Capítulo 1 - Visível

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Todas as pessoas vivendo suas vidas, como se tudo fosse fácil. Elas se abrem tão facilmente ao amor e ficam vulneráveis ao que a outra pessoa fará com ela. E o pior de todos era ele…

Estava cansado. Foram meses tentando trazer uma paixão para aquele cara, e ele nunca se apaixonou verdadeiramente. Estava irritado. Qual era o problema com ele? Todos eram pessoas legais, e mesmo assim ele os deixava escapar. Bakugo se enfurecia a cada dia que passava, não aguentava mais as horas ao lado dele.

Bakugo era famoso. Famoso por todos os casais que juntará, famoso por ser perfeito nestes quesitos. Ele gostava dessa fama, era orgulhoso. Mesmo com todos esses sucessos, não entendia seu trabalho. Por que ficar vulnerável a outra pessoa? O que era tão bom no amor que eles, os mortais, necessitavam senti-lo? Por que precisavam desse sentimento? Não seria maia fácil simplesmente ignorá-lo? Tudo isso era simplesmente patético. Mas continuava. Continuava juntando pessoas que um dia namorariam, casariam e ficariam juntas por toda sua vida. Continuava com aquela "idiotice".

Já se faziam dois anos que ele estava com aquele cara novo, não se deu ao trabalho de aprender seu nome. Dois anos. E ele não se contentava com ninguém que Bakugo trouxesse, ninguém que ele flechasse. Por algum motivo todos iam embora, mesmo se dando bem com o garoto. Qual era o problema dele? Bakugo se enfurecia, seus trabalhos duravam no máximo dois meses e agora estava preso ali há dois anos. Ele logo apareceria, ficaria visível ao seu "cliente", seria a primeira vez que algo assim aconteceria. Normalmente quem aparecia era Denki.

"Aquele idiota…" - Ficou irritado só de pensar no outro cupido cabeça oca - "Qual a dificuldade de flechar um ser humano com outro?" - Lembrou de todas as vezes que Denki acertará algum objeto, mas então se pegou pensando em qual era dificuldade, porque ainda estava preso ali com o nanico. Era só flechar outra pessoa e eles iriam se apaixonar. Por que todos iam embora?

- Você tem estado pensativo ultimamente, Bakugo, é algo em relação ao seu cliente? - Mina perguntou se aproximando dele - Aliás, não era pra você estar com ele agora?
- De que vai adiantar? Quando eu achar alguém ele vai fazer com que a pessoa vá embora, esse merdinha me irrita…
- Sua cara tá ótima nesse momento, tá bravinho? - Mina falou rindo - Você vai desistir? Não sabia que você era tão ruim nesse lance de cúpido…

"Essa cuzona…"

- Vai se fuder Mina - Falei caindo de costas ao mundo humano. Eu precisava esfriar minha cabeça voando um pouco, antes daquele nerd tirar minha paciência.

Toda vez que eu me aproximava daquela casa eu acreditava na possibilidade de que talvez ele não tivesse um par.

"Isso é possível, certo? Pessoas nascerem sem alguém com quem ficar" - Ao mesmo tempo que eu queria acreditar nessa possibilidade, eu também escutava Denki…

"Então você vai desistir de um cliente? Então o grande Bakugo não é tão bom assim…" - Merdinha

Entrou naquele quarto, estava uma bagunça, como sempre.

"Vai cair a mão se você guardar umas roupas, seu idiota?" - Falou olhando ao redor daquele quarto.

- Que roupa é essa? - Escutou a voz do garoto entrar pelo quarto
- Ah não, você tá com mais um "peguete" - Falou se virando para onde tinha ouvido a voz e o viu parado encarando onde Bakugo estava - Nem fudendo.
- Quem é você?
- Você pode me ver? - Bakugo falou se aproximando
- É óbvio que eu posso, quem é você? Por que invadiu meu quarto? Pelo amor de All Might você é um assassino? - A cara de nojo que Bakugo fez foi indescritível nesse momento

"Aquele maldito me deixou visível ele me paga" - Bakugo só pensava sobre isso, se pudesse mataria o próprio cúpido.

- Eu sou seu cúpido, seu idiota! - Falou forçando um sorriso e ouviu uma risada vindo do outro - Tá rindo do que idiota?
- Você é algum pervertido? Por isso tá vestido assim? - Bakugo se enchia de ódio, cada palavra que saia da boca do outro, era repugnante
- Eu juro por Cupido, filho de Vênus, que eu vou quebrar meu arco na sua cabeça!
- Tá, digamos… DIGAMOS, que você seja meu cúpido, por que eu posso te ver, ó deus do amor?
- Primeiramente, eu não sou deus do amor, Cupido é o amor e eu sou só um ajudante. Segundo, você pode me ver porque minhas flechas não estão funcionando com você! - Bakugo tentava controlar sua expressão por mais que quisesse explodir
- Talvez suas flechas estejam quebradas!
- Ah vamos testar! - Bakugo falou puxando uma flecha e apontando para o outro - Três…
- Qual é cúpido só tava brincando - Ele riu sem graça
- Dois…
- Não precisa disso! - Ele deu passos para trás até bater na parede
- Um! - Bakugo puxou a flecha e ao invés de atirar a retirou do arco, guardando na aljava - Essas flechas não quebram, idiota.

Estavam sentados no chão dele, apenas se encarando. No grande silêncio que não era quebrado nunca. A não ser pela alta respiração de seu cliente, que o irritava tanto.

- Por que suas flechas não deram certo?
- Porque você é um merda.
- E por que você simplesmente não foi pra outra pessoa? - Bakugo respirou fundo
- Não é assim que funciona, eu preciso achar alguém que você vá passar o resto da sua vida.
- Então por que meu pai foi embora em? - Ele falou rindo em sarcasmo
- Porque o cupido da sua mãe era uma merda. - Bakugo respondeu sério
- Então agora o que a gente faz?
- Não sei, isso nunca me aconteceu, sempre achei o par rápido. Alguns meses no máximo. - Massageou a têmpora 
- E há quanto tempo você tá comigo?
- Dois anos! - Falou fazendo cara de exaustão.
- Então eu sou realmente um problema…
- Sim. Qual o problema das pessoas que eu arranjei pra você? - Estava realmente curioso, eram bonitos e legais, até certo ponto, por que não dava certo?
- Eu gostava deles.
- Então?
- Quando eles começaram a gostar de mim eu não queria mais. - Falou com um sorriso sem graça.
- Eu te odeio!

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⏰ Última atualização: Mar 04, 2021 ⏰

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