Six

948 114 68
                                    

Dias passaram sem que Tom e Claire tivessem contato, não que o moreno não tivesse tentado, afinal suas ligações e mensagens de textos não paravam de chegar no telefone da professora, que fazia questão de ignora-las

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dias passaram sem que Tom e Claire tivessem contato, não que o moreno não tivesse tentado, afinal suas ligações e mensagens de textos não
paravam de chegar no telefone da professora, que fazia questão de ignora-las.

Entretanto, a parte mais difícil era evitar Maya e suas perguntas. Porquê não foi mais na minha casa? O que aconteceu? Quando vai me visitar pra me contar uma história antes de dormir? As perguntas eram infinitas e Claire estaria mentindo se dissesse que, em muitas dessas vezes, não pedia licença para ir ao banheiro, onde deixava as lágrimas rolarem.

Na saída, quando Tom ou Louise vinham até a escola para buscar Maya, Claire não os esperava como fazia há algumas semanas atrás. Agora, ela guardava suas coisas e saía de lá o mais rápido possível, para não correr o risco de esbarrar com o mais velho.

O fato é que Claire sabia que estava exagerando, ela podia deixar que Tom se explicasse, mas ela também sabia exatamente o tipo de coisa que sairia da boca dele: "Eu sinto muito! Me desculpa! Não foi minha intenção!" E se ela estivesse mesmo certa, não era isso o que ela queria ouvir.

Agora, um mês depois, as perguntas de Maya e as aparições de Tom na escola finalmente cessaram, fazendo com que Claire sentisse um certo alívio por não precisar mais mentir para a garotinha ou se esconder do pai dela. Por outro lado, mesmo tendo o ignorado, saber que Tom havia desistido de entrar em contato fez com que um nó se formasse em sua garganta toda vez que pensasse no assunto.

Saturday

Claire sentava no sofá da sala, com os pés sob a mesa de centro, sua série favorita na televisão e uma taça de vinho em uma das mãos, quando ouviu o celular tocar. Bufando, ela saiu de sua confortável posição para procurar o aparelho, que nunca parecia estar por perto quando ela precisava.

Quando finalmente encontrou, seus batimentos cardíacos aceleraram ao ver o nome de quem estava ligando. Era Tom. A professora não soube explicar o porquê, mas dessa vez ela sentiu que precisava atender. Então, foi exatamente o que ela fez.

—Alô? — disse Claire depois de deslizar seu dedo na tela do aparelho. —Alô, Claire?! Ainda bem que me atendeu! — a voz de Tom era apressada, o que a deixou preocupada. —O que foi? Aconteceu alguma coisa com a Maya? — questionou a professora.

—Sim! Quer dizer, não! Ela está bem, não se preocupe, é só que... — murmurou ele. —O que foi, Tom? — insistiu Claire. —Maya se trancou no quarto e não está querendo sair. Será que você podia vir até aqui? — questionou o moreno.

No mesmo momento em que as palavras saíram da boca de Tom, Claire já estava vestindo uma jaqueta e calçando um par de tênis. —Sim, estarei aí em dez minutos! — afirmou a professora, pegando as chaves do carro. —Obrigado, Claire! — Tom exclamou, antes de encerrar a chamada.

Como prometido, dez minutos depois, Claire estava batendo na porta da casa de Tom, que correu para abri-lá assim que ouviu a primeira batida. —Hey, me desculpa ter ligado essa hora! — disse Tom, dando espaço para que ela entrasse. —Tudo bem! O que aconteceu? — questionou a mulher.

—Ela se trancou no quarto e... disse que só abriria a porta para a mamãe. — Tom explicou, parecendo nervoso. —O que? — questionou a professora. —Eu não sabia de quem ela estava falando e quando eu perguntei, ela disse que era você. Que só iria abrir pra você. — respondeu ele, surpreendendo Claire ainda mais.

—Oh, eu... eu não sei o que dizer, Tom! — disse ela, engolindo em seco. —Onde ela está? — questionou a professora, ignorando a tensão que havia se formado entre eles. —No quarto dela, você... você sabe onde fica. — respondeu Tom, claramente sem graça.

Depois de conseguir fazer Maya abrir a porta do quarto e finalmente acalma-lá, Claire perguntou á pequena, o que havia acontecido. Com lágrimas nos olhos, a pequena respondeu. —O papai trouxe outra mulher pra casa, mas eu não quero outra, eu quero você! — as palavras de Maya foram direto para o coração de Claire, que não sabia se sentia ciúmes por conta de Tom, ou amor pela garotinha que abraçava forte seus braços.

Com o coração apertado, Claire tentou explicar á pequena que Tom e ela não estavam mais juntos e que ele tinha o direito de ficar com outras pessoas.
É claro que, com a cabeça de uma criança, Maya protestou dizendo que não entendia porque ela e o pai não estavam mais juntos. Novamente, Claire tentou explicar á pequena que seu pai e ela estavam com problemas de adultos, mas que iriam tentar resolvê-los por ela.

Com essa promessa, Maya finalmente se deu por vencida e, depois de uma rápida história, já que a pequena estava exausta, ela acabou dormindo. Na sala, Tom aguardava ansiosamente por Claire, doido pra saber o que havia acontecido.

—Você... trouxe alguém pra casa? — questionou Claire, vendo uma garrafa de vinho e taças na mesa de centro, exatamente como nas noites em que ela estava lá. —Eu... é, eu... trouxe uma amiga. — Tom respondeu. —Tom, olha, eu não me importo com quem você traz, ou não, pra casa. Mas a sua filha, sim! — disse Claire, mesmo sabendo que aquilo era mentira. —Eu sei, eu sei! É só... não era pra ela ter visto nada. — disse ele passando as mãos no cabelo, hábito que tinha quando estava nervoso.

—Mas ela viu! E agora ela está chateada. Eu tentei explicar um pouco do que aconteceu, mas... a verdade é que não tem muito o que eu possa fazer, Tom! — explicou Claire. —Eu sei, eu sei! Eu sinto muito por ter ligado essa hora, eu... não sabia mais o que fazer! — exclamou Tom.

—Tudo bem! — afirmou ela. —Obrigado por vir, Claire! De verdade, eu não sabia o que fazer e aí a Maya chamou seu nome e eu só... liguei. — ele agradeceu. —Não precisa agradecer, Tom! Você sabe como eu me importo com a Maya. — disse Claire, tentando disfarçar o nó que, aos poucos, se formava em sua garganta. —É, eu sei! — disse o mais velho, olhando fixamente nos olhos da professora, que coçou a garganta.

—Você quer um conselho? — indagou, chamando a atenção de Tom, que assentiu. —Cancele os seus compromissos e passe o dia com a Maya amanhã. Tire o dia só para vocês dois. Faça tudo que ela quiser, passe um longo tempo com ela. Ela é sua filha, Tom e está precisando de um tempo sozinha com o pai! — disse ela, com a maior sinceridade do mundo.

—Eu vou! Obrigado, Claire! — Tom agradeceu, depois de alguns silenciosos segundos. —Sem problemas. Boa noite, Tom! — respondeu Claire, indo até seu carro, que estava estacionado em frente á casa. —Boa noite! — Tom acenou, antes de vê-la ligar o carro e ir embora.

No caminho de volta pra casa, Claire deixou que as lágrimas rolassem pelo seu rosto, ação que acabou deixando sua visão turva. Do outro lado da cidade, Tom observava a filha dormir, enquanto pensava nas palavras de Claire. Há muito tempo ele não tirava um tempo para passar com a filha e era exatamente o que eles dois fariam no dia seguinte.

Depois de cancelar seus compromissos, o moreno voltou à sala de estar, onde recolheu as taças de vinho, às levando para a cozinha. Enquanto colocava os copos na lava-louças, a única coisa que o moreno pensava era em como aquela noite havia sido um erro, não a parte de ter chamado Claire para o ajudar com a filha, afinal, depois dele, ninguém mais conhecia a pequena como ela, mas a parte de ter trazido Melissa pra casa.

Ele não devia ter á convidado e pra falar a verdade, ele só fez aquilo pra provar pra si mesmo que podia seguir em frente. Mas, tendo outra mulher em sua casa que não fosse Claire e vendo a reação da filha ao perceber a presença de Melissa só o fez ter certeza de que Claire era mesmo a pessoa certa, tanto pra ele, como para a filha.

Sim, ele tinha errado. E feio. Mas se dependesse dele, Tom faria de tudo para ter a professora da filha de volta e, falando na pequena, ela seria uma grande parte do plano para reconquista-la.

(in)complete | tom hollandOnde histórias criam vida. Descubra agora