ETERNIDADE - URRIDALGO

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS: FICAR

~~SABINA~~
~~13:24~~
~~SEXTA-FEIRA~~
~~RESIDÊNCIA EM NY~~

          A noite tinha sido muito difícil para mim, muitas coisas estavam na minha cabeça e sem contar o fato de que Noah não parava de me mandar mensagem e me ligar. Numa dessas vezes eu atendi.

                          LIGAÇÃO ON

SABINA: São três da manhã, para de me incomodar!

NOAH: Por favor Sabina eu só quero conversar. Fala comigo por favor.

SABINA: O que você quer?

NOAH: Eu quero saber sobre a sua filha ou melhor nossa filha. Qual o nome que você deu para ela?

SABINA: Posie. -Falo e pensa como ela deve estar abalada.

NOAH: Muito lindo! -Consigo sentir sua alegria do outro lado da linha. -Por que você nunca me falou dela?

SABINA: Eu não tô com saco para falar com você agora.

NOAH: Ok, então amanhã eu passo aí. Não se preocupe eu sei aonde você mora.

SABINA: Como?

                     LIGAÇÃO OFF

        Como ele sabia aonde eu morava, essa era minha dúvida. Talvez fosse bom conversar com ele e enfim nos resolvermos, mas minha filha ainda estava de mal comigo e eu teria que resolver isso com ela antes que ele chegue aqui. Eu tenho sorte por Emily estar de folga amanhã e poder cuidar dela enquanto nos conversarmos.

        Levanto da cama e vou até o quartinho de Posie, ela está dormindo tão calma, mas seus cabelos entregam que ela se mexeu muito. Vou até o lado de sua cama e arrumo seus cabelos, fazendo eles sairem de cima do seu belo rostinho.

POSIE: Mamãe? -Ela fala meio sonolenta.

SABINA: Oie filha, a mamãe pode falar com você? -Ela coça o olho com a mão direita e afirma com a cabeça.

POSIE: O que aconteceu?

SABINA: Então filha, seu papai vai vir aqui amanhã. Mas ele só vai te ver depois que eu conversar com ele. Eu sei que você quer muito ficar mais tempo com ele e eu também sei o quanto isso é importante para você, sei que eu errei nunca te falar dele, mas ele é um cara muito legal.

POSIE: Tudo bem mamãe, será que ele vai me trazer um presente? -Ela diz eufórica.

SABINA: Eu não sei, vamos ver se amanhã ele trás. Agora dorme filha amanhã vai ser um dia bem longo.

     Dou um beijo em sua testa e levanto de sua caminha e saio do quarto fechando a porta do mesmo, caminho em direção ao meu quarto e percebo que tem alguém ali, Emily.

SABINA: O que você está fazendo aqui? -Pergunto pulando na cama.

EMILY: Eu não conseguia dormir de tantas vezes que o seu celular tocou. E eu ouvi que o Noah vai vir aqui amanhã. E sua chamada no telefone com ele.

SABINA: Você conhece privacidade talvez? -Olho para ela com os olhos arregalados.

EMILY: Conheço, mas nesse caso não se aplica. E eu sei o que está passando na sua cabeça, não se preocupa. E quem passou o endereço daqui para ele fui eu.

SABINA: VOCÊ O QUE? -Eu gritei.

EMILY: FICA calma eu só tava dando um empurrãozinho em vocês.

SABINA: Eu devia te empurrar pela janela agora. Mas tudo bem, talvez você ajudou mesmo.

EMILY: Viu, não é difícil de aceitar que eu estou certa. -Eu reviro os olho. -Bom vou dormir. Beijinhos.
 
        Ela levanta da minha cama e sai do quarto e depois que ela sai eu penso em como vai ser amanhã. Pode ser ótimo ou também pode nos destruir novamente. Eu estava adiando um problema, mas não tinha como não adiantar esse, era muita coisa em jogo.

      Bom já era de tarde quando escuto a campainha tocar e emily abrir a porta. Não vi Posie gritar nem nada, tenho certeza que Emily botou ela no banheiro. Escuto uma voz masculina.

NOAH

       Ele estava aqui e eu escuta ele subindo as escadas, quando batidas seguidas uma da outra bateram em minha porta. E eu só gritei um entra. Eu o vi entrar no meu quarto, como isso era possível foi tão rápido, parece que foi ontem que nos despedimos no hospital. Ele não mudou muito só parecia mais maduro, um pessoa com muitas responsabilidades. Só agora eu o olhava direito.

NOAH: Posso? -Ele pediu apontando para a cama.
   
          Afirmei com a cabeça e fiquei o olhando, como passou tanto tempo que eu não via aqueles olhos verdes, por mais que eu ainda tinha um pedacinho dele comigo, era diferente velo. Ele estava correspondendo meu olhar e era como antigamente aquele silêncio bom, apenas nossos olhos se comunicavam. Ele parou de me olhar e voltou seus olhos a suas mãos que estavam apoiadas nas suas pernas e quebrando o silêncio.

NOAH: Então..... Por que você nunca me falou dela? -Ele pergunta voltando a me olhar e franzindo o cenho.

SABINA: Eu tinha medo de que tudo se repetisse. Eu não ia aguentar perder outro filho. Eu sonhei com você todas as noites Noah, que eu te contava e a maioria das vezes você gritava comigo.

NOAH: Mas isso era sonhos, não significa que iria acontecer de verdade.

SABINA: Eu sei, mas eu tinha medo. Sabe MEDO. Emily cuidou de mim e de Posie desde que você foi embora.

NOAH: Você devia ter me contado. Eu vivi quatro anos da minha vida e eu tinha uma filha e eu simplesmente não sabia da existência dela. Você sabe que tirou esse direito de mim, eu queria participar da vida dela, mas você não deixou.

SABINA: Eu sinto muito Noah de verdade, eu só tinha medo que você nos abandonasse como já fez. Eu sinto muito mesmo, ela quer você na vida dela e eu não posso proibi-la, ainda mais agora que ela sabe quem é o pai dela. E antes que você falar mais alguma coisa, eu nunca falei mal de você para ela, eu sempre disse que é um cara muito legal, mas não podia ficar com nós naquele momento.

NOAH: Que bom que ela não me odeia. Então eu posso vir passar o dia com ela e buscar ela para sairmos passear ou fazer qualquer coisa que ela queira? Por que eu preciso muito fazer parte da vida dela, eu sinto que perdi tudo. Minha vida parece ter novas possibilidades.

SABINA: Pode Noah e acredite eu sei como é. Mas por favor me avisa antes de sumir com ela.

NOAH: Eu aviso sim. A outra coisa, como é o nome dela completo?

SABINA: Posie Hidalgo.

NOAH: Você não botou meu sobrenome nela? -Ele fala indignado.

SABINA: Eu tava com ódio de você, depois nós vemos isso. Agora vamos descer conversar com ela.

      Levanto da cama e Noah levanta junto comigo, deixando nós dois muito próximos um do outro e merda todas as lembras voltaram.