Um Ômega Precisa de um Filhotinho, jjk ©

DÉCIMA PRIMEIRA PARTE

A vida pode ser engraçada às vezes. Incluindo no como ela pode mudar de uma hora para outra, sem dar aviso prévio de quando. Ela só muda. Uma hora você vai estar de um jeito, e do outro, vai virar de cabeça para baixo.

E só vai restar a você aceitar que tudo está acontecendo daquele jeito. E é isso que eu percebo, quando abro os meus olhos e sinto uma dor horrível em minha testa. Toco a área com calma, sinto os curativos e vou descendo meus dedos, tateando cada área que sinto doer.

Praticamente boa parte do meu rosto está cheio de curativos. E por notar a janela, percebo que está a noite. A luz da sala está apagada, e apenas vem luz da cozinha, de onde ouço vozes baixas. Duas delas são reconhecidas por mim, são Jimin e Kyu. As outras, não consigo saber.

Devagar, me levanto, me apoiando nas bordas do sofá. Sentindo dor em todo meu corpo, e principalmente na área de minha boca. Resumindo, eu estou toda ferrada. Mas, me lembro do que aconteceu antes que eu apagasse por completo.

Me levanto do sofá com calma, andando a passos miúdos em direção a cozinha. Minha boca está seca, eu sinto sede. Muita sede. Toco pacientemente o batente da porta e passo meu corpo para dentro da cozinha. As vozes cessam, e é apenas o silêncio que reina.

Meu coração erra todas as batidas e eu respiro fundo. Quando ergo minha cabeça, posso ver Kyu encostado na geladeira, segurando um copo de água, enquanto me encara. Ao seu lado está Jimin, suas mãos apoiadas na barriga. Mas, ele não olha para mim, e sim para alguém além dele.

Caminho um pouco mais para dentro e posso ver quem ele encara. Jungkook está mais encostado na área dos armários, aconchegado nos braços de Taehyung. Ele o protege como se fosse uma criança. O olhar de Taehyung para mim, é mais sério que os outros e eu entendo onde ele deseja chegar.

Sei que passei dos limites, mas é tarde demais para me arrepender. Não consigo parar de olhar para Jungkook encolhido em seus braços. Toda a dor que existe em meu corpo se vai, a partir do momento em que lhe vejo naquele estado. Olho para todos ao meu redor e engulo em seco, sinto o bolo em minha garganta se formar.

Me sinto culpada, quebrada e dói vê-lo daquela forma. Está tudo ardendo, meu coração arde em profunda culpa e dor. Minha marca queima, e meu lobo uiva baixinho dentro de mim. Apesar de me culpar, culpo a Yoongi.

Dei a ele o que ele queria. Ele provocou tudo isso.

Solto o ar que estava prendendo e apoio minha mão sobre a bancada.

— Quero água. — Quebro o contato visual com Jun, que automaticamente ergue sua cabeça quando escuta minha voz.

Kyu acena devagar e enche novamente o copo com água e se aproxima de mim, me entrega o copo e me ajuda a beber a água. Ele respira fundo, enquanto me encara de perto. Parece totalmente apreensivo, assim como os outros. Mas, não bravo e sério como Taehyung.