𓍯 primeiro

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╰─> boa leitura !

"desejo a interpretação
das minhas palavras
mas que a vejam com carinho e
seja um bom intérprete"
 
  

"desejo a interpretação das minhas palavrasmas que a vejam com carinho eseja um bom intérprete"    

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Sexta feira, dia de curtição, onde as ruas de Itaewon se enchiam de pequenas cabeças e os donos de bares tinham seus bolsos gordos de tanto lucro. Era dia de folga, dia de tacar tudo pro ar e encher a cara com os amigos.
Mas não para o jovem Jeon, o desempregado estava em casa sem dinheiro, não podia curtir, não podia festejar e gastar horrores na "night".

Jungkook estava cansado da vida medíocre que levava, mas por sorte ainda tinha algo a que se agarrar aqui na terra: sua certeza de dias melhores.

Se soubessem o misto de confusão que estava sua vida e que todos os dia preenchia seu peito ao ponto de senti-lo afundar na cama, hesitariam em julgar seu modo de ser.

Sobre a maré baixa andava tranquilo mas quando as ondas batiam com mais força em suas pernas, seus pés encontravam alguma forma de fugir dali. Era um covarde e vivia com medo de seu futuro.

Seria mais um bastardo que viveria sua vida no plano terreno de forma desprezível? Seu corpo era temporário porém seus desvaneios pareciam eternos. Não sabia o que fazer, tinha medo das consequências de seus atos.

Sonhava que iria ganhar muito dinheiro e ter vários funcionários para mandar e desmandar a hora que quisesse. Se gabava o quanto era bom em ser líder e que no futuro suas ordens seriam acatadas sem mais nem menos porém tudo não passava de sonhos distantes.

Se levantou do sofá velho e desgastado, sua bunda dolorida de tanto estar sentado asssistindo mulheres encontrando seus vestidos de noivas ideias e seus parentes sem-noção. Aqueles programas eram viciantes,  principalmente os de contruir, vender e comprar casas. "Os Irmãos a Obra" eram gatissímos, isso até um cego veria e sabiam malear muito bem uma marreta. Essem programas eram um banho repleto de serotonima para preguiçosos e desocupados, algo que Jeon era.

No caminho para a cozinha esbarrava em latas de refrigerante vazias e embalagens de biscoitos, sua casa estava uma zona completa, mas estava cansado demais pra pensar na possibilidade de limpar algum canto qualquer do seu próprio muquifô'.

Queria chorar e gritar por aquele que um dia lhe disse que ficaria ao seu lado e jamais sairia.

Focado nas situações cotidianas e de tudo o que estava ao seu redor, vivia no automático. Se não fosse sua fome não levantaria pra comer e se não tivesse tanto medo de morrer sozinho nunca sairia de sua casa e teria (poucos) amigos pra chamar de seus.

Fingiu que não viu nada e seguiu caminho à geladeira, onde se saciou com um copo de leite (era a única coisa que tinha, era isso ou um copo de água gelada). Seu telemóvel tocou, era Taehyung, seu amigo bem-sucedido, barraqueiro e o motivo de ainda acreditar que pode sair do buraco onde está agora. Atendeu com certo receio, o Kim mais velho tinha mania de o ligar em meio à orgias e transas, era traumatizante mas infelizmente já havia se acostumado com as loucuras do amigo. Atendeu e o som da voz do loiro era abafado pelas batidas de música frenéticas, não era uma orgia definitivamente!

— Oi hyung! — falou num tom baixinho, afinal não tinha que usar sua voz com mais ninguém, era sozinho.

— Oi meu neném, o hyung estava morrendo de saudades suas sabia? Você sumiu esses dias, não te vi lá no café-geek... — Jeon percebeu que o som estridente ia sumindo aos poucos, a voz do mais velho estava mais audível, ele tinha saído do lugar barulhento.

— Er...Eu meio que estava ocupado com alguns projetos da faculdade, sabe como é hyung! — soltou um riso sem graça com um sorriso amarelo no rosto, essa situação era embaraçosa. Não estava ocupado com merda nenhuma, apenas tinha preguiça de explicar, repentinamente tinha vontade de se afastar de todos e se martirizar todos os dias sozinho, era um masoquista maluco.

— Oh, entendi! De boa então. Sabe que quando precisar de qualquer coisa, pode me ligar! Liguei pra te perguntar se ainda está sem emprego, uma das minhas cafeterias precisa de um entregador/garçom. Estaria interessado? Sei que o dinheiro pode ajudar a pagar suas despesas extras, assim sobra uma grana pra sair com a gente sem dar desculpas que está duro ou só com 10 reais no bolso hahaha! — revirou os olhos com a risada alta do amigo, mesmo que ele não pudesse ver através da tela. Não tinha culpa de não ter nascido em berço de ouro! Todos ali eram herdeiros de grandes companhias e ele um zé-ninguem que fugiu de casa para cursar Letras em Seul, sozinho e sem nenhuma ajuda financeira dos pais.

— Você ainda pergunta?! É óbvio que eu quero! E não me amole, seu bocó! Não tenho culpa de não ter nascido um mimadinho rico com a bunda virada pra Lua igual você! — ouviu a risada do outro lado seguida de um resmungo inaudível, era muita audácia mesmo!

— Olha aqui pirralho, ninguém te ensinou a ter respeito pelos mais velhos, não? Sou seu hyung lindão, tenha senso! Me liga amanhã para resolvermos as coisas, agora tenho que ir curtir a festa e beijar umas bocas! Te amo, tchauzinho! — ouviu o bip' do celular e o soltou em cima da bancada, confessava que sentia saudades do amigo, ele era o único que o compreendia, sem perguntas ou questionamentos desnecessários, respeitava seu espaço e as vezes seus surtos, que pra muitos não passava de formas pra chamar atenção ou algo do tipo, realmente era uma pessoa difícil e só Taehyung conseguia decifra-lo e aceitá-lo da maneira que era.

Encarou o cômodo e suspirou, não era essa a vida que sonhou e muito menos almejava. Não entendia como havia chego àquele estado de momento, parecia um pesadelo sem fim.

Estava exausto e precisava de ajuda mas não queria conversar, nem desabafar e nem falar com ninguém. O costume de se torturar com pensamentos tristes era de alguma forma ao seu ver algo "prazeroso" pra si, um masoquista de primeira.

Almejava muito ser alguém corajoso e de gênio forte, original e determinado.

Ao mesmo tempo que se sentia preenchido por tantos sentimentos ruins, seu peito parecia vazio, oco e sem nenhum resquício de alegria.

Não havia sonhos nem objetivos. Apenas um par de olhos inchados e uma boca cheia de palavras pra serem ditas mas impedidas pelo medo de errar.

Pertenceria à algo maior? Ou sua sobrevivência era fútil?

Não sabia a resposta mas de uma coisa tinha certeza: necessitava de um emprego.

Iria dormir pra esquecer seus problemas, isso sempre funcionava.

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𝗢𝗨𝗥 𝗖𝗢𝗙𝗙𝗘𝗘𝗦, 𝗃𝗂𝗄𝗈𝗈𝗄Onde histórias criam vida. Descubra agora