Capítulo 2

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Tive que pegar o transporte coletivo para chegar até o endereço indicado. Movida pela esperança de conseguir ajudar minha vozinha, passei pela recepção do prédio comercial e cheguei ao andar da sala confiante demais.

Bati na porta e uma mulher elegante em torno dos trinta anos, cabelo vermelho e olhar predador me encarou.

— Hannah Kohlhase Braun?

— Sim, sou eu. — Acenei afirmativo e ela escancarou a porta para que entrasse.

— Você se cadastrou para o leilão no site secreto, mas tenho uma outra proposta, caso eu ateste que você realmente é virgem.

— Por que é tão difícil as pessoas acreditarem nisso? — Cruzei os braços incomodada, porque eu tinha noção de como era feito aquele tipo de exame.

— Acho que você vive numa redoma ou é inocente demais. — Ela me avaliou da cabeça aos pés e indicou que a seguisse pela sala. — Você é o pacote ideal.

— Do quê?

— Para um cliente especial.

Abriu uma porta e segurei a respiração quando vi uma maca com duas hastes como apoio. Poderia pensar que era para os braços, mas como o atestado era para a minha virgindade, sabia que tinha a ver com abrir minhas pernas.

A realidade começou a me amedrontar cada vez mais. Minhas últimas consultas médicas não envolviam meu lado feminino, no máximo um pronto atendimento por conta de uma gripe forte.

Observei-a pegar um robe e me entregar com a maior naturalidade. Pela quantidade de fotos e leilões que vi acontecer no site, ela deveria estar acostumada com aquele procedimento e eu precisava ser forte.

— Tire toda a roupa, incluindo a calcinha e vista isso com a abertura para frente. — Deveria ter hesitado tempo demais, porque a mulher revirou os olhos e chacoalhou o tecido na minha frente. — Se te deixa mais confortável, meu nome é Gigi. Já estive no seu lugar e te garanto, eu não sou um bicho papão.

— Você é médica?

— Não, mas posso dar o prognóstico do seu problema. — Piscou um olho e consegui sair da minha inércia. — A dor virá quando você cumprir com o acordo. Mas o dinheiro compensará, acredite.

— É só por isso que estou aqui — tentei me justificar, mesmo que não devesse nada a ela.

— Começamos com uma desculpa, depois perdemos a vergonha de assumir que queremos mais. — Ela suspirou e caminhou até chegar a uma mesa com materiais médicos. — Não tenho o dia inteiro, senhorita Braun.

Encontrei uma cadeira, coloquei minha bolsa em cima e me despi rapidamente, para que ficasse o mínimo possível nua. Esperei o próximo comando, Gigi virou com as mãos com luvas de látex e apontou para a maca.

— Deite-se com o quadril o mais embaixo que conseguir e coloque suas pernas em cada um dos suportes. — Ela sorriu para que desse o próximo passo, mas seu olhar continuava malicioso demais para confiar.

Mesmo querendo me esconder debaixo da mesa, lá em casa, lembrei da minha avó deitada na cama de hospital e com dores. Também visualizei minha conta no vermelho e consegui a força necessária para me expor para uma desconhecida.

Ela desfez o nó do robe, conferiu meu corpo e apalpou lugares que nem imaginava que ela pudesse estar interessada. Se avisasse antes, talvez eu não ficasse tão desconfortável.

— Não é das mais magras, mas isso te favorece nos seios grandes e bunda farta. Ele não especificou nada além de ser virgem. — Apertou meu quadril e sorriu demonstrando apreço.

Comprada por Raphael - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora