3. Amor Inescapável - Parte 2

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SIMON

Afrouxo um pouco a gravata do meu terno, sabendo que eu já deveria ter parado de trabalhar há muito tempo. Afinal, a Patrícia está lá fora, me esperando.

Já eram quase 21h30 e Dylan e Holland foram firmes quando disseram que queriam que eu estivesse lá quando eles fizessem o lançamento oficial da biografia. A biografia que eu ajudei a tornar realidade.

Talvez parte de mim queira continuar aqui até o dia amanhecer. Talvez parte de mim só estivesse com um pouco de receio de ver a Amanda de novo.

Não nos vemos há um bom tempo. Provavelmente, ela deveria estar seguindo com a vida bem melhor do que eu.

Digito as informações necessárias para a minha conta no banco, no computador. Conta que estava bem mais cheia do que há alguns anos atrás, quando eu me desdobrava entre 2 empregos para poder pagar as contas lá em casa.

Pra mim, ainda é difícil de acreditar que sou um milionário agora, mesmo que eu me vestisse e me portasse como um.

É difícil acreditar que eu, sendo presidente da agência junto com o Lucas, consegui pagar um cruzeiro para os meus pais, na costa da Itália. E lá estão eles, aproveitando a sua segunda lua de mel.

Olho para o ícone verde na tela, mostrando que a transação de US$500 mil dólares foi aceita. Fico um pouco mais leve e desligo o computador.

Eu sou dono de algumas instituições de caridade que ajudam crianças abandonadas, ao redor do mundo.

Eu me sentia bem ajudando, seja com dinheiro, alimentos ou apenas com a minha presença. Isso aliviava um pouco o peso da culpa por eu não ter conseguido salvar a minha.

Depois que a Emma morreu, eu .... me perdi. Muito.

Parei de gostar de filmes. E de quadrinhos. Tudo relacionado à cultura nerd me lembrava ela.

Então, eu guardei as roupas de super heróis. Aposentei os meus óculos e passei a usar lentes de contato. Me enfiei em um terno e comecei a dedicar toda a minha vida ao trabalho. O que tem dado certo … de certa forma.

Às vezes, eu penso em contar pra Amanda sobre o meu trabalho de caridade. Mas tenho medo de que ela fique triste, se souber.

O que rolou entre nós dois acabou. Se fôssemos ficar juntos de novo, as memórias voltariam e não conseguiríamos lidar com a dor.

E isso me dá um pouco de medo.
Alguns finais são definitivos.
Mas outros não.

A porta se abre e Patrícia me olha, ligeiramente impaciente.

- E então ? Vamos ?

- Vamos, claro. - Me levanto, ajeitando o meu terno. - Eu só estava ... fazendo uma coisa antes.

Patricia se afasta da porta para que eu passe e eu apago as luzes, fechando a sala em seguida.

Ela e eu passamos pela agência, já vazia, e seguimos para o elevador, em silêncio. Patrícia aperta o botão do estacionamento e descemos.

Dou um pequeno sorriso. Porque, querendo ou não elevadores sempre me lembram o meu primeiro beijo. Com ela.

Por mais que o tempo tenha passado, essa memória é especial. E eu não queria esquecê-la. (CAPÍTULO 33 DA QUARTA TEMPORADA)

Patrícia checa o celular, esperando chegarmos onde queríamos.

Ela não era a minha namorada. Nem mesmo uma ficante.

Esta é a 2a. vez que vamos sair e dava pra ver que ela tinha uma certa pressa em se envolver comigo ... mais fisicamente. Uma coisa que eu não deixaria acontecer.

Dylan & Holland: A Última Temporada (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora