Prólogo

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Seattle, Washington - EUA

Eu pequei contra Deus e contra os homens, passei dezessete anos em um buraco mais escuro que o inferno, esperando

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Eu pequei contra Deus e contra os homens, passei dezessete anos em um buraco mais escuro que o inferno, esperando. Eu não sei qual a razão de viver essa vida, ou porque ela me foi dada. O que eu sei é que, o homem que faz o que eu fiz não merece sonhar, mas eu ainda sonho.

— Eu não acredito que fez isso outra vez moleque! — Meu pai grita me dando um tapa forte no rosto.

Meu pai nunca me deu atenção, e quando eu consegui isso foi fazendo coisas ruins.

— Para! — Minha mãe grita chorando enquanto meu pai me bate.

Mas eu não consigo chorar, ele estava ali comigo, me dando atenção.

— Eu juro que se tiver uma próxima vez não sei o que faço com você!

Olho para meu pai sorrindo, mesmo com dor, sorrio. Ele estava aqui, então o errado se tornou o certo naquele momento.

— Você vai fazer isso mesmo cara? — Meu melhor e único amigo para na minha frente com uma garrafa de água nas mãos.

— Sim. Precisamos do dinheiro. — Ele nega.

— Já temos o suficiente, mesmo com todas as doações que você fez, vamos embora para o México logo e esquecer tudo isso.

Antes que eu possa responder algo, três homens entram na sala, levanto e sorrio ao ver que se tratam dos seguranças e ele.

— Nosso acordo está de pé? — Pergunta me analisando.

— Sou um homem de palavra senhor, pode confiar. — Ele ajeita seu terno e sorri.

— Ótimo. — Faz sinal para um que abre uma maleta. — Aqui tem metade do que combinamos, o restante te pago no final da luta.

— Ok. — Pego a pasta.

— Espero não me arrepender.

— Não vai! Sou o melhor, você deve saber.

— É, eu sei. — Ele sorri.

Quando fico sozinho confiro todo o dinheiro, cem mil dólares, metade do nosso combinado, essa quantia vai ser suficiente para iniciar uma vida bem longe daqui. Fecho a maleta e encaro meu amigo.

— Guarde, daqui a pouco pegamos o restante e vamos embora.

Mesmo não gostando do que eu vou fazer, ele pega a maleta e vai até o carro guardar. Sento mais uma vez e apoio a cabeça entre as mãos.

— Assassino!

Os gritos entram mais uma vez na minha mente. Encaro o corpo no chão enquanto as pessoas se aproximam, mas não consigo ter nenhum tipo de sentimento.

— Sua vez!

Olho para trás e encontro o responsável pela arena, levanto e respiro fundo, meu amigo não voltou, deve estar lá fora me esperando.
Ao sair o barulho vai ficando mais alto, muitos gritam o meu nome, fazem apostas, no ringue o adversário me espera. Ele está encarando um ponto fixo, mas pouco me importa nesse momento, eu só quero acabar com isso e sumir daqui.

O Acordo (DISPONÍVEL NA UICLAP)Onde histórias criam vida. Descubra agora