Garotas de Fogo (pausada)

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LAR DOCE... GREENWOOD

Manhã de sábado, Alex está arrumando a enorme mala de viagens, vai voltar para Greenwood, uma pequena cidade localizada no interior do estado da Geórgia , nos Estados Unidos. Ela passou cinco anos fora, tudo porque do divórcio dos pais. Contudo, foi morar na Argentina com a mãe, foi tudo muito corrido no dia, os pais brigaram, Eduardo o pai da Alex, tinha problemas com bebidas, ficava alterado. Sandra já estava cansada, naquele dia, atirou uma taça de vinho, a mesma da lua de mel, sobre a cabeça de Sandra depois de uma discussão, ela estava coberta de sangue, fingiu um desmaio e ficou no chão por horas, Eduardo não fez mais nada, apenas continuou bebendo seu whisky Jack Daniel's até capotar na poltrona. Sandra esperou a tontura passar antes de se levanta, fez um rápido curativo na cabeça para segurar o sangue que continuava escorrendo sobre sua testa, subiu até o quarto, pegou a mala de viagens que ficava no armário, colocou metade de suas roupas e alguns sapatos, foi até o quarto de Alex, que no momento dormia num sono profundo, pegou algumas de suas roupas e alguns sapatos, dois arcos de cabelo, Alex amava, seu cabelo loiro, longo e ondulado ficava ainda mais chamativo com um arco travando-lhe para trás.

— Filha, acorde — disse Sandra, acendendo a luz do quarto e abrindo o armário — Alex , vamos!

Alex, estava sonolenta, tinha nove anos, eram duas da manhã, Alex sonhava que estava em um piquenique com Beth, sua amiga melhor amiga.

—O que foi mamãe? — suas palavras saiam secas, estava com sono.

— Só levante, vamos, precisamos ir, sem perguntas — Sandra parecia nervosa, estava pegando montes de peças de roupas da Alex e jogando sobre a mala.
Alex sem querer aborrece-la, obedeceu.

As duas passaram pela sala, estava uma bagunça, Eduardo estava dormindo na poltrona, o copo de whisky estava derramado no chão, havia sangue em algumas partes da sala.

—Mamãe o que aconteceu? Para onde vamos? E o papai?

Sandra não respondeu, Alex e Eduardo tinham uma amizade muito forte, ele nunca faria algo com ela, Sandra sabia, ele só bebia quando Alex já estava dormindo, faziam tudo juntos, Eduardo trazia presentes toda vez que viajava a trabalho, ele era barman em um cruzeiro, mas estava prestes a se formar em engenharia. Enquanto passavam pela sala, Alex agarrou a conchinha em seu colar, a mesma que Eduardo havia lhe presenteado, de quando ele foi ao Havaí. Alex não entendia a situação, mas algo lhe dizia que ela estava indo embora, e seu pai não iria junto. 

A família de Sandra era da Austrália, eles sempre viajavam, ela e Eduardo se conheceram em um cruzeiro, Eduardo trabalhava como barman, no mesmo Cruzeiro em que a família de Sandra estava. Em uma noite, ela discutiu com Mary, sua mãe, elas não se davam muito bem, Mary vivia a chamando de rebelde, Sandra saiu irritada da cabine e seguiu para o Ocean Bar, o bar luxuoso do Cruzeiro, eram três da manhã, já estava fechando, havia apenas um barman repondo as bebidas, ela sentou-se no balcão, mas o barman não a viu, ele estava de costas.

— Humhum — Sandra coçou a garganta, para chamar a atenção dele, o som ecoou pelo salão. 

— Estamos fechados — disse o barman, sem olhar para ela. 

— Eu só quero um drink!

— Desculpe estamos fechados! — O barman levantou-se, ainda de costas para Sandra.

— Eu pago o dobro!

— Senhora, eu... — Ele encarou os olhos azuis de Sandra, que estavam presos nos dele, o cabelo loiro dela brilhava sobre a luz do lustre que permanecia aceso no enorme salão escuro.

— Você tem idade pra beber?

— Tenho 18! — Sandra o encarou, estava mentido, ela tinha 17, faria 18 no mês seguinte.