Sem fôlego

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Notas do Autor
Olá meus amores,

Trago hoje mais uma história. Esta será uma shotfic.

Essa fic nasceu através da proposta do @ de nos inspirarmos em nossos filmes preferidos da Disney, fazendo uma releitura mesclando com o universo de Inuyasha e adicionando muito de nossas próprias ideias originais a fim de tornar tudo mais divertido para nós mesmos.

Espero que gostem <3

Beijos no coração :*

∻➶♡➴∻

KAGOME

A sete anos meu pai se foi.

A sete anos eu me irrito com meu padrasto. Foi por causa dele que há sete anos entendi o significado da palavra "raiva".

Raiva é o que eu sinto assistindo minha mãe sofrer com câncer e os remédios caríssimos. Raiva do homem que ela arrumou para sua vida, que passa mais tempo bêbado do que sóbrio. Raiva porque ele não coloca uma mísera moeda de dinheiro dentro de casa.

E é por causa disso que parei de estudar e buscar um futuro melhor para poder trabalhar em tempo integral.

Eu preciso do trabalho no hotel. O salário ajuda a pagar as contas e os remédios da minha mãe. Todos os meus sonhos haviam sido despedaçados e precisei largar a faculdade.

E com tantos problemas, estou disposta a permanecer solteira.

Minha mãe não quer terminar o seu relacionamento com "ele". Por mais que aquele inútil não a ajude e nos perturbe tanto. O pior é que ao longos dos anos, a fortuna deixada pelo meu pai, foi gastado com farras e bebidas. Hoje quase falta alimento na nossa mesa.

Eu sentia autodepreciação por não conseguir partir e dar as costas a eles como Souta - meu irmão caçula - fez assim que terminou o ensino médio. Tenho quase certeza absoluta, meu pai deve estar se revirando no túmulo com a nossa família destruída.

Por mais ódio que tenho de tudo isso, sinto uma onda de compaixão pela minha mãe. E é por ela que tenho trabalhado tanto para pagar o seu tratamento.

Eu durmo em um quartinho no segundo andar, termino de me arrumar e desço as escadas. Encontro minha mãe deprimida no sofá, assistindo televisão. Não há nenhuma expressão em seu rosto pálido. Ela está careca agora, usando apenas um lenço na cabeça e um pijama cinza.

- Mãe? – pergunto. – Bom dia! Como você está se sentindo hoje?

Ela fica em silêncio e me olha com tristeza profunda. Depois que Souta foi embora, não vejo mais sorrisos em seu rosto e nem o brilho em seus olhos.

- Mãe, por favor me diga algo? – me ajoelho na sua frente, pego suas mãos geladas entre as minhas. – Você ainda está triste com o que aconteceu?

Não via lágrimas, mas não precisava de uma confirmação.

- Bobagem... – responde meu padrasto Mason, enquanto dava um trago no cigarro. – Kristine já está bem. Só gougre com os remédios.

- É o que você diz! – retruco. – Foi por causa de você que Souta foi embora!

- Isso é muita crueldade. – declarou Mason, reforçando as palavras para soar veemente.

Conversar com meu padrasto é sempre uma surpresa ruim. Prefiro evita-lo quando tenho chance. Eu o odeio e sei que o sentimento é mutuo. Ele só está ali para usufruir dos bens da minha mãe.

E antes dele falar de novo – e eu sabia que ele dizer algo assim que terminasse de soltar a fumaça nojenta do seu pulmão -, pego minha mochila e saio porta a fora sem dizer mais nada. Fazia tempo que havíamos abolido as delicadezas.

Um Encontro à Meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora