Segundo começo da minha vida

2.5K 59 6
                                    

Notas da autora

Bom gente, como todas pediram, imploraram por minha história, vou posta-la aqui. Espero que gostem!

Pov Lolla

Não sei como pude ser tão burra, tão ingênua, tão, tão... Como eu pude acreditar nele, nas palavras dele, naquele monstro. Eu acreditei nas palavras que pareciam verdadeiras, reais. Mas agora eu sei que tudo foi tão falso, uma verdadeira e absurdamente mentira.

Isso me causa nojo, repulsa total. Daquele homem, e até mesmo de mim, a trouxa que caiu na ladainha de um ser totalmente insignificante, o mais insignificante de toda a face da Terra, ou melhor, de todo o Universo. Que nojo.

Agora eu vou correndo para os braços da única pessoa que ainda tenho nesse mundo, e a única que ainda se importa comigo, que me ama de verdade. E que eu sempre amarei.

– Spencer – eu o chamei pelo celular – Meu voo acabou de chegar.

– Hey Lolla, já estou te esperando aqui no portão de embarque.

– Ok! – disse desligando o celular e indo em direção a esteira procurar minha mala, que felizmente chegou rápido.

Fui em direção ao portão e logo encontrei Spencer, meu melhor amigo, e a única pessoa que eu tenho nesse mundo. Corri para seus braços grandes e musculosos me derramando em lágrimas. As lágrimas de uma tristeza insuportável.

– Lolla, calma, você está aqui agora, comigo. Já passou. – e seus enormes e morenos braços me tranquilizavam com seu abraço gostoso.

Spencer era a única pessoa que eu tinha no mundo, definitivamente a única. Aquela pessoa que você pode contar com ela para tudo, nos bons e ruins momentos. Spencer e eu somos melhores amigos desde sempre, mas tudo ficou mais “familiar” quando perdi meus pais em um terrível e lastimável acidente de carro. Eu e meus pais David e Leila estávamos voltando de viajem em um dia muito chuvoso, quando um caminhão atravessou a pista colidindo de frente com o carro de meus pais, tirando a vida dos dois e me deixando sozinha e assustada no banco traseiro. Desde então, Lawrence e Theresa Smith, pais de Spencer, me adotaram como a filha caçula, criando-me com o máximo de amor e carinho que puderam me dar, e sou muito grata por isso.

Spencer passou na universidade de Nova York assim que terminou o segundo grau e mudou-se para cá. Ele fez faculdade de educação física e atualmente é treinador do time de futebol americano de NY, o New York Jets.

Já eu, fiz faculdade de moda em Seattle, e me tornei modelo, conhecida em toda a America do Norte. Deve ser por isso que atrai aquele idiota, imbecil... Mas isso agora esta no meu passado. Um passado que fiz questão de colocar sete cadeados muito bem trancados e jogar as chaves fora, para nunca mais conseguir abri-los.

O percurso do aeroporto ao apartamento de meu amigo foi rápido. Fiquei em silêncio a maior parte do tempo, encostada à cabeça no vidro do carro olhando a bela cidade, e com os pensamentos bem longe. Me perguntei o que meu amigo deveria estar pensando de mim, que que ele não sabia o que havia acontecido. Eu precisava de um tempo para pensar, mas eu sei que quando chegarmos ao apartamento, será necessário termos uma longa conversa.

Ele pegou minhas malas e fomos em direção ao elevador. Os números subiam rapidamente, e me perguntei quando é que iriamos parar. Assim que chagamos me dei conta que era, a cobertura.

Ele abriu a porta e fiquei atônita com a “humilde cobertura” de Spencer. Percebi que estava tentando disfarçar seu riso com relação à expressão estampada no meu rosto, a expressão de encanto com tanta elegancia. Ele me puxou para dentro e me apresentou o apartamento.

Logo na entrada existia uma enorme sala, decorada com móveis na cor branca e preta. Uma enorme televisão de LCD de cinquenta e duas polegadas de frente para um grande sofá branco com uma pequena mesinha de madeira do lado do mesmo, uma mesa de centro de vidro, uma poltrona também branca do lado direito do sofá. Um pouco mais a direita tinha uma mesa de jantar e a esquerda uma linda varanda com a visão ampla de boa parte da “Big Apple”. Em seguida uma cozinha, que me pareceu nunca ter sido usada. Bem típico de Spencer, que adora fastfood, bem contraditório de sua profissão. Não que ele não possa gostar, mas por ter cursado educação física deveria ter hábitos mais saudáveis.

Depois, Spencer me mostrou-me os quartos, três suítes gigantescas, todas com a arquitetura igual, apenas as cores e os móveis se diferenciavam.     Assim que terminei de me acomodar ao meu novo quarto, escutei meu amigo batendo a porta e entrando no quarto.

– Hey gata, vamos comer alguma coisa – disse vindo em minha direção para me abraçar.

– Spencer, precisamos conversar. – eu disse com a voz abafada e retirando meus óculos escuros.

– Puta que pariu. Que porra esse filho da puta fez com você Lorena? – perguntou um Spencer muito furioso.

– Spen... – comecei a falar, mas Spencer não me deixou terminar.

– Você foi á policia Lolla? – perguntou.

Fiquei em silêncio.

– Lorena Johnson, você não foi à merda de policia nenhuma não é? – só o que eu conseguia fazer era chorar – Lolla, agora esta tudo bem. Aquele filho da puta não vai mais chegar perto de você, eu não vou deixar, eu prometo.

Depois que conseguir me acalmar, fui à cozinha comer algo com Spencer. Terminamos de comer e eu voltei á meu quarto para tomar um bom banho no e depois arrumar minhas coisas.

Deixei tudo em cima da cama, fui colocando nos cabides e pendurando no enorme closet. Coloquei mais roupas nas gavetas, em seguida arrumei os sapatos e as bolsas. Quando olhei no relógio era por volta das quatro da tarde, então resolvi tirar um cochilo.

Assim que acordei liguei para Josie, minha assessora, que estava tendo surtos intermináveis com o meu desaparecimento, contei a ela o que havia acontecido que por sua vez me disse que eu querendo ou não, informaria a policia do acontecido. Também me disse que providenciaria um flat aqui em NY para se estabelecer melhor.

Passei o resto da noite jogada do sofá com meu melhor amigo assistindo filmes e seriados. Ele era definitivamente a minha fortaleza.

(5 dias depois)

Acordei cedo hoje para uma reunião com Josie, para um novo contrato em uma propaganda de um perfume francês. Fiquei feliz, meu olho já estava normal, e já podia olhar para o espelho e não me lembrar daquele infeliz filho de uma égua.

Fui para a cozinha preparar o café da manhã enquanto Spencer se preparava para o treino. Estava distraída com uma canção no rádio, quando ouço passos na cozinha, virei para cumprimenta-lo e, ops...

– Oi – disse um homem lindo, maravilhosamente lindo. Um verdadeiro Deus Grego de cabelo cor de bronze, alto, olhos azuis, e um sorriso torto de deixar qualquer mortal sem ar.

– Er... oi – senti minhas malditas bochechas queimando, sabia que há essa hora elas já estavam ruborizadas. Ah não.

– Tudo bem ai? Quer dizer, você está ficando super vermelha. – disse ele tentando disfarçar o riso.

– Bom, ahn, acho que estou bem sim.

– Hey Adam – veio Spencer dando aquele cumprimento másculo com tapas e outras coisas de homens – Essa é a Lorena, lembra que eu te falei?!

– Ah sim. Oi Lorena, sou Adam – disse ele estendendo a mão. Como eu pude esquecer que Spencer dividia o apartamento com outro homem?

Percebi que o tal Adam me olhava de cima a baixo. Ah não, eu estou de camisola!

– Oi, sou a Lorena, mais pode me chamar de Lolla.

É Lolla, vai ser uma tentação morar com esse homem.

Continua...

Um Amor Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora