MALIBU

1999

eu tinha dezessete anos quando achei que tinha descoberto sobre o amor e o compreendido em todas as suas faces. era mentira. uma tola inocente tentando desvendar o universo sempre se dá mal, principalmente quando se apaixona.

não sei seu nome, nem sei se um dia a conheci de verdade. tudo que eu imagino sobre ela e tudo que experienciei automaticamente se tornam mentira quando tento contar a história do meu ponto de vista. ainda mais quando o cenário paradisíaco de malibu contornou toda a história, toda a farsa.

quando você se doa em fragilidade e decide baixar a guarda, o inimigo ataca. mesmo que ele tenha lábios vermelhos e lindos cabelos de fogo. eu vi o diabo diante dos olhos e acreditei que era anjo antes mesmo dela se apresentar.

o cheiro nostálgico de malibu queima minhas narinas e tudo de mais bonito que eu poderia ter se desfaz na areia da praia. fecho os olhos e desejo nunca ter tido dezessete anos, de forma que pudesse pular a idade como se pula uma onda do mar.

e eu tentei. a onda me derrubou.