Arrependido

27 3 0
                                    

|Jinyoung|

Estava lutando para abrir minhas pálpebras, que pesavam mais que um caminhão ao mesmo tempo meu corpo era leve como uma pluma pairando sobre o vento. Me levantei da maca com facilidade, coçando os olhos na intenção de desembaçar a visão. Notei que estava em um hospital, mas não me lembrava de como fui parar ali. Aquele conjunto de paredes brancas, com lençóis da mesma cor e a famosa camisola onde você fica com a bunda de fora, me deixara agoniado.

Sai do quarto meio sonzo, ainda com o soro nas engatado nas minhas veias. Fui a procura de algum enfermeiro ou médico que pudesse me passar informações do porque estava ali. Caminhando pelo clássico corredor, passei por uma enfermeira da qual tentei conversar mas ela me ignorou, contínuo a analisar as fixas que tinha em seus braços. Andei mais à frente para recepção, e tentei falar com a secretária a moça também fingiu que não me via e continuo a digitar no seu computador... Mas que caralho de povo mal educado! Pensei já perdendo a pouca paciência que me restava.

Retornei para meu quarto, xingando eles de todos os nomes possíveis e batendo a porta. Quando eu me virei pra trás, travei dos pés a cabeça, abri a boca em um perfeito "O", assustado gritei Aaaaaaaah socorro! Meu corpo estava na maca! Como assim mano? Eu estou sonhando só pode! Me aproximei verificando se não tinha me enganado e feito escândalo a toa, mas não realmente era eu. Meus pais nunca me disseram que tinha um irmão gêmeo... Que estranho...

De repente a porta se abre e minha amiga Jade entra acompanhada do médico.

-Jade sua idiota, ainda bem que você chegou, eu não tô entendendo nada do que tá acontecendo nessa merda!.- Falei me aproximando dela tentando tocar seu ombro mas não consegui, minha mão passou direto pelo corpo dela.- Mas que merda é essa?

Além disso ela e muito menos o médico pareciam notar minha presença, conversavam entre si.

- Então senhorita Jade, o acidente foi muito grave, a batida foi brusca. O rapaz sofreu um leve traumatismo craniano.- O doltor supirou olhando para exames em suas mãos e continuo.- Já era esperado que ele entrasse em coma, não sabemos se ele pode voltar.

-Por favor façam algo eu não posso perdê-lo!.- A moça caiu de joelhos nos pés do doltor aos prantos, e eu estava em choque com meus olhos marejados, sem acreditar em cada palavra que ouvi.

- Eu sei que é difícil, mas não posso mentir sobre o estado dele.- O velho terminou e ajudou a garota a se levantar.- Vou deixá-la a vontade com ele.- Se retirou do quarto.

Jade chegou perto do meu corpo, e se sentou na cadeira de acompanhante. Ela acariciava meus fios negros e eu ao menos pude sentir seu toque. Dos seus olhos negros como a noite caiam lágrimas grossas, até que ela não se aguentou e afundou seu rosto no meu peito em um choro descontrolado. Ela grunhia com dificuldade "por que você não me escutou seu babaca?", "você nunca me ouve!". Isso fez eu me sentir muito mal, nunca fui um bom amigo pra Jade... Sempre tratei ela com ignorância e grosseria... Enquanto ela passava por seu momento mais difícil lutando contra leucemia, eu estava em bares ou festas, nunca a acompanhei em uma quimioterapia. Enquanto ela era agredida pelo namorado eu nunca fiz nada a respeito. Eu sou um merda!

Me encolhi no canto da parede, abraçando meus joelhos e caindo em um choro inconsolável. Eu dizia entre soluços "me desculpe Jade, vá embora eu não mereço sua amizade, vá embora!".

Flashback on

Eu penteava meus cabelos, todo animado na frente do espelho, cantarolava "Get luck" , fazendo gestos dançantes. Vesti um casaco moletom vermelho aberto que combina perfeitamente com minha clássica jeans preta e a camisa da mesma cor sem estampa, fechando com meu all star adivinha que cor? Preto!

A chata da Jade não parava de me ligar, ela estava sendo um fardo irritante! Mais de 30 mensagens dela...

*Chat*

Jade: Oi amanhã queria que você viesse na minha casa pra algo especial!"

Jade: Oi amigo acho que não deve sair hoje eu tive um sonho ruim..."

Jade: Amigo não vai por favor! Vocês já beberam muito, eu estou com presentimento ruim!

Ah, vai a merda garota... Ela não tem um namorado não? Tudo é sempre eu! Quer mandar na minha vida, fala sério. Pensei.

Meu celular tocou mais umas 20 vezes, nem tô exagerando. Resolvi atender por cansaço.

*Ligação on*

- O você quer?- perguntei rude.

- Oi... É... você tá bem?

- Fala logo o que você quer eu não tô com disposição agora...- estava de saco cheio já.

- E-eu tive um sonho ruim com você... Nele você tinha caído de um lugar alto e batido a cabeça, tava saindo muito sangue da sua cabeça, os médicos estava tentando te reanimar...- Ela para e respira prendendo o choro.- Mas você não resistiu...

-Hahaha... Como você é tola, eu tô ótimo e vou estar melhor quando você me deixar em paz. Era só isso?.- Já ia desligar quando ele começou a falar.

-Espera... Você pode vir aqui amanhã eu decidir raspar a cabeça logo, meu cabelo está caindo muito...- Revirei os olhos.

- Porque não chama seu namorado pra isso?

- Ah... A gente... Brigou de novo.- A voz dela estava embargada, eu só conseguia pensar em quanto tempo já tinha perdido naquela ligação.

- Tá tá... Ser der eu colo aí.

- Tenta vir por favor, eu só vou fazer isso se for do seu lado.

Desliguei, os caras chegaram buzinando na frete da minha casa. Enfiei o celular no bolso e peguei o elevador.

(...)

4:37

A música, as bebidas e as drogas estavam rolando solto na casa do Greg Mc.Carter. Mark decidiu que iriamos embora, a contra gosto porque ele tava chapado demais. Eu queria tomar o volante, estava relativamente mais sóbrio do que qualquer um Ali.

(...)

Mark fazia zigzag pela rodovia, ainda tinha em suas mãos uma lata de energético. Estávamos em cinco no carro, eu no meio e sem cinto de segurança. Os garotos gritavam com Mark ele estava colocando nossa vida em perigo. Ele ultrapassava os carros em alta velocidade, até que do nada um caminhão apareceu em nossa frente nos cegando com seus faróis altos demais, Mark tentou desviar e o carro bateu em algo.

*Flashback off*

Acho que nunca chorei tanto me lembrando de algo. Jade continuava sobre meu peito, na verdade sobre o peito do meu corpo, sem alma. Ela orava entre sussurros, uma hora e outra ela começava a relembrar momentos da nossa infância, dá época que eu não era tão (perdão da palavra) cuzão. Ela dizia "nessa época você era diferente, a gente se abria um pro outro, confidenciavamos nossos amores platônicos, nossas brigas escolares... Mas eu não te culpo, quando sua mãe morreu só sobrou aquele desgraçado do seu pai, eu sei que ele judiava de você e por isso você mudou, mas você não tem culpa de nada eu sempre vou estar ao seu lado, meu Peachy!".

Oh céus... Eu realmente não a mereço, mesmo depois de tudo que eu fiz ela continua me amando do mesmo jeito. Meu coração doía, pois minha única família estava ali. Cadê meus amigos de copo? O meu pai? Aposto que nem apareceram aqui.

🍑/////////////////////🍑

Continua...

Olá Peachys aqui é a autora, não sei o que vai virar isso aqui, mas as ideias são boas.
Várias adaptações de filmes e doramas vão estar presentes aqui. Se gostou deixa seu voto, é um bom incentivo para continuar.👉😳👈

Sempre ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora