Brigas e fontes d'agua

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Joseph parecia um pouquinho empolgado quando chegamos na praça da cidade.

...Só um pouquinho.

-OLHA O TAMANHO DESSA FONTE!!! - Ele falou pulando ao ver a fonte d'água no meio da praça.

-Não tem fontes onde tu mora? - Perguntei me sentando na borda.

-Claro que tem - ele olhou pra mim - Mas nos como essa!Ela parece que saiu do século 19!

-Na verdade 18 - olhei pra fonte - é uma relíquia da cidade.

-Tudo aqui é velho?

-De novo com isso?

-Você já olhou pra estrutura da sua cidade?

-eu sei que é antigo.Mas não precisa dizer o tempo todo.

Ele pareceu repetir o que eu disse.Irritado como uma criança.

-Você é tão infantil - Revirei os olhos.

-Eu não sou infantil.É a minha criança interior que ainda não morreu.

-É a mesma coisa.

-Não é não - Ele subiu na fonte e começou q andar pela borda - Ser infantil é ser meio bobão.Agora a parte da criança interior significa que eu ainda sei a magia que existe no mundo.Que eu vejo o lado bom das coisas.Que eu ainda não virei um adulto chato que vive numa rotina repetitiva e que fica preso num escritório todo dia.

-Tá você tem um ponto.E tem certeza que você não vai cair?

-Tenho,se preocupa não - Isso foi o que ele disse antes de escorregar pra dentro da fonte.

-Cê tá bem? - Perguntei em meio às risadas.

-Da pra parar de rir? - Ele disse saindo da fonte enquanto algumas crianças que passavam em volta riam dele.

-Desculpa - continuei rindo - vai eu te ajudo - ergui a mão pra ele mas pra me dar o troco ele só me puxou pra cair na fonte - Hey!!!

Joseph começou a rir,e muito.

-Idiota - Dei um tapinha no braço dele.

-Desculpa mas eu tive que fazer isso e... - O bolso do meu casaco como havia ficado encharcado,tinha começado a ficar transparente.Ai o Joseph notou o Canivete que eu mantinha comigo - ...ah - E simplesmente levantou e começou a andar.

-...Você não pode me julgar - Fui atrás dele.

-É eu sei - Ele se virou pra mim - Ainda somos estranhos conhecidos.Mas achei que a gente tava se dando bem.Sabe?Pelo menos como amigos.

-Ainda podemos ser amigos - Finalmente consegui alcançar o ritmo dele.

-Podíamos até eu perceber que você tem medo de mim.

-Ah claro,Por que eu não poderia ter medo de um cara que acabou de aparecer do nada e que eu nunca ouvi falar.

-Não é isso que eu quero dizer.Ter medo é uma coisa,Agora carregar uma faca consigo é outra.Você realmente achou que eu ia machucar você?

Eu não tinha resposta pra isso então decidi ficar apenas em silêncio.

-Olha só - Ele ficou me analisando - Você achou mesmo que eu podia fazer isso...

-Olha só,eu nem te conheço.

-Eu já falei que entendi esse ponto.

-cara você é tão dramático - reclamei - Parece que eu to presa numa história brega de romance!

-Ok da pra parar? - Ele bufou um pouco - Por que agora eu to todo ensopado e quero colocar roupas secas.

-Ok Sr Joseph - Comecei a caminha enquanto fazíamos o caminho de volta da minha casa.

Retiro o que eu disse sobre gostar da espontaneidade dele.

Ele é muito irritante.

Querido NinguémOnde histórias criam vida. Descubra agora