One - Scorpion: Um amor de alfa

Um amor de alfa

Capítulo Único

Ao sair de casa para o trabalho, o dia frio abraçou o corpo de Sakura enquanto ela se arrastava para o seu exaustivo trabalho. Olhou para o céu com poucas estrelas, a lua crescente estava quase terminando seu ciclo, eram 20:00 pm, ela constatou que tinha ainda 1 hora para o seu turno começar, passava seus dias servindo clientes na sua maioria sem tempo até para lhe dar bom dia, mas era esse emprego que pagava suas contas.

A verdade é que Sakura era sozinha, e por isso não tivera uma vida fácil, aos dezoitos anos, obrigada a sair do orfanato, se viu sem poucas opções de vida. E agora aos vinte e sete anos, sentia que a vida para ela já tinha sido pré definida, ela era uma garçonete, era isso que ela sabia fazer, não que ela tivesse vergonha daquilo que fazia mas achava que se ela tivesse oportunidade, talvez tivesse conseguido fazer a tão sonhada faculdade e quem sabe ser uma arquiteta.

O frio, tinha deixado as ruas desertas e Sakura não deixou de perceber que aquela sensação estava novamente a abraçando, como se a observassem, já era a segunda vez aquela semana. O ar se tornou espesso enquanto ela apressou os passos chegando ao deserto ponto de ônibus, torcendo para que não ficasse sozinha muito tempo.
Trabalhou mecanicamente, detestava o turno da madrugada. Sakura pensou mais uma vez o quão vazia era sua vida, não tinha amigos, não tinha família, não tinha marido e nem filhos. Um estranho bolo se formou em sua garganta ao se dar conta de que aquilo a afetava muito, mas espantou quando um cliente com cara de poucos amigos chegou ao café.

Era realmente um mistério para ela toda a sua vida. Os cabelos naturalmente rosas, a marca em forma de escorpião no pulso, que queimava e ardia principalmente durante as luas cheias e no mês de novembro, e claro, os sonhos. Ela sonhava com um grande lobo, que vinha em sua direção para buscá-la e ela fugia dele todas as vezes.

.
.
.

Sakura andou incerta até aquele local, boate 'Scorpion', era sua primeira folga em tempos e mesmo que não fizesse seu estilo ir a uma boate, ela sentia que precisava estar ali naquela noite.

O coração parecia que sairia pela boca, se ela procurasse a palavra mistério, no dicionário, Scorpions apareceria como significado.

Parou em frente aos seguranças, sabendo que teria dificuldade para entrar, mas mesmo assim sabia que precisava tentar.

— Classificação? — o segurança questionou.

— Desculpa? — ela realmente não entendia o que tudo aquilo significava.

— Deixe me vê seu pulso docinho, dependendo de quem tiver te 'dado' o convite, será responsável pela sua patente. — o homem a direita sorriu para ela. Ela não sabia o que tinha levado a entender o que eles falavam, mas apresentou o pulso onde a marca estava vermelha, ardente, e quente.

— Ômega lúpus.  —  O que observou murmurou.

— O que? Desculpa, eu não ouvi. — O que tinha falado primeiro parecia um pouco distraído, mas se aproximou.

— Ômega lúpus. — Afirmou novamente o avaliador.

— Impossível, os ômegas dessa região foram instintos na última guerra. — o homem agora chegou para inspeção também. — Mas isso não é um convite, é uma marca. — ele parecia atordoado. — Onde você conseguiu? — Sakura puxou a mão ofendida, achando que aquela inquisição tinha chegado ao limite do desconfortável.

— Eu nasci com isso, pelo que bem sei. Quer saber, não quero mais entrar na Scorpion, eu vou embora. — deu um passo se afastando, mas alguém a segurou gentilmente pelo braço.

— Desculpa senhorita, temo que seja impossível você sair sem falar com o dono do local. — ele explicou.

— Ei, você não pode me obrigar. — Ela puxou o braço.