Um dia Comum?

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Todos nós temos medos, inseguranças, coisas das quais nos orgulhamos, e outras das quais nós temos vergonha. Cada ser humano é um universo único, e cada universo possui sua gravidade, órbita, belezas incomuns e individuais, como a cor dos olhos ou a curva do sorriso. Temos todos um tesouro guardado no peito, só depende de nós usa-lo da melhor forma possível, ter medo não é errado, mas deixar que eles nos dominem pode arrumar construções que levamos décadas para erguer , ou até milênios. Superar o medo ou o trauma é um processo gradativo, longo e doloroso, porém necessário para que se possa ser feliz, cada universo, cada ser humano tem seu jeito particular de lidar com seus medos, cada um possui uma maneira de lidar com a dor, nenhuma das maneiras existências são totalmente certas, não existe uma fórmula mágica para superar a morte, o abandono, ou a frustração. A vida é uma escola, e nós somos professores de nós mesmos. Aprender com os erros, esse é o plano.

Fort Lauderdale – Flórida – EUA

Dezembro de 2017

Era segunda feira, uma segunda feira de temperatura baixa, havia chovido um pouco durante a noite, o asfalto estava um pouco molhado, e uma pequena Névoa ainda permeava os arredores da Escola Estadual de James Brook's Ville.
Logo na entrada do colégio, os alunos começavam a chegar aos poucos, alguns ainda preferiam esperar o limite de tempo para poder entrar, como era o caso de Alisson, que estava no banco de trás da BMW com a mochila sobre as coxas, o vidro do carro estava levemente embaçado, seus olhos, castanhos como seus cabelos, observavam atentamente os alunos chegarem devagar.

Às sete e vinte seis, a maioria dos alunos já haviam chegado e o motorista do carro e também seu tutor estava olhando para ela pelo espelho retrovisor, ela estava usando um jeans rasgado de lavagem clara e uma camiseta cor de vinho, em seu pescoço havia um relicário em formato de coração que Alisson nunca tirava, ela o segurava com delicadeza e parecia estar perdida em seus pensamentos.

– Ali? Ele chamou, ela não se mexeu, nem respondeu. – Ali? Tentou mais uma vez, desta vez ela olhou para ele, despertando de seus devaneios.

– Sim! Ela disse.

– Está na hora, querida.

– Me deixe esperar um pouco mais. Ela pediu com um tom um tanto melancólico.

– Você vai se atrasar.

– Ainda tenho alguns minutos até o sinal tocar, não se preocupe. Ela respondeu voltando à olhar para fora, pelo vidro do carro.

– Eu sei que é difícil, mas imagine que o dia pode ser bom.

– Eles são todos iguais! Esse é o problema. Eu gostaria de voltar a viver dias diferentes.

– Fazer os dias diferentes é responsabilidade de cada um de nós, você pode fazer desse o melhor dia da sua vida, Alisson.

– Eu sei, é que ... acho que talvez não tenha mais forças para fazer isso.

– Você é jovem, querida! Tem uma vida inteira pela frente, o que aconteceu foi uma fatalidade. Mas precisa seguir em frente.

– Eu sei disso também. Só estou juntando os pedacinhos aos poucos. Não se preocupe, eu sou dura na queda lembra? Ela disse abrindo um sorriso tímido.

– Hoje é Segunda Feira, comece com pé direito, é um dia único.

– Assim como a terça, a quarta e a quinta também! Ela disse rindo, ele sorriu junto com ela. – Agora, está na minha hora. Disse abrindo a porta do carro.

– Tenha um bom dia, Querida! Disse ele.

– Você também. Alisson disse colocando os pés, calçados em seus tênis All Star para fora do carro.

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⏰ Última atualização: Sep 04, 2021 ⏰

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