não é o que parece.

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(Autor) 

Enquanto guardava suas coisas, Jaemin pôde sentir suas costas queimando. Assim que se virou, já com a mochila nas costas, percebeu Jeno parado em sua frente, com seu típico sorriso que fazia seus olhinhos diminuírem. 

— E aí, Nono? Tudo bem? 

— Tudo. – se aproximou do melhor amigo, com as mãos no bolso. – Então… vai fazer alguma coisa nesse fim de semana? 

— Hm. – pensou por alguns instantes, buscando na memórias algum compromisso. – Não, tô livre. – respondeu por fim, aumentando ainda mais o sorriso do Lee. 

— Ah, é? – ajeitou os cabelos. – O que acha de dormir lá em casa? – mordeu levemente o lábio inferior, deixando claro suas intenções. 

— Só nós dois? – Jaemin já sabia muito bem o que aquilo significava, e profundamente só poderia sentir muito por acabar contribuindo com essa ideia. 

Não era o que parecia, muito pelo contrário. Não era aquilo que Jaemin queria ou sequer sentia. 

— Não exatamente. – bufou. – Infelizmente meu irmão vai estar em casa. 

— Ah, é? 

— Sim, aquele insuportável. – revirou os olhos. – Mas não se preocupe, ainda teremos nossa devida privacidade. – disse num tom sugestivo, sorrindo ladino. 

— Ah… que bom. – sorriu docemente, apertando a alça da mochila. – Poderemos jogar sem interrupções, então. – Jeno soltou um riso incrédulo, balançando a cabeça negativamente. 

— Jogar? Ah, com certeza. – se aproximou do mais novo. – Vamos jogar um joguinho bem divertido, Nana. – sussurrou, depositando um beijo no canto dos lábios de Jaemin. 

Ainda com um sorriso sugestivo no rosto, Jeno se distanciou do amigo. E com um aceno, saiu da sala. 

Jaemin deixou todo o ar sair, olhando para seus pés. “Não é o que parece”, foi o que pensou sentindo-se completamente estúpido. 

— Por que vocês não namoram de vez? – ouviu uma voz dizer da porta da sala e respirou fundo. 

— Não enche, Chenle. – foi até o irmão mais novo. 

Chenle era seu meio-irmão, e os dois passaram a morar juntos quando seus pais se casaram, aos nove anos de idade. Desde então, foram construindo uma relação extremamente amorosa e hoje são quase inseparáveis. 

— Tô falando sério. – agarrou o braço do mais velho. – Cês devem oficializar isso logo, já tá ficando chato. 

— Chato é você ficar enchendo meu saco com isso, que coisa! 

— Calma, estressadinho. – gargalhou. – Só tô dizendo porque vocês só faltam se comer em qualquer canto, aí é foda. 

— Correção, ele quase me come em qualquer canto. – saíram do colégio. 

— Como se você não quisesse isso. É caidinho por ele. 

— Ah, sou. – suspirou, olhando para frente. – Completamente caidinho, com certeza. 

— Se não é, deveria dizer logo. – o chinês deu uma pausa. – Caso contrário, vai se submeter a coisas que não quer só porque não consegue dizer “não”. 

— Ei! Eu consigo dizer “não”, se quiser. – Chenle cerrou minimamente os olhos. 

— Vamos tomar sorvete? – Jaemin juntou os lábios, coçando a nuca. 

— Sorvete? Bom… tudo bem, se quiser. 

— Viu só? Você é um otário, por isso as pessoas só te tiram pra merda. – olhou incrédulo para o irmão, que deu de ombros. – A vida não é um morango, sabia? Tem que parar de querer agradar todo mundo. – Jaemin parou de andar, em choque com a fala do garoto. 

Just an excuse. - Na Jaemin. (REPOST) Onde histórias criam vida. Descubra agora