>Capítulo único<
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Fukuzawa mordia com certa força seu lábio inferior enquanto olhava para seu celular, faziam duas horas, exatas duas horas que o turno de seu marido no hospital havia acabado e nenhum sinal do moreno até agora, mais uma noite em que ele havia vindo pra casa. Apertou seu punho sentindo um pouco de sangue escorrer de sua boca até seu queixo, tinha forçado demais seus dentes em seu lábio inferior fazendo uma pequena ferida ali.
Limpou o líquido vermelho com o polegar manchando parte de seu queixo com ele. Ficou mais alguns minutos pensando enquanto olhava pro teto, até seu celular começar a tocar, era Ranpo, seu filho.
Atendeu a ligação com certo receio e meio hesitante, pois sabia que poderia ouvir algo que não queria e que estava tentando fingir não saber a tempos.
— Ele está aqui. — Ditou rápido e seriamente.
— Onde seria aqui..? — Perguntou ao menor do outro lado na linha.
— No Motel, no mesmo Motel que ele vem todas as sextas-feiras com o marido do Dazai. — Aí estava, era isso que não queria ouvir, que não queria acreditar, que queria que fosse um sonho. Mas não era e infelizmente Fukuzawa sabia bem disso.
Não se lembrava muito bem como ou quando descobriu sobre tudo aquilo, só sabia que aquilo tinha lhe tirado tantas noites de sonos, lhe feito ter crises de insônia e choro constantes.
Estava sendo enganado por seu marido a meses, a pessoa que amava estava lhe trocando por outra enquanto ainda estava consigo e aquilo doia, muito, mais muito mesmo.
E tudo só piorava quando se lembrava quem era o amante de Mori...
— Você tem certeza do que está dizendo Ranpo..? — Sua voz saiu embargada, estava prestes a desabar no chão e chorar sentindo aquela dor horrorosa de ter seu coração partido.
Ranpo suspirou do outro lado da linha.
— Papa, se não estiver bem, não venha aqui, eu posso resol- — Foi interrompido pelo mais velho.
— Não! Já chega disso! Tenho que enfrentar seu pai de uma vez. Não dá mais pra adiar essa merda, eu não aguento mais olhar pra essa aliança e lembrar que um dia ela realmente foi algo que mostrava que eu era amado, mas agora, ela está apenas aqui no meu dedo como uma lembrança de um casamento que um dia foi feliz e que continha sentimentos verdadeiros. — Disse tentando segurar as lágrimas.
— Papa... — Ranpo disse quase como um sussurro. — Eu te amo, por favor não faça nada estúpido.
— Não posso te prometer que não vou mas eu também te amo, querido. Agora vá pra casa cuidar de seu marido e sua filha.
— Eu irei, tenho certeza que Poe e Yuki estão com fome agora. — Deu um sorriso mínimo ao lembrar de seu marido e de sua pequena, provavelmente os dois estavam esperando ansiosamente sua chegada, como todos os dias. — Até mais Papa, quando tudo estiver bem de novo vamos passar mais tempo juntos.
— Até mais, estarei esperando vocês. — Desligou a chamada e colocou o celular na cama, comprimindo seus lábios enquanto apertava a manga de seu tradicional kimono japonês.
— Mori.. Você é um completo filha da puta, ó céus como eu odeio amar você. — Se levantou da cama e riu sarcástico, era hora de finalmente acabar com seu próprio relacionamento, agora sem sentindo, que chamava de casamento.
Abriu o armário e logo em seguida uma gaveta dentro dele, que continha uma simples pistola, carregada e mais umas 6 balas espalhadas pelo interior da gaveta.
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Traição
FanfictionFaziam meses que sabia da traição de seu marido, só não queria aceitar que Mori estava realmente lhe trocando por outra pessoa assim, sem nem lembrar que ainda eram casados. 🥀 Fukumori Angst 🥀 (também postada no Spirit)