Andava pela minha casa com pés descalço impaciente enquanto procurava pelas minhas meias. Não era de se admirar que eu não encontrasse, eu nunca achava nada.
— Procurando isso? — ela perguntou
— Claro, obrigada — me preparava mais uma vez para essa viagem nada empolgante ao hospital enquanto mamãe e papai fingiam que tudo estava absolutamente normal.
— Pegou seu casaco? — ela perguntou, enquanto a mim apenas assenti e continuei descendo em direção a cozinha — pegou seus remédios? Vitaminas? E esse gloss maravilhoso que você passou?
— Confere, confere, confere — e ela me olhava com aquela típica cara de incógnita dela como sempre — ta na minha bolsa em cima do sofá.
— Ta bom, vamos?
— Sim, ebaa mais uma ida ao interrogatório sem fim — ótimo, consegui mais uma carranca dela, mas o que posso fazer? Ir toda semana aquele hospital é um saco.
Entramos e sem problemas fomos direto a minha ala especializada. Em poucos minutos já estávamos adentrando a sala do Dr. Choi e ele nos recebeu com seu tópico sorriso de sempre, desde que eu me entendo por gente nunca o vi triste ou pelo menos sem esse sorriso.
— E como anda minha paciente favorita?
— Cansada de passar por essa porta toda semana — retriquei
— Veja o lado bom, querida — mamãe dizia enquanto nos sentávamos a frente dele — pelo menos não é mais todos os dias
— Graças à Deus por isso, é tortura aquela máquina de rolinho humano todo santo dia.
— Mily!
— Que foi que eu fiz agora?
— É de ressonância Mily e não bolinho humano, e agora vem sentar aqui, que eu quero te examinar.
— Uh, fez a barba, ta bonitão hein Tio Choi — vê-lo ficar vermelho e não sabendo onde enfiar a cara me matava de rir, ele as vezes era tão tímido que até falando sobre mim ficava
— Milena
— Ta legal, ta legal. Parei — levantei os braços em rendição e voltei a onde estávamos.
Meu dia se resumiu a isso, mais exames, mais remédios, mais pílulas e mais cuidados e restrições. Queria criar a viagem no tempo e descobrir quando vou poder viver como uma adolescente normal de 16 anos, mas afinal, talvez essa dia nunca chegue.
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Mês de Dezembro
Teen Fiction- Me diz por que isso é tão errado, eu só quero entender o porquê é errado? - Porque sim e está acabado! - Eu só quero amá-la Não desejaria isto a ninguém, além de perder a minha vida acho que também perdi o amor da minha vida.