thanks, elliot > Markhyuck

único

Mark Lee
13:30. Sexta-feira, 2013. Seoul.

— DongHyuck, você 'tá me ouvindo? — Perguntou Mark já um pouco estressado por estar repetindo a mesma coisa três vezes.

— Hm.. — Resmungou o mais novo.

— DongHyuck! Cara, eu 'tô ficando cansado. Nós nunca conseguimos conversar, você nunca me dá atenção na hora que eu estou falando. Isso já 'tá ficando chato.

— Você que é chato, eu estou ocupado.

— O que você 'tá fazendo de tão bom que esquece que eu estou aqui? — Perguntou novamente, mas dessa vez não teve resposta. — Cansei. — Mark puxou o celular da mão de DongHyuck e viu sua conversa com algum outro amigo do último citado. — É sério?

— O que é sério? Minhyung. — Perguntou o Lee mais novo de forma debochada. — Não gostou do que viu?

— Claro que não! Eu não consigo acreditar que enquanto você estava conversando comigo, falava mal de mim. 

— Ai, deixa se ser dramático. — Pegou o celular de volta. — Mexer nas coisas dos outros é feio. Viu? E além do mais, eu não menti, tudo que está escrito é a pura verdade. — Quando acabou de falar, DongHyuck viu uma lágrima solitária descendo pelo rosto de Mark. E foi nesse momento que ele percebeu a merda que tinha feito.

— Já deu DongHyuck! Eu não te aguento mais! Você é tão falso e insuportável que me enoja! E mais uma coisa, sabe porquê eu faço tudo isso? Porque eu realmente gostava de você e da sua amizade, e fazia de tudo para durar, mas você não quer isso. Então sinceramente espero que você se foda. Estou perdendo tempo com uma amizade que não vai para frente! — Mark gritou tudo que estava preso na sua garganta e saiu do gramado da casa do Lee mais novo aos prantos, pegou sua bicicleta e saiu pela estrada.

— Espero que você se foda também! Seu cuzão de merda! — Donghyuck se levantou e viu o ex-amigo sumir pela estrada vazia. Obviamente Mark Lee voltaria para o jantar, mas o Lee mais novo não sabia se seu hyung voltaria a olhar em sua cara.

7 anos depois
16:15. Domingo, 2021. Seoul.

— Elliot! Volta aqui! — Foi até a janela do seu quarto gritando pelo gato que estava na janela da casa vizinha. — Se você entrar por essa janela, vai passar uma semana sem frango cozido! — Elliot olhou uma última vez seu dono, esperou um pouco, e pulou para dentro da casa, ignorando os chamados de Mark. 

— Gato desgraçado. Espero que a senhora Lee esteja em casa. — Mark saiu de seu quarto e foi até a porta da frente. — Seja o que Deus quiser. 

Mark destrancou a porta, saiu e a fechou de novo indo até a casa vizinha. Fazia muito tempo que não pisava naquele gramado, ou brincava com as petálas da roseira da senhora Lee. Ao ficar cara a cara com a porta, bateu algumas vezes e esperou alguém vir.

Lee Donghyuck 
16:20. Domingo, 2021. Seoul.

— Quem merda está batendo na porta? — Perguntou a si mesmo e pausou o jogo. — Eu só queria tranquilidade 'pra jogar. — Donghyuck se levantou da cadeira de sua escrivaninha e saiu do quarto resmungando. 

Ao chegar na porta olhou pelo olho mágico e se surpreendeu ao saber quem estava do outro lado. Mark Lee.

— Puta que merda. — Falou sussurrando e atravessou a sala rapidamente para se olhar no espelho (obrigada mãe narcisista). — Eu estou um trapo. — Ele estava vestindo uma camisa larga cinza e um shorts folgado preto, pelo menos seu cabelo está bonito. — Acho que dá tempo de trocar de roupa. — Estava indo para escada quando escutou Mark falar: "— Senhora Lee? Alguém em casa? —" Ele decidiu abrir logo a porta. — Oi Mark! — Falou da forma mais amigável possível. Ele passou muitos anos sentindo falta de Mark, para ele essa era a oportunidade perfeita para reconquistar a amizade dele.

— Oi. Donghyuck. — Respondeu secamente.

— Vem entra. — Abriu mais a porta e deus espaço para ele entrar. — Quer alguma coisa? Tem melancia na geladeira, caso você ainda goste..

— Obrigado, mas não estou com fome. Vim apenas buscar meu gato. — Mark respondeu e deixou Donghyuck confuso.

— Gato? Nenhum gato entrou aqui. — Respondeu se encostando na bancada de mármore da cozinha que ficava perto da sala.

— Ele entrou no seu quarto. Como não escutou meus gritos chamando ele? 

— Ah, eu escutei seus gritos. Mas pensei que estivesse brigando com ele, como faz quase todo dia. — Falou de um modo relaxado que deixou Mark envergonhado por ser tão bobo.

— E-enfim. Eu vim buscá-lo, tem como você ir logo pegar ele? Estava ocupado.

— Ok, estou indo. — Donghyuck saiu de perto da bancada e subiu as escadas que iam até seu quarto, que era onde o gato fugitivo tinha entrado. Ao chegar lá, ele presenciou a cena mais fofa do mundo. Elliot dormia encolhido no meio da bagunça da cama do moreno. — Ownt. Que fofinho. Mas agora você tem que ir para casa mocinho. — Donghyuck pegou o gato no colo e saiu do quarto. — Seu dono 'tá te esperando lá embaixo. — Ele voltou pelo mesmo caminho encontrou Mark impaciente mexendo no celular, ele ficava bonito concentrado. — Seu gato estava dormindo na minha cama.

— Eu não acredito. Ele saiu de casa só pra dormir na sua cama? — O maior pegou o gato no colo e reclamou com ele, como se ele entendesse. — Enfim, obrigado por ter pegado meu gato. Estou indo. — Mark se virou para ir até a porta, mas foi interrompido por Donghyuck. 

— Hm.. Mark. Você poderia me escutar rapidinho? 

— O Lee mais velho suspirou e se virou — Tudo bem, mas seja rápido. 

— Eu queria me desculpar, sabe? Eu era uma criança muito imatura e egoísta, eu só não via aquilo, mas percebi no dia que nós brigamos. Eu havia perdido meu melhor amigo por causa da minha personalidade tóxica, durante todos esses anos eu tentei mudar pra algum dia tentar reconquistar sua amizade de volta… Então, o que você acha? Poderíamos recomeçar?

— Eu aceito suas desculpas. Mas eu também devo pedir, minha atitude foi infantil ao te ignorar por todos esses anos. Então isso é um sim, podemos tentar de novo. — Sorriu.

— Então, licença elliot. — Tirou o gato do colo de Mark e o abraçou — Eu senti sua falta, hyung. — Falou baixo com lágrimas nos olhos.

— Mark se assustou com o ato mas retribuiu na mesma intensidade e respondeu: — Eu também, hyuckie..