Tudo começou numa tarde chuvosa. Eu andava desesperado pelas ruas de Phoenix, com o objetivo de chegar à biblioteca sem deixar que o livro em minhas mãos fosse molhado pelas gotas que pingavam do céu. Parecia que quanto mais eu andasse depressa, a chuva ficava cada vez mais forte. Pensei em reclamar no meu primeiro pensamento, mas por que reclamar se tudo está na permissão de Deus?
Suspirei fundo atravessando as ruas lotadas de pessoas em movimento, algumas até correndo. Agradeci a Deus quando avistei de longe a placa da grande biblioteca que eu amava passar horas. Esse era meu método relaxante. Eu gostava de ler e até mesmo estudar a Bíblia por lá, pois só assim conseguia um momento tranquilo sem barulhos que me distraíssem. Estava tão focado no que tinha em vista que não olhei para o lado e, de repente, fui atingido por um empurrão, fazendo com que o livro caísse ao chão. Abri minha boca em um "O" sem acreditar no que havia acontecido. Eu iria pagar muito caro por isso.
— Me desculpe, não foi minha intenção. Estou atrasada para o meu novo trabalho e acabei me descuidando — ouvi a voz de uma mulher, mas não prestei muita atenção. Na verdade, estava mais preocupado com o livro que ficou todo encharcado de água e, para piorar, sujo.
— Tudo bem, moça. Eu já vou indo. Tenha um bom dia! — respondi gentilmente e voltei a andar em direção ao meu destino.
Entrei na biblioteca com certo receio. Foi a primeira vez que fui tão descuidado. Expliquei tudo à Senhora Margaret, a bibliotecária, que me compreendeu com tamanha calma e gentileza. Pelo resto da tarde, tudo fluiu tranquilo. Estava sentado sobre um dos bancos de madeira da grande e admirável biblioteca. Eu amava aquele lugar. Mas já era um pouco tarde, e eu precisava voltar para casa, pois ainda teria de ir à reunião de jovens da minha igreja para tratar de assuntos do departamento.
[...]
— A paz do Senhor, jovens! — O líder cumprimentou, sentando-se numa cadeira de frente para nós.
— Amém! — todos falamos em coro.
— Bom, antes de tudo, vamos fazer uma oração — fechamos os olhos e começamos nossas orações. — Agora vamos falar sobre o que me trouxe até aqui para reunir todos os jovens. Acredito que todos saibam que sempre que temos um novo jovem ou uma jovem, nos reunimos para apresentá-los ao departamento e para que também estejamos cientes de que devemos acolhê-los, certo? — assentimos. — Pode entrar, Safira. — Ergui meus olhos para a garota de cabelos cacheados, tendo a impressão de tê-la visto em algum lugar, só não me lembrava onde.
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A Garota Da Biblioteca.
SpiritualTudo começou em uma tarde chuvosa, Nicholas andava pelas ruas de Phoenix na intenção de chegar a biblioteca o mais rápido possível para evitar que o adorável livro não fosse molhado pelas gotas fortes que insistiam em cair ao chão, mas quando menos...