I'm exhausted

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– Namjoon! – acordo ao ouvir minha mãe gritar meu nome, acho que dormir demais. Por sorte não perdi a hora.

– Já desço mãe! –  respondo alto para que ela possa ouvir de onde estiver.

    Entro no banheiro e saio o mais rápido que consigo, me vesti, arrumei minha coisas para levar para o trabalho e arrumo meu cabelo. Saio do quarto em direção a cozinha, minha mãe já me esperava sentada, eu iria pegar uma fruta e comer no caminho, mas não quero que ela tome café sozinha. Aliás por que ela está sozinha?

– Bom dia linda – desejo ao sentar à mesa, oferecendo um sorriso idêntico ao dela – Por que a senhora está aqui sozinha? – pergunto dessa vez intrigado mesmo sabendo a resposta.

– Bom dia meu bem – responde sorrindo – Seu pai você sabe, ele está trabalhando, a partir de hoje ele vai entrar mais cedo no trabalho – diz  desanimada e preocupada – Seu irmão eu realmente não sei, acho que ele saiu logo depois do seu pai – diz preocupada, e eu entendo, meu irmão está sempre metido em problemas, e parece não se cansar disso.

– Não se preocupe, ele sabe se virar – talvez eu esteja lhe falando isso, mas por dentro esteja tão preocupado quanto ela.

    Passamos a comer em um silêncio confortável e aconchegante. Após a refeição me despedi da minha mãe com um beijo em sua testa, enquanto ela me expulsa de casa, alegando que eu tinha que trabalhar e ela precisava arrumar algumas coisas em casa e eu estava tomando o tempo dela. Vê se pode!

    Caminho o mais rápido que posso, consigo chegar no ponto de ônibus antes do ônibus que eu normalmente uso para chegar no trabalho partir, me posiociono em um assento ao lado da janela, descanso minha cabeça lá lateral do ônibus sentindo o vento no meu rosto ao movimentar meus cabelos.

    Essa é sem dúvida umas das melhores sensações que eu experimentei, me lembro de quando era mais novo e íamos visitar nossos avós maternos, eu ia na janela observando as coisas pelo caminho, mesmo que não houvesse uma mudança sequer, era extasiante e único, como se fosse a primeira vez que  as imagens capitadas por meus olhos passassem dentro da minha cabeça como se fossem um filme.

    Foi um tempo realmente feliz, meu irmão ainda era pequeno demais para fazer as merdas que faz hoje, minha mãe não passava pelo que passa hoje em dia, meu pai parava em casa por não ter as preocupações que tem agora e eu... Eu não precisava me preocupar com nada, não precisava me preocupar com o presente e o futuro do meu irmão, não precisava me preocupar a cada segundo com a possibilidade de perder minha, não precisava me preocupar se meu pai se alimentou antes de ir para o trabalho ou se ele saiu mais uma vez com fome. Eu não precisava me preocupar com a contingência de não aguentar a pressão, que eu mesmo imponho sobre mim.

    Talvez seja isso, mas não tenho mais tempo para divagar sobre. O ônibus acercar na minha parada, decaio do ônibus e corro um pouco para enfim chegar no meu local de trabalho, também conhecido como coffe's Lee, ao olhar percebo que estou um minuto atrasado, já posso imaginar as reclamações que vou receber do senhor Lee.

     Entro e vou direto para os fundos, na área dos funcionários para colocar a vestimenta necessária. Enquanto a colocava o mais rápido que consigo sinto uma presença se aproximar e até já imagino quem seja.

– Atrasado Namjoon? Eu já te falei sobre atrasos, você não pode pegar uma responsabilidade se não vai levá-la a sério! – Diz senhor Lee irritado, com meu um minuto de atraso – Se você não tem responsabilidade, de chance a alguém que tenha! É isso que você quer? Ser demitido?

– Não senhor – respondo baixo, senti tanta vontade de chorar que parecia que estouraria a qualquer minuto.

– Espero que tenha mais responsabilidade a partir de agora, ou serei obrigado a tomar providências – Logo se retira, como se não tivesse executado ainda mais o meu psicológico, não que eu fosse reclamar ou dizer isso para alguém.

    Me locomovo para a parte da frente, agradecendo profundamente não ter nenhum cliente ainda. Vou recolocando os acessórios e guardanapos nas mesas,   ouço a porta que dá acesso a cozinha abrir e deduzo ser Minho.

– Oi, eu ouvir a desnecessariedade dele com você – diz Minho, filho do senhor Lee, é incrível a diferença de personalidade dos dois – Você sabe, falta menos de um ano para eu começar a comandar esse lugar, ele se aposenta, e então nós tocamos a vida.

– Mal posso esperar por isso – digo sorrindo para ele, somos amigos a muito tempo, ele que conseguiu uma vaga para mim aqui. Eu sou muito grato a ele.

    Desde que comecei a trabalhar aqui o senhor Lee não foi com a minha cara, mesmo não tendo motivos para tal comportamento, se hoje eu atrasei pela quarta vez foi muito e eu já trabalho aqui a mais de dois anos, tenho certeza que eu só não fui despedido ainda por causa do Minho. E por isso eu sou tão grato a ele.

     Ao terminar de colocar todo o necessário volto para perto do balcão onde está Minho sentado. Eu tenho que ficar por aqui até um cliente entrar e então eu vou atender ele, repasso o pedido para Seokjin meu outro colega de trabalho e amigo, que é o cozinheiro da cafeteria por assim se dizer.

    Após terminar o pedido ele tocar uma campainha, então eu busco o pedido e entrego para o cliente novamente, ao terminar o pedido o cliente vem até o caixa, mas em questões especiais eu vou até ele ou ele deixa o pagamento em cima da mesa.

    Somos uma boa equipe eu diria, após algum tempo divagando em pensamentos dos mais diversos, ouço a sinos em cima da porta indicando que alguém se fez presente na cafeteria, arrumo minha postura e vou atender.

– Bom dia! Seja bem-vinda – a recepiciono sorrindo e em seguida a  encaminho para uma mesa – Em que posso ajudar? – pergunto tirando um bloquinho para anotar seu pedido.

– Bom dia! Gostaria de... Hmm- olha o cardápio e volta seus olhos para mim – Um misto quente e um capuccino, por favor.

– Ok, daqui a pouco já venho com seu pedido – digo para a mesma e saio.

    Bato na porta e em seguida entro, já balanço o bloquinho para mostrar que temos pedido, desprendo o papel e entrego para o mesmo.

– Bom dia, como está? – pergunto para o mesmo, só esperando sua resposta.

– Bom dia, 'tô bem e você? –responde sorrindo.

– Estou bem, gostaria de bater um papo, mas tenho que ficar lá fora, para caso algum cliente chegue – me locomovo em direção a porta, paro de frente para mesma esperando que ele confime ou dizer que precisa me dizer algo.

– Ok, pode ir, também tenho que trabalhar – diz tranquilo.

    Com sua resposta saio rapidamente do recinto e vou para perto do balcão, depois de alguns minutos ouço a campainha e pego o pedido entregando para a cliente.

    Meu dia se passou assim, entrando e saindo da cozinha, atendendo e distribuindo sorrisos, que escondiam minhas angústias e preocupações, meu dia foi passando e com ele o Sol movimentando-se junto. Meu turno tinha acabado finalmente, agora tinha que correr para pegar o ônibus ir para casa comer algo, tomar banho e ir para a faculdade. Cara eu 'tô exausto.

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Son of the MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora