I wanted it, I wanted It bad

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 “Onde você está indo?” Gritou ela às minhas costas.

“Embora, não há mais nada aqui para mim, acabou.” Falei por fim, saindo pela porta, deixando-a chorar, em meio a gritos de raiva.

Saí pela noite escura, caminhando pela rua, com rumo traçado em minha mente, eu precisava dele, por mais que negasse, por mais que não quisesse, eu o amava. Tropeçando em meus pés, com apenas a roupa do corpo. Minhas lágrimas de raiva embaçando meus velhos óculos, as mãos nos bolsos apertando a si mesmas, tentando não socar meu próprio rosto. Tudo havia acabado por causa dele, e ele era meu refúgio. Sexo já não era o suficiente, ele saciava meu corpo de uma forma inexplicável, mas meu coração gritava por ele. Eu queria seu corpo, mas também queria seu leve toque sobre a minha pele, que me acalmava, e me trazia a paz que eu tanto procurava. Sua voz angelical que me fazia delirar com apenas uma palavra gritada em meio ao prazer, meu nome. Entrei no primeiro bar que encontrei, sujo, bêbados por todos os lados, em situações melhores ou piores que a minha. Ali era o inferno e o bom filho a casa tornava. Ali eu o havia visto pela primeira vez. Tentei arrancar aquela memória de minha mente bebendo o que podia e o que não podia. Bêbado, meu rosto deitado sobre o balcão, meus óculos caindo sobre o meu rosto, eu praticamente o via entrar por aquela porta, e eu estava quebrado, partido. E a culpa era dele. Adormeci com raiva dele, acordei o desejando. Levantei cambaleando, indo até o meu inferno no paraíso, até ele.

Parado à porta. A dor, imagens aparecem em minha mente, memórias. A raiva me consumindo, tudo, tudo parece desmoronar, e quero derrubar o que me separa do que eu descobri querer. Memórias da noite anterior me consumindo. Silêncio. Gritos. Dor. Raiva. Angústia. O fim. Acabou. O álcool ainda me consume. Seis horas da manhã, minhas unhas arranhando as paredes a minha volta. Vozes silenciosas gritando em minha mente. E eu ainda estou lutando, mesmo tudo sendo uma bagunça. Por quanto tempo aquele sentimento esteve ali? Quando o sentimento surgiu, não quando ele surgiu. Ele sempre esteve lá, mesmo sem estar, estava, ele era, mesmo sem ser. Pensei não ser capaz de amar, não ser capaz de sentir, mas eu sinto, e eu quero. Eu quero quebrar todas as barreiras e tomar o que é meu. Ele entrou na minha vida um ano antes, seu rosto angelical como um demônio, seus olhos tão azuis e frios como uma tempestade em alto mar. Seu corpo esguio como uma cobra, à espreita, esperando o momento certo para agir, e agiu, me fez sentir sensações carnais que ninguém havia me proporcionado, mas nem mesmo de beijar seus lábios tive coragem, pois assim sendo, não consideraria uma traição no meu interior. Em casa minha esposa dormia, enquanto meu corpo a outro pertencia, meu corpo era dele, mas meu coração não pertencia a ninguém. Nunca amei minha esposa, uma amizade que acabou se tornando algo mais, fora mais fácil daquele jeito, seguir do jeito que estava. E agora, sete anos depois, eu não sentia nada, me sentia vazio, e meu coração parecia esticar, tentando se prender ao que me parecia real. Na noite anterior, depois do fim silencioso de meu casamento, gritos que não diziam nada. O bar me acolheu, preenchendo minhas veias com álcool, preenchendo meus sentimentos, e minha mente. Tudo acabou por causa dele. Ele era a razão de tudo. Três meses antes ele havia dito que me amava, que queria ser mais. Mas como poderia se eu nem ao menos o beijava? Apenas tomava seu corpo, tentando preencher o vazio que existia em meu peito. Minhas palavras enlouquecedoras pairando em minha mente. “Você não é nada para mim, é apenas um divertimento, não passa disso, eu tenho uma vida, e você não faz parte dela.” Seu rosto em minha mente, suas lágrimas caindo pesadas sobre seu lindo rosto, mas na época eu não sentia arrependimento pelas minhas palavras, porque era a verdade. Agora tudo me corroía, há quanto tempo eu amava meu amante? À noite quando eu fechava meus olhos, eram seus olhos azuis que eu via, era sua boca rosada clamando pelo meu corpo que eu via. E eu tentava não ceder. Eu não queria ceder, de jeito nenhum. Eu não podia ter sentimentos por ele, eu não tinha sentimentos. As luzes do corredor piscavam, embaralhando minha visão, meus óculos quebrados no chão, a porta ainda fechada, a coragem de entrar ainda não existia. Tudo parecia gritar dentro de mim, mas ali o silêncio reinava, quebrando cada pedaço de minha existência. Aquele era o meu fim, ou o meu começo. Eu não queria sentir de jeito nenhum, mas ele tomava conta de mim, e meu corpo clamava por ele, assim como minha mente e o coração que parecia me rasgar o peito. Aquela maldita porta me separava de meu destino, eu queria quebrá-la, mas queria a manter intacta, queria manter minha vida intacta, meu passado, mas tudo parecia se esticar, até o alcançar. Ele era meu passado, meu presente, e meu futuro. Ele era, e simplesmente era, tudo sem ser nada, era sem tentar, era apenas sendo. Louis é.  Sequei minhas lágrimas com a manga do casaco pesado que vestia, juntei meus óculos quebrados, os colocando sobre minha face, enxergando através das lentes quebradas, me pus de pé, tentando me recompor, era agora, ou nunca. Ou eu entrava no inferno, ou fugia do demônio. E eu tinha medo das duas opções, mas eu sabia que eu era tão quebrado quanto ele, mas talvez nossas partes quebradas se encaixassem de alguma forma, nos deixando inteiros, como um só. Frente a frente com a porta, que me separava de tudo que eu era, e tudo que eu queria. Meu punho levantando lentamente, tocando a madeira, fazendo soar o pedido de uma vida. Eu não só queria entrar ali, eu queria mudar. Eu queria amar. Depois de alguns segundos de puro desespero, vi a porta se abrir a minha frente, o revelando. Ali estava ele, meu pior inimigo, que eu amava com todas as minhas forças, meu amante, que me dava prazer, e ao qual eu me negava a sentir qualquer coisa, mas agora eu sentia. Eu sinto. Seus olhos azuis encarando os meus, me fazendo um milhão de perguntas sem resposta. Eu estava a sua frente, totalmente exposto, de ressaca, meu rosto inchado devido às malditas lágrimas que eu derramara por ele, e ele não fazia a mínima ideia do quanto ele significava para mim. Não nos víamos há mais de um mês. Mesmo depois de eu o rejeitar da pior forma possível ainda cedi a ele, acabando com tudo dois meses depois, mas novamente eu estava ali, não somente implorando seu toque, mas implorando por seus sentimentos rejeitados, que talvez nem existissem mais, eu os queria de volta, eu me arrependia. Ele fazia parte da minha vida, ele era minha vida. Um passo dado, minhas mãos segurando sua cintura, enquanto suas mãos apertavam com força meus ombros. Seus olhos refletiam os meus, que brilhavam como chamas de meu inferno particular. Minhas mãos espalmavam seu corpo, sentindo sua pele, sua essência e tudo que ele era, e o que significava. Ele era meu. E agora, por mais que eu ainda negasse, eu o pertencia. Meus olhos focando nos seus, tentando fixar sua imagem em minha mente. Eu não queria fechar meus olhos por nem sequer um segundo, com medo que ele desaparecesse como em todos os meus piores pesadelos. Lentamente movi meu rosto em direção ao seu, roçando meus lábios contra os seus, o assustando com o ato, mas o fazendo relaxar assim que meus lábios finalmente tomaram os seus, pela primeira vez. Seu gosto me preenchia, e eu nunca quis tanto aquilo em minha vida, eu queria sentir. Tomei seus lábios, os sugando e os mordendo, para por fim tomar sua boca, que se abria me dando passagem, sua língua encontrando a minha como um raio atinge seu destino, dissipando toda a energia que nossos corpos sentiam. Eu sentia. Um beijo longo, de desejo e raiva, raiva por tudo e por nada, eu forçava meu corpo contra o seu, apertando sua pele, deixando marcas em seu delicado corpo. Caminhei com ele lentamente até a cama, que se encontrava em meio ao seu loft. Ali, onde todos os pecados eram cometidos, os pecados carnais, ali que meu corpo se fundia ao dele, fazendo a harmonia perfeita, e dando sentido a tudo, e pela a primeira vez eu sentia, e entendia. Deitei sobre ele, apoiando-me sobre meus braços, sobre a cama, com força, deixando a mostra minhas veias, saltadas sobre meus músculos. Eu queria o tomar e finalmente me sentir completo do jeito que fosse. Beijei seu rosto, seus olhos, seus lábios, sua mandíbula rígida, seu pescoço, sugando sua pele, a deixando arroxeada por onde minha língua passava. Beijei seu peito e seu abdômen, contemplando tudo que ele era a minha frente, um anjo enviado diretamente do inferno para acabar com a minha vida. Sentei em meio a suas pernas, admirando seu corpo, e seu rosto que demonstrava todos os tipos de sentimentos, me trazendo diferentes sensações. Tirei meu casaco, em seguida minha camisa, deixando a mostra minhas diversas tatuagens, que sempre foram sua perdição, suas mãos não demoraram nem um segundo para espalmar minha pele exposta, traçando linhas por minhas tatuagens, as redesenhando com as pontas dos dedos, beijando cada uma delas, me fazendo estremecer, e implorar mentalmente por mais, por muito mais. Levantei-me subitamente, me livrando de minhas botas, meias, calças e cueca. Parado a sua frente totalmente exposto, nu, não somente nu fisicamente, mas nu mentalmente, nada nos separava, aquele era eu como ninguém havia visto, sem filtros, sem nada, o homem sem sentimentos, que agora amava depois de tanto fugir de seus sentimentos mais insanos. Abaixei-me a sua frente, passando minhas enormes mãos por suas coxas grossas, arranhando sua pele, voltando rapidamente e tirando o único pedaço de tecido que cobria seu corpo. Sentei-me sobre suas coxas, seus braços me envolveram, mas eu coloquei as mãos em seu peito, o empurrando para trás com força, o jogando na cama, desci lentamente, ficando no meio de suas pernas, segurando suas coxas sobre as minhas. Coloquei dois dedos em minha boca, os lambendo e os lubrificando. Levei os mesmos a entrada de Louis, o circundando, fazendo seu corpo tremer com meu toque, fazendo seu corpo ficar rígido assim que meus dedos o adentraram, e relaxar quando o tomei. Meus dedos estocando lentamente por seu corpo, o acendendo, o alargando e o tendo, para mim, só para mim. Estoquei fundo, atingindo seu ponto de prazer, fazendo sua voz angelical soar pelo cômodo, ecoando em minha mente, que parecia alucinada, ele era minha pior droga. Tirei meus dedos de seu corpo, me posicionando a sua frente, pronto para atacar, como um animal, à espreita de sua caça. Afundei meus joelhos na cama, puxando sua cintura para mim, afundando meu membro em sua entrada com força, o fazendo choramingar meu nome. Eu estava lá, tudo aquilo era real, e eu sentia, eu estava dentro dele, e éramos um, completos, e eu ainda estava lutando. Puxei seu corpo para o meu, o elevando a minha frente, o trazendo para mim, o fazendo ser meu. Seu corpo sobre o meu, minhas mãos em sua cintura, me fazendo entrar e sair dele, estocando com força contra seu frágil corpo, enquanto ele quicava sobre mim, gemendo meu nome, que soava como uma sinfonia para meus ouvidos, tudo acontecia muito rápido, e eu sentia, meu coração pulsava a cada estocada, e eu sentia. Éramos um só, e meu coração esticava-se tentando alcançar o seu. Meus olhos fechados, sentindo seu corpo contra o meu, e tudo que aquele momento era. Ele era, ele é. Senti meu corpo se esvair dentro dele, derramando meu prazer sobre seu corpo, o fazendo gritar com toda sua força, batendo com força contra meus ombros, e se derramando sobre meu peito.

“Eu te amo.” Sussurrei, aquelas palavras saindo de minha boca pela primeira vez em toda minha existência.

“Eu sei.”

 

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⏰ Última atualização: Mar 27, 2015 ⏰

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