— Hoje o BBB 21 se despede de mais um participante…
— (…) uma breve jornada, mas um forte aprendizado…
— (…) às vezes, nossas escolhas inclinam-se para caminhos diferentes…
— (…), mas no fim, toda a experiência que nos ensina, é válida…
— E o eliminado dessa terça é você, Arcrebiano.
Quando aquelas palavras concluíram o discurso de Tiago Leifert, Arcrebiano já tinha certeza do resultado. Era como se já tivesse presenciado aquele momento inumeráveis vezes, embora ainda testemunhar alguns lapsos que distorciam metade do enunciado do apresentador.
Os primeiros que saudaram “Bil” pela sua, agora encerrada, participação na casa, foram aqueles que o apoiaram após os incontáveis desentendimentos com a participante Karol Conká e o suposto relacionamento que vivenciaram. Esta que agora lastimava, mas, no fundo, não reprimia o prazer de se mostrar “correta” diante da visão dos telespectadores.
Independente do descontentamento, fez questão de cumprimentar a cada um dos integrantes confinados. Sentindo sua vista fica turva em consequência de algumas lágrimas que teimavam em aparecer, reparou a falta de alguém naquele cômodo. Juliette, a mulher ultimamente tão querida por ele, não se encontrava ali.
Seria ela capaz de ter abandonado o cenário, exclusivamente para não se despedir? Não importa. Agora, ele não se importa mais.
Em pouco tempo a porta, aquela tão temerosa, estava diante dele. Quando olhou para trás, em uma última tentativa de contemplá-la, não viu nada além do breu e dos fragmentos do seu coração plenamente partido.
Em seu quarto agora solitário, distante da agitação de fãs e até mesmo de sua família que o recebeu de braços abertos, Arcrebiano pôde respirar. Observando a imensidão daquele lençol gélido por não receber o calor de um corpo durante sua estada no BBB, foi tomado por uma súbita sensação de vazio. Uma melancolia que agarrou seu âmago e que o massacrava lentamente. Depois da família que o abraçou, dos amigos que reviu, dos fãs que ganhou, deveria estar assim? Possuía ele o direto de chorar por almejar regressar e buscar algo que esqueceu, ou pelo menos sente que esqueceu, na casa? O incômodo que sentia não era por algo que deixou, e sim por alguém.
Uma parcela daquele incômodo, ele compreendia, era remorso. Por ter realizado escolhas antes de conhecer Juliette por inteira. Isso se converteu em uma farpa encravada em seu coração. Machucava, a medida em que se infiltrava, quando ele recordava determinadas ocasiões em que foi maldoso ou que foi conivente a maldade que faziam a ela. Em que lugar estava quando as pessoas riam dela? O que ela sentiu quando soube que seus lábios tocaram os de outra? O que fez quando observava aqueles vídeos dele fantasiando ser um casal com quem agora sentia animosidade?
Deitou sentindo uma enorme saudade bater em seu peito, enquanto aquela melancolia o corroía. Sua única escapatória era memorar bons momentos que presenciou com Ju, porém, todas aquelas memórias estavam ofuscadas e aos poucos se extinguiam, sobrando somente uma angústia incurável. Por que ela não foi ao menos confortá-lo em sua partida? Por que ela não estava lá?
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Intuições.
RomanceCapítulo Único ~ ♡︎ (...) "Seu coração inflamava, embora sua alma vivenciasse uma tempestade contínua". OBS: Essa história não condiz com os acontecimentos reais. Shipp: Arcrebiano x Juliette. ❤️