SIMON
Afrouxo um pouco a gravata do meu terno, sabendo que eu já deveria ter parado de trabalhar há muito tempo. Afinal, a Patrícia está lá fora, me esperando.
Já eram quase 21h30 e Dylan e Holland foram firmes quando disseram que queriam que eu estivesse lá quando eles fizessem o lançamento oficial da biografia. A biografia que eu ajudei a tornar realidade.
Talvez parte de mim queira continuar aqui até o dia amanhecer. Talvez parte de mim só estivesse com um pouco de receio de ver a Amanda de novo.
Não nos vemos há um bom tempo. Provavelmente, ela deveria estar seguindo com a vida bem melhor do que eu.
Digito as informações necessárias para a minha conta no banco, no computador. Conta que estava bem mais cheia do que há alguns anos atrás, quando eu me desdobrava entre 2 empregos para poder pagar as contas lá em casa.
Pra mim, ainda é difícil de acreditar que sou um milionário agora, mesmo que eu me vestisse e me portasse como um.
É difícil acreditar que eu, sendo presidente da agência junto com o Lucas, consegui pagar um cruzeiro para os meus pais, na costa da Itália. E lá estão eles, aproveitando a sua segunda lua de mel.
Olho para o ícone verde na tela, mostrando que a transação de US$500 mil dólares foi aceita. Fico um pouco mais leve e desligo o computador.
Eu sou dono de algumas instituições de caridade que ajudam crianças abandonadas, ao redor do mundo.
Eu me sentia bem ajudando, seja com dinheiro, alimentos ou apenas com a minha presença. Isso aliviava um pouco o peso da culpa por eu não ter conseguido salvar a minha.
Depois que a Emma morreu, eu .... me perdi. Muito.
Parei de gostar de filmes. E de quadrinhos. Tudo relacionado à cultura nerd me lembrava ela.
Então, eu guardei as roupas de super heróis. Aposentei os meus óculos e passei a usar lentes de contato. Me enfiei em um terno e comecei a dedicar toda a minha vida ao trabalho. O que tem dado certo … de certa forma.
Às vezes, eu penso em contar pra Amanda sobre o meu trabalho de caridade. Mas tenho medo de que ela fique triste, se souber.
O que rolou entre nós dois acabou. Se fôssemos ficar juntos de novo, as memórias voltariam e não conseguiríamos lidar com a dor.
E isso me dá um pouco de medo.
Alguns finais são definitivos.
Mas outros não.A porta se abre e Patrícia me olha, ligeiramente impaciente.
- E então ? Vamos ?
- Vamos, claro. - Me levanto, ajeitando o meu terno. - Eu só estava ... fazendo uma coisa antes.
Patricia se afasta da porta para que eu passe e eu apago as luzes, fechando a sala em seguida.
Ela e eu passamos pela agência, já vazia, e seguimos para o elevador, em silêncio. Patrícia aperta o botão do estacionamento e descemos.
Dou um pequeno sorriso. Porque, querendo ou não elevadores sempre me lembram o meu primeiro beijo. Com ela.
Por mais que o tempo tenha passado, essa memória é especial. E eu não queria esquecê-la. (CAPÍTULO 33 DA QUARTA TEMPORADA)
Patrícia checa o celular, esperando chegarmos onde queríamos.
Ela não era a minha namorada. Nem mesmo uma ficante.
Esta é a 2a. vez que vamos sair e dava pra ver que ela tinha uma certa pressa em se envolver comigo ... mais fisicamente. Uma coisa que eu não deixaria acontecer.
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Dylan & Holland: A Última Temporada (CONCLUÍDA)
RomanceAo chegar no fim, às vezes você precisa voltar ao começo. O relacionamento de Dylan & Holland continua mais forte do que nunca, ainda que os deveres diários dos seus filhos não permitam que a sua família fique tão unida. Bem longe da influência dos...