado, ele estava apenas buscando uma amiga.
No entanto, uma noite ele não apareceu, e aquilo a feriu mais do que ela gostaria. Sentou -se sozinha nas poltronas, bebeu seu vinho e depois foi embora. Na semana que se seguiu apenas viu o professor na sala de aula, e trocaram palavras apenas sobre a aula.
Era sexta-feira, fazia exatamente três meses que eles começaram a conversar e quase um que ele não aparecia mais. Sentou na cadeira confortável e ligou o rádio, bem na hora que ouviu o locutor dizer algo que lhe chamou atenção.
" — Essa é uma música especial para uma garota especial. Querida não sei se estará ouvindo, mas mesmo assim preciso dizer. Eu sinto muito por sumir, estava preso nos meus medos e hoje sei que estou completamente rendido a você."
Hinata revirou os olhos, odiava aquele programa, isso até sua música preferida tocar no rádio, ao mesmo tempo em que Yamato entrou na biblioteca, segurando flores e uma garrafa de vinho.
— Acho que me apaixonei por você… — Ele disse sorrindo abertamente.
Então a morena correu para os seus braços, beijando os lábios que queria tanto, confessando seus sentimentos ao som de Take On Me, do A-ha.
