Me beija e me faz esquecer

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Agora vem pra perto, vem
Vem depressa, vem sem fim
Dentro de mim
Que eu quero sentir
O teu corpo pesando
Sobre o meu
Vem, meu amor, vem pra mim
Me abraça devagar
Me beija e me faz esquecer

Assim que Sarada fechou a porta do apartamento, e foi para a viagem à Vila da Grama com a academia, Sakura aproveitou o silêncio para relaxar em um banho de espumas, enquanto lia um livro e bebia uma taça de vinho.

Já fazia algum tempo que Sakura não tirava um dia de folga, e ela teria o final de semana todo para aproveitar. O hospital estava muito bem supervisionado por Ino e com as crianças viajando, ela não teria com que se preocupar.

Assim que saiu da banheira, Sakura enrolou-se numa toalha, soltando os cabelos presos com alguns grampos. Ela levou a taça de vinho vazia para a cozinha, pegando a garrafa dentro da geladeira. Olhou o apartamento, estava muito bem arrumado, não tinha do que reclamar quanto a organização da filha.

Afinal de contas, Sakura passava mais tempo no hospital do que em casa fazendo serviços gerais. Sarada ajudava em não fazendo bagunça e assim era fácil manter tudo no lugar. Elas se davam bem, na medida do possível.

Com um suspiro desanimado, Sakura pegou a taça de vinho e sentou no sofá, ligando a televisão com o controle remoto. Alguns anos atrás, quando era criança, ela não sonhava nem em ter uma televisão moderna como aquela em casa, ou uma linha telefônica em casa.

Mas após a Guerra, com a reconstrução da Vila, as portas de outros países mais desenvolvidos tecnologicamente foram abertas com as políticas que Kakashi implementou, quando foi Hokage. Ele se mostrou um grande líder, Sakura não poderia reclamar, já que o hospital recebeu aparelhos incríveis.

Enquanto ela divagava sobre as maravilhas tecnológicas, mudava o canal da televisão com um olhar de diferença, sem prestar muita atenção nos programas.

Ela encarou o telefone, apertando os dedos na almofada do sofá. Sorveu um pouco do vinho e mordeu os lábios, os pensamentos fervilhavam. Parou de mudar de canal e passava um filme. Um casal se beijava e Sakura girou os olhos, irritada.

— Ah! Qual é? — Ela desligou a televisão e pegou o telefone do gancho, discou um número tentando não pensar muito, caso contrário iria desistir.

Alô? — A voz masculina do outro lado da linha a fez perder a voz. — Oi, esse telefone é particular. Tem alguém ai?

Sakura enrolou o dedo no fio do telefone, respirando fundo.

— Sou eu, Naruto. — Disse, enfim.

Hey, Sakura-chan. Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

— Não, não aconteceu nada. — Ela caminhava de um lado para o outro, com o telefone na mão, cuidando para não pisar no fio que se arrastava pela sala. — Desculpe por ligar.

Você não precisa pedir desculpas. — Naruto deu uma pausa. — Soube que as crianças viajaram hoje para uma excursão.

— Sim, isso mesmo. — Sakura parou no meio da sala, olhando a taça de vinho vazia, seu peito estava acelerado, o corpo visivelmente abalado pela voz de Naruto, assim como os pensamentos alvoroçados. — Você vai trabalhar até tarde?

As palavras estavam presas em sua boca, ela não poderia mais segurar por muito tempo. E, embora sua consciência pesasse, Sakura sentia a reciprocidade de Naruto naquela loucura.

Sim! Eu tenho muita coisa para fazer, já avisei em casa para não me esperarem. O que você vai fazer essa noite?

Então a mensagem subliminar dela foi recebida e aceita.

Me beija e me faz esquecerOnde histórias criam vida. Descubra agora