Oi, se estiver lendo isso é porque eu estou morta, talvez não fisicamente, mas mentalmente. Talvez eu tenha desistido da ideia e esteja apenas sobrevivendo ao invés de viver, mas afinal que diferença fará? Talvez para minha mãe, meu pai e minha família fará, mas isso basta? Eu não sei. Eu amo vocês família, não pensem que não, mas sabem, as vezes da vontade de jogar tudo pro alto e deixar a escuridão ir me consumindo aos poucos, até não restar mais vida ou qualquer sinal do que eu fui ou nunca serei algum dia. A alguns dias eu venho pensando em escrever, colocar tudo pra fora, quem sabe alivia, não é?
Até um vídeo eu pensei em gravar, pensamentos voam, sobre o que eu poderia falar? Olhar para um pequeno monitor ou uma tela de celular, enquanto grava suas últimas palavras, seus sentimentos e lembranças deixados por aqueles que, em sua inútil e desastrosa vida, foram tão especiais. Sentada em uma cadeira com um caderno, lápis e borracha, acompanhada de lágrimas de tristeza, percebi que seria melhor escrever, não sou boa com palavras, aliás, no que eu sou boa? Por que estou aqui? Qual a minha missão? São tantas perguntas, e todas sem respostas. Eu queria ser alguém sem preocupações, que tivesse amigos com quem poderia ligar e conversar sobre coisas banais a madrugada toda, sair, dar risadas, dançar, colecionar momentos, para que no futuro eu possa contar aos meus filhos como que a mãe deles aproveitou a juventude...mas que futuro? Que juventude?
Hoje é dia 26 de fevereiro de 2021, eu tenho 18 anos, e o que eu fiz na minha adolescência que renderia boa risadas no futuro? Nada. E eu me arrependo amargamente. Tive momentos bons dos quais guardo no meu coração. Clichê né? Pois é, clichê é meu sobrenome, mas não me importo. Me lembro do meu primeiro dia de aula do ensino médio, eu estava animada, quem não ficaria, afinal? Estava entrando na adolescência, amigos, sentimentos, momentos e memórias iriam ser colecionadas ali, e como foram bons cada dia na escola, você acordar todo dia e saber que iria chegar na sala sentar no seu lugar de sempre, virar para trás e ficar a tarde toda batendo papo com seus amigos. Como eu sinto falta... bons momentos eu passei ao lado de voces, boas risadas eu dei, eu era feliz por um momento ali, apesar de me considerar alguém antissocial, até que eu tinha amigos, não muitos, mas o importante era ser de verdade, se vocês estiverem lendo isso, obrigada, por tornarem meus dias insignificantes, significantes, guardo todos vocês no coração.
Nos meus dias de solidão eu me afundava nos livros, sabe, eu poderia viajar para todos os lugares do mundo estando dentro de uma biblioteca, e como era bom, acho que a leitura serviu e serve até hoje como uma forma de fugir de toda solidão que eu sentia, para os meus livros, eu amo vocês, cuidem bem deles, leiam também, quero que sintam a emoção que eu senti em cada página do livro virada, cada lágrima e emoção que me preencheu, me dando um gás a mais para aguentar mais um dia, como eu amo isso. Eu amo muitas coisas na verdade, como a luz do sol no meu rosto enquanto ando ouvindo uma melodia em um dia de reflexão, um café em um dia chuvoso , um filme de romance em um dia melancólico, ou um filme de comédia em um dia de alegria, que, apesar de eu sempre estar com um sorriso no rosto, no final do dia eu deitava na minha cama e chorava e ao amanhecer eu colocava aquela máscara com aquele sorriso de novo e durante o resto do dia tudo parecia tão bem. Eu não quero me sentir assim, eu quero poder fazer 19 anos, 20, 30, olhar para trás, sorrir olhar pro céu e agradecer por tudo que eu passei. Mas é tão difícil, eu tento me apegar com Deus, sinto que ele tem grandes planos para mim e enquanto ele prepara tudo eu sigo com a minha vida pacata. A algumas semana atrás eu realmente queria por um fim a tudo, eu não conversava com ninguém, sempre foi assim, não lia mais e nem as músicas, que sempre foram capazes de me acalmar, estavam funcionando mais, até um certo dia, onde um gênero musical foi capaz de me fazer repensar essa ideia que me atormentava, o kpop. Você deve estar rindo nesse momento, até eu ri da minha própria situação, que besteira eu to fazendo ouvindo uma música da pessoas que eu nem mesmo sei diferenciar e que é mal falada por alguns? O modo como a letra da música diz tudo o que eu precisa ouvir, para mim foi libertador, eu apenas, pela primeira vez, não pensava em coisas triste, pensei nos meu planos, meus sonhos e objetivos, pensei no meu futuro, e po@#, obrigada kpop, nunca pensei que diria isso, em qualquer que fosse a circunstância, mas eu gostei, e uma pequena chama se acendeu dentro de mim, e aos pouco a escuridão foi se esvaindo. Eu tinha um preconceito pelo kpop, nunca me dei ao luxo de ouvir ou pesquisar sobre, sabia apenas o que falavam e só falavam mal, acabei me alienando. Mas hoje, mergulhando nesse universo, eu vejo que é um mundo completamente diferente. Terminar uma reflexão falando sobre kpop é um tanto quanto inimaginável, não é?
Mas foi o que me ajudou, eu espero que encontre sua motivação também, seja ela qual for, ou o quanto clichê ela pareça ser, se agarre a isso, pense como se fosse alguém lhe estendendo a mão quando você está no fundo do poço, se agarre a ela e não solte, deixe que te puxe novamente para a vida.
Eu sou alguém normal como você com sonhos e planos para o futuro, já não sinto mais vontade de jogar tudo fora, eu quero viver, viva e não sobreviva.Anônimo

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Apenas um desabafo
RandomSó um desabafo, leia se quiser. -Eu quero morrer mas não quero ter que cometer suicídio. Eu quero sumir mas também quero acreditar que vai ficar tudo bem. Eu quero que pare de doer mas não quero causar a dor da minha ausência nos outros. Eu canse...