Minha mãe uma vez disse que amar é como apertar a mão envolta do caule de uma rosa, mesmo que machuce, a beleza compensará toda a dor.
"O que você estava fazendo lá, Taehyung?", talvez pensando sobre o nosso romance fracassado. "Me senti um pouco sufocado, precisava pegar um ar", não precisava, só queria ter um tempo pra mim, longe de todo o seu amor, para por a cabeça no lugar. "No meio de uma tempestade, com a maré subindo daquele jeito?", "Eu não percebi, estava olhando o horizonte....", era mentira, eu estava esperando que a água me levasse embora. Ele ergueu as sobrancelhas daquela maneira, quando está chateado por eu mentir, sumiu dentro da escuridão da nossa casa, eu não deixei as luzes acesas?.
Resolvi terminar de transcrever as pesquisa pelo resto daquela noite.
Jimin naquela manhã, saiu de casa sem falar comigo, como das outras vezes que isso acontecia, talvez fosse meus pensamentos me envenenando novamente, mas para mim, era como se o nosso amor estivesse esfriando, pouco a pouco. Fiz um café na hora do almoço, não era costume que nossos horários se encontrassem, nunca foi, se não pela noite, o único momento em que estávamos juntos, deitados sobre a cama, cobertos pelo lençol. Quase sempre o sono me embalava primeiro, assim ele se tornando minha última visão antes de mergulhar nos braços de morfeu.
Conheci Jimin em um momento peculiar, éramos tão diferentes, mas mesmo assim havia algo nele, algo que me puxava como um imã. Na época eu não sabia, mas mais tarde ele viria a ser muito mais que só uma pequena paquera. Jimin era charmoso, galanteador e ao invés de se apresentar ele me deu uma cantada, essa sem nenhuma dúvida, era a minha memória favorita. Eu trocaria todas as minhas outras memórias, mas ficaria com essa, o primeiro contato, o momento em que o conheci. Não há no mundo uma palavra que possa definir aquele dia, também não inventaria uma, é único e singular, pelo menos pra mim, sempre será.
"Jim?", a porta havia feito barulho, mas nosso cachorro não veio correndo. Ninguém respondeu pelos próximos minutos. Me levantei fechando o notebook, andei pela casa até encontrar a porta do nosso quarto encostada, o barulho do chuveiro e uma muda de roupa em cima da cama. Dei meia volta e fui para a varanda, eu não iria demonstrar que aquilo havia me afetado, decidi ouvir os sons ao redor, gravar cada detalhe da paisagem e esquecer que estávamos afastados. Jimin saiu do banho e agora estava na cozinha fazendo algo para o jantar, esperei que talvez ele me desse algum sinal de que eu poderia me aproximar, mas nada, não encontrei uma brecha. Quando Jimin voltou para o quarto deixei uma lagrima solitária escorrer, eu me perguntava, por que eu era tão vulnerável à ele?.
Voltei para dentro quando já era madrugada, tomei um banho silencioso. O rosto dele estava iluminado por feixes de luz que entravam pela persiana. "Prometi a mim mesmo que não vou chorar quando você partir, mas nesse exato momento...". Será que algum dia ele entenderia?. Eu sentia muito, mas de alguma forma não sabia demonstrar quase nada, eu guardava tudo aquilo que estava transbordando pra mim, eu não queria sufocar ele. "Nesse exato momento, é tão difícil respirar, sentir, sabe, é como se meu coração estivesse sendo rasgado em pedaços", se você pudesse me ver agora, ajoelhado te observando dormir, com o coração na mão, sofrendo por algo que ainda não aconteceu.
"Eu posso lidar com tudo, menos o seu silêncio, ele ainda vai me matar querido", beijei seu rosto e então sai do nosso quarto. Me deitei no sofá, junto ao nosso cachorro, não dormi até que o despertador soasse e só então, quando eu o vi sair pela porta, consegui fechar os olhos e dormir.
Em qual parte do caminho eu me perdi?
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|𝑂𝑐𝑒𝑎𝑛𝑜𝑠|𝑲𝒕𝒉+𝑷𝒋𝒎|
FanfictionTalvez você seja o oceano inteiro enquanto eu sou apenas uma rocha em alguma orla. Taehyung revive toda a história que teve com seu atual namorado, Jimin, ao mesmo tempo que se prepara para perde-lo, pois para a cabecinha pensante do mesmo, o amor d...