O Segredo Da Última Casa

A casa nova.

Chloe Jane Parsons era uma garota de apenas catorze anos, mas madura, com uma mente criativa e coração gigante, mesmo que tentasse esconder. Ela era tímida, levava tempo para fazer amizades, mas quando fazia amigos, virava uma tagarela.
Chloe estava se mudando com a família para uma nova cidade. Ela tentava não pensar no lado ruim disso, então pensava apenas nos amigos e o quão loucos eram para fazerem o que tinham feito: Lukas, Sam, Sophie e Maddy vandalizaram o letreiro da escola e escreveram algo para Chloe, sabendo que ela veria quando estivesse indo embora.
" A melhor amiga de todo o Maine, estaremos esperando seu retorno.
Ps: ligue quando quiser, iremos nos teletransportar até Augusta."
Antes de se mudar, Chloe morava e estudava no Maine desde que se entendia por gente.
Ela não sabia o motivo por seus pais decidirem aquela mudança. Eles não disseram nada por dias, Chloe e os irmãos só souberam que iriam se mudar  três dias antes.
Era difícil mudar. Seus irmãos também sentiam falta dos amigos e dos avós - que ainda moravam no Maine -, Alex tinha sete anos, ele não conseguia parar de pensar em seu melhor amigo que ainda estava na cidade. Eles jogavam videogame juntos, iam para a escola juntos, eles eram inseparáveis e acabaram sendo separados.
Summer tinha cinco anos, ela não tinha amigos ainda, mas estava conhecendo um menino da sua turma no jardim de infância, quando ela estava aprendendo sobre amizade, eles acabam tendo que se mudar. Mesmo sendo muito pequena, Summer já pensava nas dificuldades que enfrentaria ao encontrar-se numa nova cidade.
Os pais também não estavam bem com a mudança, sentiam estar sendo arrancados de um lar feliz e levando seus filhos junto com eles para algo desconhecido.

Eram quatro horas da tarde quando eles chegaram na casa nova.
Lincoln-o pai- pensava muito sobre isso e acabou decidindo manter alguns de seus móveis num depósito na cidade natal, caso ele e Lilly- a mãe -- mudassem de ideia. Por isso não haviam muitos móveis na casa nova. Quando entraram, a casa parecia vazia e era muito fechada. Chloe e Lilly abriram as janelas, enquanto Lincoln e as crianças levavam as malas para os quartos.
Haviam quatro quartos na casa e cada um pôde escolher o que queria.
Os quartos tinham pinturas na parede; o quarto que Alex escolheu o que tinha paredes azuis, o que Summer escolheu tinha paredes rosas. Chloe não pôde escolher um quarto e acabou ficando com o que havia sobrado.
Não havia cor nas paredes daquele quarto, era tudo branco.
--- Em alguns momentos é bem chato ser a irmã mais velha. --- ela pensou.
Lilly foi até a filha e ao ver o quarto que havia sobrado, tentou animar a filha.
- Podemos comprar tinta e pintar da cor que você quiser.
Chloe não queria ficar lá, ela queria voltar para a casa antiga.
- Mãe ... ?
- Sim ?
- Vamos voltar para Maine?
- Talvez. Eu ainda não tenho certeza disso. Então, vamos continuar aqui por enquanto, certo?
- Certo.
Ela estava cabisbaixa e Lilly sabia que não conseguiria deixar a menina feliz, mas ela conseguiria fazê-la rir; ela começou a fazer cócegas na barriga e no pescoço de Chloe. A menina ria tanto, que começou a chorar. Ela tentava escapar das cócegas, mas sua mãe não deixava-a sair. Chloe riu muito e, depois de algum tempo, Lilly parou de fazer cócegas na filha.

De repente, elas ouvem um grito vindo do andar de baixo; vinha exatamente do quarto de Summer.
Quando todos da família chegaram até o quarto, encontraram a menina paralisada; ela olhava para a janela do quarto, que estava quebrada.
Lincoln e Alex estranharam aquilo, ambos haviam entrado no quarto e pelo o que podiam lembrar, a janela não estava quebrada.
Lilly se aproximou da filha e tocou seus ombros ao mesmo tempo que chamou seu nome. A menina se virou para a mãe e com os olhos arregalados perguntou:
- Você não vai me deixar?
Lilly, assustada, disse para a filha que jamais a deixaria.
Chloe não sabia o que esperar, mas nenhum deles imaginava a reação de Summer; que voltou a olhar para a janela.
Todos se questionaram por que ela olhava para a janela, mas ninguém se atreveu a perguntar.
Lilly preferiu tirar a menina do quarto e durante todo o dia, Summer não ficou sozinha.
Mas logo a noite chegou. Com as camas nos quartos, todos foram dormir, exceto Chloe, que trocava mensagens com Lukas. Eles conversavam sobre a mudança e sobre como desejavam que durasse pouco e que ela voltasse logo para casa.
Quando se despediram e decidiram dormir, Chloe ouviu batidas na porta, sua mãe não batia na porta antes de entrar - não na de Chloe - seu pai, por outro lado, sempre respeitou a privacidade dela, mas aquela hora ele já estaria no sétimo sono. Mesmo com medo, Chloe se levantou da cama e, devagar, caminhou até a porta, com o coração numa mão, com a outra ela girou a maçaneta, ao abrir a porta, seu coração voltou para o peito e ela ficou mais aliviada; era Summer.
- O que você está fazendo acordada a essa hora? Tem que dormir, Summer. - ela repreendeu a irmã.
- Você não pode me julgar. O que estava fazendo acordada? - ela devolveu a represália.
Chloe riu e disse:
- Eu acordo cedo. Você não. A mãe vai perceber que você não dormiu direito.
Ela logo percebeu o semblante abatido de Summer.
- O que houve ? - ela perguntou.
- Eu não quero dormir naquele quarto.
- A janela está quebrada, mas você não vai se machucar, pode confiar em mim.
- Não é da janela que tenho medo, Chloe.
Chloe sentiu medo depois de ouvir aquilo. Ela queria perguntar o que amedrontava sua irmã, mas achou melhor não fazer isso.
- Quer que eu te leve para o quarto da mãe e do pai,?- perguntou Chloe.
- Já que eu estou aqui, posso dormir com você ?
Chloe não conseguia dizer não para a irmã, não naquela situação.
Ela pegou a mão de Summer e a levou até sua cama, as duas deitaram e depois de algum tempo, dormiram.