I.

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I. fim.

os meus pecados atormentam e entorpecem cada átomo prestes a virar pó existente em mim; meu coração jamais fora tão dependente da tua voz doce e otimista e, confesso ser pessimista quando o assunto é me entregar, mas a ti entreguei cada batida do meu coração que, agora, bombeia desesperadamente em busca de viver e destruir cada espaço vago um dia ocupado por você. os meus olhos ainda buscam pelos teus e desperdiçam movimentos no encalço de se colidir novamente ao teu vasto universo de tons eufóricos e alucinógenos.

ao teu rosto angelical e voz timbrada nos mais belos tons de caos.

a serenidade da noite já não acalenta as minhas emoções e, ao contrário do que dissestes a mim, mal posso esperar para esquecer a tua ilustre existência divina e pousar meu corpo cansado em alheios. pois só assim minha alma esquecerá que um dia pertenceu aos teus olhos de constelação andromeda.

quem dera eu ter luz própria, assim cada batida do meu pobre coração não dependeria de ti, meu sol. sou lua. e, como esta, vivo nas noites vazias em busca de não me queimar nos teus raios ultravioletas. quem dera eu ter-te novamente me queimando por dentro como só tu fazias. quem dera, Park. mas não.

mantenho na razão dos pesares de ainda ser teu, a única certeza de que essa droga está longe de acabar. eu sei que continuará assim até que trombemos na talvez próxima existência, e então estejamos prontos novamente para nos envenenarmos com a substância do amor presente em cada pequena estrela que compunha a nossa constelação. estamos destinados à essa estupidez humana e frágil de se queimar até que reste apenas pó, e a ideia de fitar-te novamente destrói cada pedaço trincado em mim.

me resta remoer a isto mantendo a minha mente sob o êxtase do álcool, agonizando loucamente nestas memórias findas, e agora prestes a queimar no inferno, ao passo que os meus pés acorrentados a estas procuram por um caminho novamente. vislumbro novamente dos teus detalhes esculpidos quando minha visão escurece, derramando lágrimas mistas de saudade e angústia. desejo que cada pedaço meu volte ao pó e essa dor incessante se decepe desta realidade tão amarga e incompreendida, que haja misericórdia para mim, pois tentei a todo custo não deixar as esperanças irem embora junto ao teus toques para deixar-te partir.

se existe a chance de haver uma misericordiosa estrela cadente a cair neste momento, eu desejo que o universo não me perdoe jamais. não me perdoe pelas falhas que cometi, pelas loucuras as quais deixei a brisa me levar, pelos caminhos os quais segui sem rumo e, principalmente, por tentar com tanta força aproveitar a única vida a qual tive oportunidade de conhecer a maldita existência de Park Jimin.

e suas mais belas constelações arrebatadoras.

por favor, não voltes jamais.

𝐂onstellations | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora