Capítulo 2

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Depois do meu futuro patrão sair da sala, mal me conseguia concentrar. Eu já prestava muito pouca atenção à aula do Sir Peter, mas hoje eu nem sequer estava ali. Daniel Cortez, não me saia da cabeça a imagem dele, havia algo nele que me fazia perder dentro de mim. Não conseguia explicar o que era, mas sei que algo me estava a incomodar.

-Ben!! Ben!! BENJAMIN!!!!!

Levei um susto com Karen a gritar pelo meu nome.

-Diz, desculpa estava distraído.- digo com uma cara de envergonhado e sem saber o que fazer.

-Eu reparei criatura. No que raio estavas tu a pensar???- ela olha pra mim com uma cara de polícia má que quer tentar arrancar informação do suspeito, mas como eu já estou tão habituado nem liguei.

-Nada, esquece. Já tocou?

-Achas?? Não, eu estou aos berros no meio da sala só por que sim...- coro um pouco e coço a cabeça e dou um sorriso.

-Desculpa. Vamos??

Saímos da sala, mas Daniel não me saía da cabeça.

Fomos até aos jardins ter com Chris.

-Que tal correu a aula?- perguntou Chris olhando para nós enquanto estava sentado no relvado.

-Até que correu bem. Conhece-mos o dono da empresa em que eu e o Ben vamos estagiar.- disse Karen todo empolgads.

-E então??

-Vamos estagiar na Cortez Lawyer Company...- Karen olha par mim com um olhar pensativo- agora que estou a pensar, Ben, não foi nessa mesma empresa que o teu pai trabalhou??

Dei uma pequena revirada de olhos.

-Sim, foi, mas podemos não relembrar esse ser por favor?

Os dois olharam para mim com cara de espanto, como se fosse a primeira vez que falo assim do meu pai. Sentei me na relva, peguei no livro que estava a ler até ao toque de entrada. 

Quando dá o toque dirigimo-nos todos para a sala e quase a chegar à porta obtivemos a informação que o nosso stor iria faltar e como sempre Karen não perdeu a oportunidade de dizer:

-Vamos ao shopping e não aceito um não como resposta.

Claro que para não ser desmembrado ali em frente a toda a gente aceitei ir com ela. Fomos até ao carro e enquanto íamos para o shopping passamos pela nossa futura casa de trabalho, um edifício moderno de desenho simples, mas elegante. E logo como um estalar de dedos veio me Daniel ao pensamento novamente. Senti me estranho e um pouco incomodado, sensações que hoje faziam parte do meu dia. 

Chegamos ao shopping e Karen estava em pulgas para "assaltar" as lojas. Juro que não percebo esta rapariga, ela já deve ter corrido este shopping mais de mil vezes, mas parece sempre uma criança que acabam de receber um brinquedo novo sempre que aqui vem.

-Anda Ben, vamos ver roupas para o estágio por isso prepara te.

Revirei os olhos, já sabia que iria experimentar mas de quinhentas combinações de roupa, mas acabei por aceitar a ideia visto que também estou a precisar de renovar um pouco o meu armário.

Mal tinhamos passado as portas do elevador, já estava a ser arrastado por Karen para a lion of porshes.

-Benjamin Moon, prepara te vou te por bem gato para o estágio.

Dou uma pequena revirada de olhos e um leve sorriso de canto de boca.

-Boa sorte darling- respondo um pouco irónico e começamos os dois a rir.

Ao fim de vinte pares de calças, dez blazers e mais ou menos quinze camisas saímos da loja com três conjuntos para mim e a Karen com cinco, inacreditável o dinheiro que esta criatura gasta em roupa.

-Sweety vamos comer, estou faminta.

-Ora aí está uma coisa em que concordamos completamente.

Mais um pequeno ataque de riso e seguimos até á starbucks.

fizemos os nossos pedidos e sentamo nos a desfrutar do nosso lanche e enquanto isso eu observava as pessoa que passavam de um lado para o outro com os sacos das várias lojas até que...

-Eu não acredito nisto...

Falei num tom irritado, Karen olha para mim com ar de confusa e quando se apercebe da minha expressão de irritado muda a sua expressão de confusa para irritada. Assim que viu que estava fixo a olhar para um ponto e a minha expressão não sofria nenhuma alteração, ela começa a rodar na cadeira.

-Sr. William?!

-Olá Karen, tudo bem?

-Sim e com o senhor?

Ele acena positivamente com a cabeça e olha para mim.

-Olá Benjamin, tudo bem contigo?

-Olá pai.

Tentei lhe responder da forma mais desidratada possível. Ele pediu permissão para se sentar connosco, Karen responde que sim e eu para não ser mal educado apenas aceitei que ele ficasse.

-Então meninos como estão a correr as coisa em Oxford? Soube que entraram os dois em direito.

-Estão bem Sr. William.

Eu continuava quieto no meu canto sem pronunciar uma única palavra ou esboçar alguma expressão e enquanto isso o meu pai continuava a fitar me.

-E tu Benjamin?

-Eu o quê?

-Estás a gostar do curso?

-Sim

-E... a tua mãe como está?

-Bem.

Eu continuava com a mesma simpatia com que o tinha recebido. Aptecia me muito manda-lo á merda. Odeio-o profundamente depois do que aconteceu, quero simplesmente que ele desaparece da minha vida.

Como já não conseguia mais ouvir a voz do meu pai, levantei-me e disse que precisava de ir à casa de banho e sem pressa fui me dirigindo até lá.

Cheguei à casa de banho, lavei a cara para me acalmar um pouco e olhei me no espelho. Do nada Daniel volta ao meu pensamento, sinto a minha temperatura a subir, volto a passar água no rosto e na nuca para ver se consigo desviar os meus pensamentos.

De volta ao café olho em todas as direções analisando as pessoa que por ali andavam quando o meu olhar se prende em apenas uma direção, o meu dia está cada vez mais confuso ou então o universo quer me tramar por algo que eu tenha feito de mal. Era Daniel de braço dado com uma moça, era impossível não reconhecer aquele rosto.

Ele olha na minha direção o que me fez ficar meio atrapalhado e a minha única reação foi tentar me esconder. "Que merda, só faço figuras tristes..."


Aprendiz de advogadoOnde histórias criam vida. Descubra agora