䨻 ꒦ 02 - 𝘀𝗵𝘂𝘁 𝘂𝗽, 𝗱𝗲𝗺𝗼𝗻꒦ ♡̵﹅

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⋕⭑ׅ❋NARRADOR 𝗣𝗢𝗜𝗡𝗧 𝗢𝗙 𝗩𝗜𝗘𝗪 🌿

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⋕⭑ׅ❋NARRADOR 𝗣𝗢𝗜𝗡𝗧 𝗢𝗙 𝗩𝗜𝗘𝗪 🌿

Tudo o que Maria conseguia sentir era ódio. Passava a maior parte do tempo chorando em seu quarto e quando finalmente resolvia sair, acabava descontando a raiva nas duas garotas.

Maria acabou se tornando uma mulher fria e agressiva e aquilo só piorava quando ela olhava para baixo e via sua barriga, ou quando o pequeno Vinnie se mexia na barriga. Ela o odiava.

Era um ódio mortal. As vezes quando acordava na madrugada com movimentos do bebê, ela sentia vontade de pegar uma faca e perfurar a sua barriga, ela só queria que ele saísse dali.

E então Maria se lembrou de uma amiga que realizava abortos, em uma clínica clandestina, mas ela sabia que a amiga era de confiança.

Ela estava nervosa e aquilo refletia no bebê, que parecia nervoso e não parava de se mover na barriga,irritando Maria ainda mais, que mal via a hora de não ter mais nada ali dentro.

Fica quieto, demônio. ㅡ Ela sussurra, dando um tapa na sua própria barriga.

As outras mulheres da sala a encaravam como se ela fosse um alienígena afinal sua barriga era gigante, ao contrário de todas elas, que a barriga mal era visível.

Maria ignorou os olhares e agradeceu aos céus quando finalmente entrou no consultório. Abraçou a amiga de longa data e assim que sentou-se em uma das cadeiras da sala, recebeu aquele olhar assustado mais uma vez.

ㅡ Eu... certo, por favor me diga que o aborto não é para você.

ㅡ É claro que é. ㅡ Maria deu de ombros, a amiga era a sua última esperança. ㅡ Você sabe tudo o que aconteceu comigo, Amy, eu odeio esse bebê.

ㅡ Quantos meses?

ㅡ Seis.

ㅡ Seis meses? Você só pode ter enlouquecido! Seis meses é muito arriscado, Maria.

ㅡ eu sei que é tarde, mas não me importo, eu só não quero ter esse demônio crescendo dentro de mim.

Os olhos da mulher marejaram, ela não estava chorando por sentir tristeza e sim por ódio. Ela queria acabar com aquele problema logo.

ㅡ Você pode morrer!

ㅡ E o que eu tenho a perder?

ㅡ Você tem duas filhas que dependem de você, pense nelas antes de dizer coisas tão absurdas. ㅡ Amy a repreendeu, quase não acreditando nas coisas que estava escutando.

Maria se sentiu culpada, ela amava as duas meninas mesmo que elas a irritassem as vezes. Porém odiava o menino, era como se ele estivesse sugando todas as suas forças e a fazendo perder toda a pouca sanidade que ainda lhe restava.

ㅡ por favor, você tem que me ajudar.

ㅡ Eu me recuso! Eu jamais me perdoaria se você morresse e com um bebê ta o grande e avançado, a sua morte é quase que uma certeza.

ㅡ Vai ser pior se ele nascer, eu juro.

ㅡ Você já chegou ta o longe, falta pouco para que ele nasça. Espere Maria, sei que o odeia agora, mas você pode amá-lo quando ele estiver em seus braços pela primeira vez.

Maria sentia que aquilo não iria acontecer e realmente tinha razão. Três meses depois ela sentiu o peso daquela decisão.

Vincent Hacker nasceu no começo de julho e até mesmo o seu primeiro choro, havia deixado Maria irritada e atordoada. Ela não conseguia olhar para ele sem sentir raiva.

O demônio agora estava em seus braços e ela odiava olhar naqueles olhos. Odiava aquelas mãos tão pequenas e as bochechas coradas, odiava quando Madison o fazia rir e então aquela gargalhada ecoava pela casa.

Maria odiava Vinnie e assim que os anos se passaram, o ódio apenas aumentou. Olhar para o filho a fazia se lembrar do ex-marido e aquilo doía, ela não conseguia suportar.

Ela odiaria Vinnie para todo sempre.

𝗞𝗜𝗟𝗟 𝗚𝗔𝗠𝗘, 𝗯𝗲𝗳𝗼𝗿𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora