Capítulo 6

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Sua única reação fora se abaixar, deslizando para o chão com rapidez, quando vira a bartender ruiva saltar sobre o balcão com um rosnado brutal, se lançando para a confusão mortal que se instalara.

Ela tremeu, gritando em pavor, quando o recinto inteiro foi tomado pelo som de mesas sendo quebradas e vidros se estilhaçando contra o chão.

Curvada sobre a baqueta, encostada na madeira fria e áspera do balcão, Toryn sentiu o caos tomar conta do lugar. O ar parecia denso, impregnado com o cheiro metálico de sangue e o som ensurdecedor de gritos e móveis sendo destroçados.

Ela tentou manter o foco, mas sua visão era continuamente atraída para a violência que se desenrolava diante dela.

Storm estava no centro da confusão, seus movimentos ágeis e precisos como os de um predador. Ele girou o corpo no momento exato em que o soco de Holland veio de sua retaguarda, esquivando-se com uma finta elegante antes de desferir um golpe de cotovelo brutal. O impacto fez um estalo horrendo ecoar, e o nariz de Holland explodiu em sangue, manchando o chão.

No entanto, não era só ali que o caos se desenrolava.

Um homem corpulento agarrou uma mesa com força descomunal, quebrando-a ao meio. Ele segurou um pedaço de madeira pontiagudo e o arremessou com brutalidade contra o flanco de um outro homem desavisado. O alvo grunhiu de dor antes de desabar como um saco de batatas.

Toryn deixou escapar um grito abafado, o som mal escapando de seus lábios enquanto seu coração disparava como uma locomotiva. Desesperada, ela enfiou o celular no bolso da calça e tentou rastejar para longe. Uma mesa voou sobre o balcão, estilhaçando-se no impacto. Lasca de madeira a atingiram no braço, arrancando um gemido de dor.

Ofegante, ela encostou as palmas das mãos no chão de madeira gelado e tentou estabilizar sua respiração, mas o esforço parecia inútil. Inspirava e expirava em desespero, seu peito arfando como se o ar fosse insuficiente.

Engatinhando rapidamente, ela se arrastou para trás do balcão, buscando qualquer tipo de proteção.

Apoiando-se contra a madeira polida, sentiu as pernas tremerem sob seu peso.

A cada respiração forçada, o pânico crescia.

— Onde está você, Missy? — sussurrou para si mesma, a voz trêmula e embargada de desespero.

Queria chorar, berrar, mas sabia que não podia. Não ali, não agora. As perguntas rodopiavam em sua mente como uma tempestade: Por que isso estava acontecendo? Como ela havia se enfiado no meio de tudo isso?

E o principal: Como sairia disso?

O universo parecia rir de sua desgraça, como se não estivesse satisfeito em arruinar sua vida aos poucos.

Só queria sair daquele lugar.

Ela esfregou o rosto com as mãos trêmulas, tentando clarear os pensamentos. Ainda no chão, ajoelhou-se e começou a vasculhar as gavetas do balcão. Um telefone. Um celular.

Qualquer coisa, pelo amor de Deus. Algo que pudesse pedir ajuda ou chamar a polícia.

Nada. Apenas garrafas vazias, panos sujos e tampas de garrafa amassadas. Fechou a última gaveta com força, rangendo os dentes em frustração.

Então, o grito veio. Um som horrendo, tão alto e visceral que pareceu cortar o caos como uma lâmina. O arrepio subiu por sua espinha, os pelos de sua nuca se eriçando.

Ela se levantou de súbito, apoiando-se no balcão.

Com a cabeça baixa, espiou cautelosamente por cima da borda, os olhos arregalados. A briga não havia diminuído, pelo contrário, parecia piorar a cada segundo. Storm estava agora em um embate direto com dois homens, desviando de um soco enquanto chutava outro na barriga com força suficiente para fazê-lo recuar cambaleando.

Uma companheira para Storm [ EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora