Baile;

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*Ainda não betado*

O dia estava propenso para cavalgar ou ir ao pomar escalar macieiras para comer as maçãs que estavam bonitas e maduras lá no alto, mas Jimin não estava sentindo o vento bater contra o rosto, nem as folhas das árvores fazendo cócegas em seu rosto. Não, tudo que sentia era a enorme vontade de fugir por aquela enorme porta de madeira, ou talvez apenas não precisar ouvir sua mãe falando pela vigésima vez suas obrigações reais e de como ele precisava parar de brincar e procurar uma noiva decente para casar e continuar a linhagem real. Chato.

- Você é meu primogênito e deve assumir suas responsabilidades, até hoje sequer vi uma moça entrar por aquela porta, e você tem quase vinte e quatro anos Jimin! - a mulher balançava um leque freneticamente mesmo a temperatura estando agradável enquanto arrastava seu vestido carmim de seda pela sala, os saltos faziam barulhos ritmados e enjoativos no chão de madeira escura.

- Onde entram Ahri e Mina? - Jimin perguntou, já sabendo a resposta.

- Como já lhe disse, ambas são mais novas assim não podem assumir o trono! Além de que arranjar um noivo para as duas será impossível, sequer agem como princesas...

Jimin bufou e abaixou os braços, não gostava da ideia de se casar com alguém em seus plenos vinte e quatro anos, queria se apaixonar, viver a vida e caso desejasse um casório, ele teria um.
Mas as coisas não corriam bem como ele planejava.

- Alteza, poderia levantar seus braços? - o criado que tirava suas medidas pediu e voltou a fazer seu trabalho assim que Jimin o fez.

- O baile será em dois dias, se tiver alguém em especial que queira convidar peça o carteiro que mande o convite, vou me retirar. - a mulher saiu, e após tirar as medidas da cintura e pulso o criado pediu permissão em uma reverência exagerada e saiu.

O Park focou o olhar na janela que dava para o haras, vendo de longe Mina e seus cabelos longos claros, dependendo de como o sol batia em seus fios eles ganhavam uma coloração avermelhada muito bonita, a garota montava a sela em seu cavalo enquanto o animal tentava comer o cabelo dela. Jimin revistou o local se certificando que ninguém estava o observando e abriu a janela, subiu no parapeito e desceu segurando no muro de pedras claras.
Sempre que o fazia gostava de imaginar como sua mãe reagiria se visse a cena, provável que ela arranjaria um escândalo por medo de seu herdeiro se esborrachar no chão, acontece que a altura da janela não passava de dois metros.

Já ao chão, Jimin bateu as mãos para limpá-las e andou calmamente até o haras. O dia estava agradável, mesmo com o sol estando em seu ápice a temperatura não era insuportável.

Quando chegou, Mina já estava longe, parecendo com pressa.
O Park então entrou a procura de Príncipe, e o animal não estava lá.

- Príncipe! Cadê você? - Jimin chamou, e o cavalo se levantou preguiçosamente da sombra em que estava, vindo em trote em direção a Jimin.

- Estava dormindo não é, preguiçoso?

O animal de pelo marrom escuro balançou a crina preta, e como se Jimin pudesse ler sua mente, fez um afago segurando a cabeça de Príncipe como um abraço desajeitado.

Algumas vezes o Park gostava de se comparar a um dos cavalos do haras, não a Príncipe, mas sim a Moisés. O cavalo, de sua mãe, que era usado apenas para puxar a carruagem da família e de resto era deixado no haras sozinho sem que ninguém se importasse com sua diversão e sentimentos, era assim que Jimin se sentia.
Talvez por isso sempre fazia carinho e dava algumas maçãs para Moisés todo fim de cavalgada.
Não que fosse ingrato, sua vida foi tecida em fios de ouro desde que nascera, mas esse ser o primogênito que tornava tudo tão controlador, como Moisés Jimin era usado para continuar a família, sempre soube disso e aceitou a responsabilidade de ser o único a subir ao trono mas nunca imaginou que fosse se casar com alguma moça minimamente aceitável apenas para ter herdeiros e fazer o mesmo com eles, o Park nunca entendeu o por quê de ter que se casar tão cedo, e sempre que perguntava isso para sua mãe era respondido com "o amor vem com o tempo, conheça sua esposa direito após ter alguém para lhe suceder, a família é o mais importante"
Era contraditório.

Bailando [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora